sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Ruby in the Dusty - Julie Farrell - Editora Charme

Livro: Ruby In the Dusty – O Amor em uma xícara de chá
Autora: Julie Farrell
Editora: Charme
Casal: Nicky e Alex


Sinopse: Nicky tem um segredo. Ela fugiu de Hamburgo aos quinze anos, e encontrou refúgio na pacata Maidenhead, onde seu café, Ruby in the Dust, tornou-se um sucesso. Mas agora, conforme Maidenhead se moderniza e o Corporista Café engole a cidade, Nicky está perdendo sua renda e tem uma ameaça de despejo. Com todas estas preocupações martelando em seu coração, ela certamente não está à procura de amor.

Quando Alex entra em sua vida com promessas para ajudá-la a transformar seu negócio em algo lucrativo, Nicky se mantém cética. Mas há mais em Alex do que o idiota que ele parece ser. Quando o senhorio desagradável de Nicky desafia Alex a salvar o Café em três meses, Alex não consegue resistir, e eles fazem uma aposta que pode acabar custando caro a Alex.

Pode Nicky colocar o orgulho de lado e trabalhar com Alex para salvar Ruby in the Dust, antes que ele se torne mais um café empresarial? E ela pode superar o seu grave segredo, e se permitir apaixonar por Alex, mesmo que isso signifique enfrentar seus medos mais profundos?

Aconchegue-se com uma xícara de chá, e desfrute do calor do Ruby in the Dust!


Impressão do Leitor


            Preciso dizer mais uma vez que os livros da Editora Charme sempre me surpreendem... nem precisaria fazer tal afirmação, pois nem deveria mais me surpreender com tantos livros bons em uma só editora. Mas sabe aquele livro que começa a ler, pensando que conhece essa história, que já pode ter lido em algum lugar, mas de repente, vem a querida autora e BUM, te diz que você está irrevogavelmente equivocada? Pois bem, foi exatamente o que aconteceu aqui, caros leitores e preciso dizer que não sei lidar com essas surpresas que acabam com a resistência do meu pobre coração. Posso dizer que é um lido com um forte teor emocional, mas que ao mesmo tempo é leve e de uma sensibilidade única.
            A trama trata de um casal que possui algumas marcas enraizadas, mas que lidam de maneira diferente com os vestígios do passado em suas vidas. Nicky, uma jovem mulher, dona de um café pequeno em meio a uma cidade inglesa que busca acompanhar a globalização e a industrialização das relações de humanas e de consumo. Ela tem um passado realmente muito difícil, onde a rejeição foi a tônica de suas principais relações, e somada a alguns segredos, abalaram sua autoestima e sua autoconfiança para relacionar-se afetivamente, envolvendo-se em uma redoma imaginária. Tenta, com todas as suas forças, mascarar sua baixa autoestima, engessando sua forma física, caricaturando-a. Contudo, apesar de tudo isso, Nicky ainda mantém um alto astral muito grande, assim como uma capacidade única e natural para ajudar o outro. Isso se reflete em seu café, que o faz singular; no Ruby in the Dusty, as pessoas não vão apenas para tomar uma bebida quente ou comer um bolo delicioso; vão para relacionar-se com outras, vão para sentir um clima de positividade, vão para sentir-se parte de algo, vão para serem acolhidos. Quem vai ao café, saí de alguma forma, transformado, graças a Nicky e seu poder de dizer sempre algo que acalenta corações, que gera reflexões.

Você vai fazer isso comigo também? Você pode me ajudar a resolver a minha vida, sendo o meu espelho? (Alex).

Por que você se envergonha da sua beleza natural? (Alex).

            Alex é um homem dotado de uma fenomenal beleza. É imaturo, não por sua jovialidade, mas em função de sua história de vida. Muito disso se justifica por sua relação parental, especialmente com sua mãe, que merece uma atenção melhor, pois muito do comportamento de Alex, tem haver com essa relação. É um homem extremamente inteligente, mas não tem um rumo em sua vida, seja pessoal ou profissional. Graduado com todas as honras na medicina desiste de levar adiante essa profissão, já que não tem a menor identificação. Inseguro em várias esferas, posso dizer que possui certa fobia social no que se refere à exposição em público, o que dificulta a realização de alguns sonhos.

