Livro: Era Você
Autora: Gisele Souza
Editora: Independente
Casal: Alysson e Andrew
Sinopse: Alysson
Joana, mais conhecida como AJ, sempre foi uma garota sonhadora; desejava viver
plenamente, aproveitando tudo que a vida tinha a lhe oferecer. Livre de
amarras, se entregava aos seus desejos de corpo e alma.
Quando ela conheceu o sedutor Drew, não teve dúvidas de que o queria. E uma noite de amor na praia foi suficiente para que ele ficasse guardado em sua memória. Porém, infortúnios da vida têm o poder de mudar uma pessoa de um dia para o outro. Cansada de se decepcionar, Alysson decide se prender dentro de si mesma. Uma prisão interna que a faz encontrar um novo caminho. E, mesmo que ele lhe custasse tudo do que sempre se orgulhou, era mais seguro.
Só que, em seu coração, permaneciam as lembranças de quem foi e de quem amou. Em segredo, alimentava um desejo proibido, que nunca poderia ser saciado. Um amor ilícito, uma tentação.
Contudo, para viver esse amor, ela precisava libertar-se da prisão na qual se encarcerou e se reencontrar.
“Negar-se pode ser mais sufocante do que perder o ar.”
Quando ela conheceu o sedutor Drew, não teve dúvidas de que o queria. E uma noite de amor na praia foi suficiente para que ele ficasse guardado em sua memória. Porém, infortúnios da vida têm o poder de mudar uma pessoa de um dia para o outro. Cansada de se decepcionar, Alysson decide se prender dentro de si mesma. Uma prisão interna que a faz encontrar um novo caminho. E, mesmo que ele lhe custasse tudo do que sempre se orgulhou, era mais seguro.
Só que, em seu coração, permaneciam as lembranças de quem foi e de quem amou. Em segredo, alimentava um desejo proibido, que nunca poderia ser saciado. Um amor ilícito, uma tentação.
Contudo, para viver esse amor, ela precisava libertar-se da prisão na qual se encarcerou e se reencontrar.
“Negar-se pode ser mais sufocante do que perder o ar.”
Impressão do Leitor
“A liberdade
só será possível quando você estiver tão inteiro que também possa enfrentar a
responsabilidade de ser livre” (Autor desconhecido).
Inicio
minha resenha com essa frase retirada do epílogo deste livro, pois, na minha
opinião é uma das principais mensagens que ele nos deixa, dentre tantas outras.
Era
você, embora eu corra o risco de torna-me repetitiva, se tornou um dos
meus romances favoritos. É um livro que vem nos instigar a refletir sobre nosso
comportamento conosco e em nossos relacionamentos; nos provocar a questionar
até que ponto estamos dispostos a abrir mão de quem somos em busca de aceitação
e de uma suposta segurança, explorando com maestria várias temáticas que
juntas, o transformam nessa maravilha que é.
A
Gisele conseguiu prender a minha atenção já no prólogo e assim se manteu até o
capítulo bônus (que por sinal é uma das minhas partes favoritas). O livro traz
a história de Alysson, mais conhecida por AJ e Andrew, Drew para os intímos,
como ele mesmo, sedutoramente, gosta de afirmar. Os caminhos dos dois se cruzam
ainda jovens, de forma bem casual, mas que, os marcou a ferro e fogo. O
destino, da mesma forma que provocou esse encontro, os obrigou a fazer escolhas
que os separaram.
Podemos
descrever os dois a partir de suas histórias de vida, e como em ambos, esses
momentos foram marcantes para a construção de seus repertórios comportamentais.
AJ, uma mulher de uma beleza estonteante, que na juventude era livre de amarras
e se permitia viver tudo que se propunha a viver, após sofrer algumas decepções
e precisar fazer algumas escolhas, tornou-se, ao longos dos anos, uma mulher
que buscava adequar-se ao que a sociedade determinava, mas especificamente a
família do seu marido. Aos poucos, ela deixou de ser AJ para ser Alysson, uma
mulher que tinha desejos e vontades, mas que as sublimou em prol da família.