Não, eu não sou suicida. Só estou farto. Está tudo de cabeça pra baixo. Vivemos em um mundo onde se franze a testa para uma mãe, caso ela resolva amamentar um bebê em público... (Alex).

            Certo dia, quando Alex passa uma grande dificuldade, que provoca uma crise existencial, ele encontra-se com seu grande amigo no Ruby in the Dusty. É quando conhece Nicky, de uma maneira nada agradável. Rusgas imediatamente são criadas, que somente pioram quando descobrem, da pior maneira, que o locador de Nicky, é um rival da adolescência de Alex. Em função disso, ela ver-se obrigada a conviver com Alex diariamente. E é onde tudo tem início.

É como se eu não me conhecesse mais, Zach. Não é assim eu sou, você me conhece. (Alex).

Ao longo da trama vamos percebendo como ambos vão se transformando com essa relação. Desde o princípio Alex foi invadido por um encantamento por Nicky, e ao que tudo indicava, ela também, mas tratou de guardar isso a sete chaves. Com a convivência, Nicky foi aceitando a presença de Alex e nele, o sentimento foi crescendo a cada dia, a medida que tinha oportunidade de conhece-la melhor. Quando percebeu, Alex estava completamente apaixonado por Nicky, contudo ela não conseguia entregar-se completamente, pelas marcas de seu passado. Parecia que seu coração era inalcançável dentro daquela estrutura inabalável. Em minha opinião, Nicky utilizava sua capacidade de entender e ajudar o outro como forma de não entrar em contato com suas questões. Aos poucos, Alex vai rompendo as barreiras impostas por ela, mas ainda gerando sensações conflituosas em Nicky, que ora se aproxima e pensa em se abrir e entregar, e ora se protege, afastando-se e repelindo-o.

Er... Eu tenho... Eu encontrei a felicidade desde que eu comecei a trabalhar com Nicky. Eu estava perdido antes de conhece-la. E se as pessoas forem ao Ruby in the Dusty amanhã, Nicky irá dizer-lhes o segredo da felicidade, também. Isso é uma promessa. (Alex).

Muitas situações acontecem na trama para que Nicky perceba quem é Alex e o que ele pode fazer por ela. É claro que eles passarão por perdas, provações, mas que em minha percepção, apenas servem para fortalecer a relação do casal. E o elo que criaram foi tão forte, que apesar de tudo, conseguiram sobrepor qualquer coisa que se interpusesse na relação. Lindo os momentos de revelações e o enfrentamento da verdade, especialmente por Alex. O que me cativou foi a forma como ele amadureceu, lidou com suas dificuldades, lutou contra seus fantasmas, deixou o seu quê de arrogância de lado, e tornou-se um homem pronto para viver, escolher e ser feliz.

Eu não tenho ideia se você vai dizer sim ou não, mas eu tenho que perguntar. Eu não posso controlar os resultados, mas eu posso tentar a chance e ver o que acontece. (Alex).

Esse livro nos traz lindas mensagens e ensinamentos; ensinou-me que precisamos confiar em quem somos e nos aceitar como somos; acreditar que somos capazes de realizar sonhos, acreditar que podemos ser felizes, sem depender do outro para isso; perceber que podemos ter no outro o apoio para seguir em frente; acreditar que somos capazes de doar um pouco de quem somos pelo outro; faz-nos entender a força e importância dos simples momentos, dos pequenos detalhes.

Eu me sinto completa. Não é porque você me aceita, mas porque eu me aceito. E você me ajudou com isso (Nicky).


Ele fez a si mesmo. Ele só precisava que alguém mostrasse a ele com ele é maravilhoso, e acreditar nisso. (Nicky).

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Magnífico - M. S. Fayes

Livro: Magnífico
Autora: M. S. Fayes
Editora: Independente
Casal: Lana e John


Sinopse: Quando Lana Conner precisou recorrer à ajuda de suas amigas, Kate e Fay, ela mal poderia imaginar que sua vida estivesse à beira de uma reviravolta. Abandonada pelo namorado, grávida e sem perspectiva de trabalho, ela volta a morar com sua mãe no interior, até que uma situação exige que ela saia de seu casulo e retorne a Boston. John Reynolds é um renomado juiz, senhor do destino na vida de muitas pessoas, de repente se vê sem o controle de sua vida quando uma amizade inesperada surge entre ele e Lana. John se fechou para o amor, assim como Lana foge do mesmo sentimento. Mas bastou apenas um olhar para que soubessem que algo poderia mudar em suas vidas. Será que estão prontos para enfrentar as dificuldades do dia a dia? O que o futuro poderia reservar a estes dois para que se permitam a chance de um novo começo?


Impressão do Leitor


Preciso dizer que a sensação foi muito contraditória quando acabei de ler esse livro... Mas vocês devem estar se perguntando o porquê... Pois bem, vou explicar. Esse livro representa o fim de uma trilogia que, com toda certeza, transformou-se em mais um xodó na minha curta vida de leitora. Uma trilogia que começou arrebatando absolutamente o meu coração com Kate e Gabe, depois me deixou mais irremediável e irresistivelmente apaixonada por Fay e Alex, encerrou-se de forma MAGNÍFICA e extremamente romântica com Lana e John.
M.S. Fayes entrou para o seleto rol de autoras que amo e admiro no meu elenco nacional e internacional, tem lugar cativo na minha preferência literária. É aquela autora que se me der para ler uma lista de compras escrita por ela, lerei com o sorriso no rosto.
Mas enfim, o que dizer e como começar a resenha desse livro que me conquistou de uma forma tão arrebatadora, como foi a conexão imediata desse casal lindo, romântico, mas ao mesmo tempo, que exalava uma aura de desejo intenso? Na narrativa da autora, ela conseguiu equilibrar de forma magnânima a docilidade e romantismo desse casal, com o desejo puro, simples e primal.
Preciso dizer a vocês que em cada livro um elo do casal me despertou maior interesse. Em absoluto, foi o Gabe; em Irresistível, a Fay, mas em Magnífico, o equilíbrio foi grande, embora eu precise confessar meu amor puro e verdadeiro pelo John. Sua conduta ilibada e ao mesmo tempo seu lado protetor tão primal, foi o que me conquistou de forma avassaladora.
Lana é uma jovem dona de uma beleza angelical. Ela largou tudo para seguir um homem que só trouxe desgosto para sua vida, deixando-a em um momento que mais precisava de apoio, grávida e sem ter nenhuma perspectiva de futuro. Ela tinha um apoio incondicional de suas amigas, Kate e Fay, mas preferiu voltar para sua cidade de origem e sentir a familiaridade do cuidado de sua mãe e seu melhor amigo (que, claro, queria ser mais que isso). Levava uma vida pacata, curtindo cada momento de sua gestação de uma forma tão sublime. Mas o destino provocou uma reviravolta em sua vida, forçando-a a sair dessa zona de conforto, aguçando seu instinto protetor. Precisou defender o que lhe era mais caro, seu bebê. E foi por isso que retornou para onde tudo havia começado, e recorreu à ajuda de suas grandes amigas. Lana sempre teve uma docilidade e romantismo intrínsecos, e isso nem sempre foi positivo em sua vida, já que essa sua característica levou a tomar decisões com seu coração, sem analisar as consequências. Só que o destino acaba por colocar John em seu caminho...
John era um homem maduro, extremamente lindo e imponente, sem transparecer arrogância. Estava passando por um divórcio conturbado. Juiz de direito e renomado em sua carreira, era austero e de uma conduta ilibada, o que trouxe muito respeito da comunidade jurídica. Viveu em função de um casamento que não havia amor, era mais uma fachada, quase imposta pelas famílias. Sua ex-esposa era uma mulher ambiciosa e fútil. Diria que John libertou-se de uma armadilha ainda em tempo de ser feliz; permitiu-se viver um pouco mais, embora ainda mantivesse aquela postura dos tribunais em sua vida pessoal. John resolveu que ia aprender com as escolhas erradas e não repetir no futuro. Foi então que o destino providenciou um lindo encontro quando viu Lana pela primeira vez...
Preciso dizer que esse momento para mim teve uma aura toda especial! Se eu fosse estudiosa desses assuntos astrológicos, com certeza minha referência seria a algo desse nível, um alinhamento dos astros providenciando a magia do encontro, a conexão apenas com o olhar, o sentimento incipiente apenas com o deslumbramento gerado por um momento idílico. Vocês estão percebendo como estou romântica? Pois bem, culpa de John. Perceber o encantamento que Lana gerou nele apenas por expressar-se de maneira angelical em um cenário perfeitamente construído para proporcionar isso! Foi um lindo momento capaz de desencadear uma forte carga emocional, digna de romances antigos, mas sem ser piegas (muitos suspiros para o John).