Mesmo no auge de sua juventude, Alysson, dona de uma determinação e de uma
grande teimosia, foi deixando que seu brilho se apagasse, passando a viver em
uma prisão interna, onde, nem mesmo nos seus pensamentos, permitia surgir
novamente a AJ.
“Olha, Drew. Não precisa
fingir nada, sei o que você queria com essa festa e o notei me olhando desde
que cheguei, talvez eu queira a mesma coisa” (AJ)
“Confesso que também era um pouco desconfiada
quanto a isso, por esse motivo que escolhi o seguro. Talvez o problema de tudo
era quando se entregava por inteiro, mas se você segurasse um pouco pra si, não
corria o risco de se deixar atropelar” (Alysson).
Drew, era um jovem sonhador, cheio
de vida, dotado de particular beleza, extremamente volúvel no que se refere as
mulheres. Contudo, ao que parecia ser apenas mais uma mulher em sua vida, despertou
nele o desejo e as sensações nunca antes experimentadas, que o marcou no fundo
de sua alma. Ele precisou fazer uma escolha e optou por seguir o seu sonho de
entrar para marinha americana e se tornar um SEAL, em detrimento de uma paixão
de uma noite só. Porém, essa paixão ficou impregnada nele de tal forma, que,
mesmo depois de tanto tempo, percebeu que não se apagava tão facilmente. Assim,
decidiu voltar e reconquistar o que deixou para trás. Só que mais uma vez o
destino prega peças. Ao voltar ele teve uma desagradável surpresa, que adiou
mais uma vez os planos de viver intensamente essa paixão. Como sempre foi
extremamente fiel àqueles que ama, precisou aprisionar essa paixão,
transformando esse sentimento (ou melhor, mascarando-o) em uma linda amizade.
Durante
muito tempo, Drew tornou-se um verdadeiro amigo para Aly, aquele com quem ela
podia contar, e em muitos momentos desabafar sobre as vicissitudes da vida. Já
mencionei aqui as artimanhas do destino? Pois bem, mais uma vez ele apronta das
suas e, após um evento trágico, que afetou a ambos, traz a tona o sentimento a
tanto sublimado. Ele voltou de uma forma tão intensa, que para AJ foi um tanto
assustador, fazendo com que ela demonstrasse um grande receio de entregar-se a
tudo o que sentia. Mas esse momento, somado a tragédia que havia experimentado
e a tudo que se transformou sua vida, provocaram nela uma necessidade de
libertar-se das amarras que ela mesma se vestiu; aos poucos, mesmo a base de
algum sofrimento, ela foi voltando a ser o que sempre foi, recuperando o brilho
e a vontade de viver, recuperando a capacidade de perceber que podia ser feliz
e que merecia isso.
“... Você precisa se
conhecer novamente, Alysson. Se amar antes de me dar uma chance de entrar no
seu coração” (Drew)
Após ambos se libertarem dos seus
passados, refletirem sobre suas necessidades e sentimentos, é que se permitem
uma entrega tão plena que me fez derramar lágrimas com tanta beleza.
Libertam-se das convenções, das amarras e vivem, em plenitude, o amor sublime e
leve, sem cobranças e julgamentos, apenas a cumplicidade e aceitação como
alicerce de todo o relacionamento.
“Eu não consigo negar mais
nada, Andrew, cansei de ser alguém que precisam que eu seja. Cansei de negar
meus desejos. Não sou o que reflete no espelho.” (AJ)
“... Quando eu me
encontrei, era você que estava ali ao meu lado para me apoiar e me dedicar todo
seu amor. E te amo ainda mais por me ajudar a me permitir ser eu. Nossa união é
abençoada porque respeitamos quem somos! Obrigada por não desistir de mim mesmo
quando eu desisti...” (AJ).