- O que você faz aqui sozinha? (John)
- Pensando na vida... (Lana)
- O mar pode ser indomável, ameaçador, calmo e plácido. Uma força da natureza incomparável. Já o horizonte nunca muda. Ele sempre vai estar lá, fazendo sua união com o mar, em que estado este estiver...

O encantamento dele foi tão imediato tendo a figura de Lana impregnada e marcada em seus pensamentos. Despertou a necessidade de estar perto, de proteger, de defender, de amar. O que achei magnífico foi o fato deste encantamento surgir ainda na condição em que Lana se encontrava; a capacidade de resiliência de John, a capacidade de transcender a questões impostas e aceitas socialmente, fez com que ele se tornasse o meu preferido nessa trilogia. John não conquistou somente o coração de Lana, mas também o meu.

Não pude mais me conter. Mas não vou pedir desculpas. Espero que você perceba o que faz comigo e que não há mulher alguma que tenha mexido tanto com meu autocontrole quanto você. Não há nenhuma mulher que possa se comparar a você, Lana. Você emite uma luz radiante que aquece todos à sua volta. Você é linda por dentro e por fora. (John).

Lana, até tentou utilizar os hormônios da gestação como desculpa pelo desejo arrebatador que sentiu por John, mas não tinha argumentos plausíveis para explicar essa conexão. Os pensamentos dela tinham um só destino – John, que passou a dividir espaço no coração de Lana até mesmo com o seu bebê, por quem já nutria um amor incondicional. O que chamou minha atenção, foi que Lana conseguia comunicar-se com John, de maneira simples, sem reservas e formalidades, o que permitiu-lhe acessar pontos antes inalcançados no coração dele, despertando nele, sentimentos nunca antes experenciados.
Essa conexão instantânea trouxe momentos confusos a ambos, que tentavam compreender esse sentimento arrebatador de forma mais racional, mas com inúmeros fracassos, pois foi algo inexplicavelmente transcendental, cósmico. A partir do momento que pararam de lutar contra e desistem de tentar compreender e justificar o que sentiam, permitindo-se somente sentir, começaram a construir um lindo romance. Mas como nem tudo são flores e o destino gosta de pregar peças, esse amor será testado. Sabe quando o passado vem colocar a prova seus sentimentos? Aqui acontece também, mas sem ser mais do mesmo, pelo contrário, foi de uma maneira tão original que me vi em muitos momentos, comemorando as vitórias do casal, quase fazendo uma vexaminosa dancinha da vitória.
Percebemos ao longo da trama esse lado primal de John vindo a tona, quando não mede esforços, seja físico ou mental, para proteger Lana de qualquer situação conflituosa e aversiva. Vemos aflorar o lado paternal de John, onde, ao mesmo tempo o encanta e o assusta, sendo mais uma provação ao amor do casal. Vemos um lado possessivo e inseguro dele, mas que logo Lana trata de conter...

Eu acabei sentindo uma conexão com você que me obrigava a estar ali para protegê-la... (John).
Eu estava louco para tocar em você, faze-la minha, me apoderar dos seus sentimentos, de seus olhares, de seu corpo... (John).

Já Lana, apesar da docilidade e romantismo como parte mais marcante de seu repertório comportamental, percebemos muito claramente o amadurecimento da personagem no desenrolar do enredo. A impressão que tive dela é que, ao contrário da Fay, Lana aparentava uma fragilidade, mas no fundo escondia uma força e determinação, que talvez ela própria não houvesse se dado conta, mas que as contingências exigiram essa manifestação. E ela fez com tamanha propriedade surpreendendo a todos (menos a John, que sempre a reconheceu como determinada). Apesar desse quê de insegurança, ela nos mostra uma aura de confiança que também nos conquista e nos faz torcer absurdamente por esse casal.

Acho que nossos destinos estavam traçados desde antes, meu anjo. Somos como uma trilogia de casos perdidos de amor arrasador. Não há sequer qualquer explicação lógica para que nós seis estivéssemos navegando no mesmo barco, em tão pouco tempo. (John).

Enfim, esse livro é um dos meus preferidos da Trilogia da Lei, por me permitir suspirar, vibrar, desejar, de forma intensa e ao mesmo tempo equilibrada tudo aquilo vivenciado por esse casal MAGNÍFICO. Foi um livro que me fez compreender o significado de um amor transcendental, magnético, altruísta, puro e ao mesmo tempo cheio de desejo carnal. M. S. Fayes, muito obrigada por me apresentar o amor Absoluto, Irresistível e Magnífico. Obrigada por me ensinar formas tão diferentes, puras e intensas de amar. Obrigada por fazer com que eu me inspirasse a cada página, a cada capítulo, a cada livro. Obrigada por reforçar e refazer os meus votos de amor pela Literatura Nacional. Obrigada por nos presentear com o Sr. Absoluto, Sr. Irresistível e Sr. Magnífico.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

In Flight - R. K. Lilley - Editora Charme

Livro: In Flight
Autora: R. K. Lilley
Editora: Charme
Casal: Sr. Cavendish e Bianca


Sinopse: Quando Bianca, uma reservada comissária de bordo, vê pela primeira vez James Cavendish, um bilionário proprietário de hotéis, ela perde toda a compostura conquistada a duras penas ao longo da vida. Para uma garota que consegue manejar facilmente uma bandeja com taças de champanhe a trinta e cinco mil pés de altura sobre saltos de oito centímetros, ela se vê surpreendentemente de pernas bambas diante do homem enigmático.
Bianca, sempre imperturbável, agora não consegue mais se desviar daqueles olhos azul-turquesa eletrizantes que apresentam um desafio e uma promessa irresistíveis. Ainda mais para ela, uma mulher acostumada a dizer “não” e a falar sério.
Bianca costuma lidar com supermodelos e estrelas de cinema em seu trabalho, mas James Cavendish coloca todos eles no chinelo quando o assunto é beleza. Se a aparência fosse o único aspecto destoante nesse homem, Bianca até poderia ter ignorado as atenções recebidas. Porém, o que a tenta como nunca antes é a força dominante que a atrai desde o momento em que eles se encontram e a promessa de prazer e dor que ela lê em seus olhos.


Impressão do Leitor

Você é minha! (Cavendish)

Viver dói. Contanto que não nos mate, temos que suportar. (Bianca)

Para tudo, que preciso embarcar nessa história e só sair desse voo quando a trama for encerrada. O que é o Sr. Cavendish, queridos leitores? R.K. Lilley acabou com minhas estruturas com esse livro, não sei lidar com tamanho poder e intensidade.
Mas antes de falar sobre a minha impressão sobre história, preciso destacar que a Editora Charme deu show na diagramação do livro, que está lindo e é uma atração à parte, desde a capa e todos os mínimos detalhes internos. Lindo demais!
Mas enfim, vamos falar sobre o enredo. A história traz o ponto de vista da Bianca, e podemos ver na narrativa o envolvimento da personagem com o Sr. Cavendish sob uma ótica interessante e conflituosa, enfatizando a luta que trava para não ceder aos encantos desse homem intrigante e extremamente sedutor.

Não estou interessada em nada disso, acredite em mim. Não sei que impressão o senhor acha que eu transmiti, mas não sou nenhum tipo de caçadora de fortunas. Não quero sua generosidade. Não quero nada do senhor. (Bianca).