“Mesmo quando não era
minha Alysson, se eu precisasse força para enfrentar qualquer coisa, era em vocês
que eu pensava. Amo Sophie como minha filha”. (Drew)
“Era você em todos os
momentos, AJ” (Drew).
Gente, e o que é a Sophie?! Essa
menina, tão pequena, é de uma sabedoria apaixonante. Ela nos ensina tanta
coisa, de uma maneira tão leve e muitas vezes engraçada, que se torna
impossível não nos apaixonarmos por essa criança. Sentimos a sua dor, o seu
amor, a sua sabedoria, na nossa pele. Em vários momentos, me peguei querendo
acalenta-la, ou vibrando por suas tiradas desconcertantes.
“Aprendi a amar. Sim, eu
aprendi a amar de todas as formas possíveis e tipos de pessoas.
Aprendi a amar e admirar
minha mãe e admirar a mulher maravilhosa que ela é. Aprendi a amar você, pai,
porque percebi que tenho parte de ti dentro de mim e amo ela, por isso eu te
amo...
Mas, acima de tudo, minha
mãe me ensinou a amar a mim mesma.” (Sophie).
Por falar em Sophie, preciso dizer
que a Gisele enriqueceu imensamente esse livro explorando a relação entre
Sophie e Aly. A mãe se mostra uma leoa no que se refere a filha. Aquela mãe que
não impede a filha de sonhar, que a estimula, a incentiva, a acolhe e a ama
incondicionalmente, e que a protege; tendo o reconhecimento de tudo isso por
parte de Sophie. Fiquei extremamente emocionada com a forma que as duas se
amam. A Sophie, definitivamente conquistou meu coração. Lindo também, é o amor
e a cumplicidade que Drew e Sophie construíram, mostrando que o amor supera
inclusive laços sanguíneos.
“Eu te entendo, minha
lindinha. Mas vamos combinar uma coisa? Se você for forte por mim, eu serei
forte por você. Assim apoiamos uma a outra, o que acha?” (Alysson)
“Eu te conheço, mamãe, não
aquela outra que era quando se escondia, mas essa que tá aí dentro” (Sophie)
Esse romance, como todos da Gisele,
me transportam a uma automática reflexão. O epílogo desse livro, é o maior
exemplo disso, quando, abertamente, te questiona diretamente sobre fatos que
você nem sempre reflete ao longo da sua vida, diante de automatismos que
realidade nos impõe. Confesso que após a leitura parei sim, e automaticamente
me peguei pensando até que ponto sou livre para viver conforme eu acredito, se
de fato não me coloco em situações extremamente aversivas para as quais não
tenho vontade de sair, por puro comodismo. Questionei-me intensamente sobre as
relações que estabeleci ao longo da minha vida, que foram responsáveis pelo meu
repertório comportamental. Posso afirmar categoricamente que me fez tão mais
leve pensar sobre isso e refletir sobre minha vida, minhas escolhas, meus
comportamentos, que me causou até um arrependimento por não ter feito isso, tão
intensamente, anteriormente. Por isso amo os livros, pois podemos aprender e
fazer transcender as vivências dos personagens para reflexão sobre a nossa própria
vida, e o fazemos de forma tão natural, que se torna mais fácil lidarmos com as
questões que possam surgir. Por tudo isso, sou muito grata a Gisele, pois além de
nos entreter com sua mágica e poderosa escrita, nos permite nos autoconhecermos
a partir da realidade e das temáticas que nos apresenta. Recomendo muito essa
linda e apaixonante leitura.
“Um relacionamento
saudável é aquele que ama sim, muito, mas que também respeita o espaço de cada
um. É o amor que sente saudades sim, mas respeita as escolhas do outro. É o
amor que apoia, que elogia, que eleva” (Alysson).
Paulinha, não sabe como me fez bem ler sua resenha. Era você é um livro muito especial e pessoal. Agradeço imensamente o seu carinho tão lindo por meus livros. Fico muito feliz que a história te conquistou. Obrigada!
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