Ela é uma aeromoça, que está conseguindo estabelecer-se na profissão, embora ainda muito jovem, alcançando um patamar em sua empresa que lhe permite algumas regalias. Possui um passado bem conturbado, carregado de sofrimentos e lutas travadas que deixaram marcas, e isso faz com que ela se envolva no trabalho de forma tão intensa, para além do objetivo de estabilidade financeira, mas para fugir de algumas questões que ainda a assombram. Também usa a sua arte para sublimar seu passado e para acalmar angústias do seu presente, relacionadas ou não com seus traumas.
O seu passado sofrido, contudo, proporcionou uma amizade tão verdadeira, tão fraternal com um homem que tem um instinto extremamente protetor em relação a ela, e que a resguardou nos momentos mais difíceis das vidas de ambos. Stephan tinha um passado tão sofrido quanto o dela. A relação de afeto entre eles era tão grande, que ele era o único que conseguia entender o comportamento de Bianca, e acessar o seu coração; só dele Bianca aceita e estabelece uma relação de profunda afetividade.
Bianca resiste e se fecha à possibilidade de qualquer relação que exija um aprofundamento afetivo e também sexual com a entrega que ela merece e, diria, precisa. Até conhecer Sr. Cavendish...
James Cavendish é um CEO, extremamente bem sucedido e dotado de uma beleza fora do normal, devastadora; aquela beleza que deixa qualquer mulher sem norte, sem foco e sem ação. Sem falar da postura onipotente, onipresente e onisciente que ele transmite; aquela aura de poder, de quem consegue tudo que quer... Além disso, ele exala por todos os poros um poder de sedução irresistível.
Ao longo do livro vamos descobrindo que ele também tem um passado complexo que foi moldando o seu comportamento. Diante de tudo que experenciou, desenvolve algumas práticas, especialmente na esfera sexual, que não são tão habituais, mas que na narrativa da autora, nos envolve de um jeito todo especial e até, nos faz querer estar no lugar da Bianca... É um homem multifacetado, que em alguns momentos pode parecer volúvel, mas nos prende nessa atmosfera extremamente sedutora, de conquista e da busca de uma entrega incondicional. Era muito complexo, mas ao mesmo tempo, direto e objetivo em tudo na sua vida, especialmente quando desejava algo e queria tomar pra si. Era simplesmente DOMINADOR, PROTETOR, POSSESSIVO.

Eu nunca disse nada sobre não ser íntimo. Eu pretendo que as coisas entre nós sejam muito íntimas.  (Cavendish)

O encontro dos dois nos deixa sem fôlego muito em função desse lado onipresente e onipotente de James, que parece ocupar todos os espaços de uma maneira quase claustrofóbica, mas de uma forma deliciosa. A presença dele por si só era capaz de derrubar a máscara profissional que Bianca vestia sempre que iniciava um novo voo. Ele fazia com que ela viajasse sem sair do lugar, perdia o foco, o prumo; seu olhar lhe dava asas...
Esse efeito Cavendish, ao mesmo tempo em que a envolvia, fazendo-a perder a cabeça, também provocava um desejo de fuga daquela imponência exalada por ele. Contudo, como em tudo na vida de James, ele não se dar por vencido muito facilmente; quando deseja algo intensamente, ia à luta, e nesse caso, precisava e desejava ter Bianca a qualquer custo... E muito suspiro aqui, pessoal! A forma que ele conduz seu processo de conquista, a forma como ele impõe sua presença tão sedutora, fica impossível resistir e não ceder aos encantos deste homem... Era uma questão de tempo para Bianca se entregar ao Sr. Cavendish e suas multifacetas.
Ao longo deste encontro ela foi conhecendo um pouco mais profundamente cada pedacinho do corpo e do repertório comportamental deste homem mais que intrigante que era o Sr. Generoso, Sr. Inquietante, Sr. Perseguidor, Sr. Irritado, Sr. Pervertido, Sr. Dominador, Sr. Sensível, Sr. Insaciável, Sr. Incrível, Sr. Desesperado, Sr. Incansável, Sr. Atencioso, Sr. Charmoso, Sr. Sem-vergonha, Sr. Retraído, Sr. Amante Passional, Sr. Personalidade, Sr. Carinhoso, Sr. Gratificação, Sr. Instável, Sr. Maravilhoso, Sr. Lindo, Sr. Desonesto, Sr. Celebridade, enfim, SR. CAVENDISH. E cada vez mais cedia aos seus encantos.
A princípio, a relação estabelecer-se-ia somente no âmbito carnal, dando vazão a todo desejo que sentiam um pelo outro. Só que nenhum dos dois estava preparado para o que estava por vir, especialmente Bianca. A atração, a entrega, a conexão foi tão forte, que o envolvimento passou a ser muito mais que desejo, atingiu o coração, a alma. Evidentemente que a proporção desse sentimento veio com um medo do compromisso para Bianca, que desde o início tentou blindar o seu coração e foi algo acordado quase que contratualmente. Muito dessa relação tinha resquícios de suas vidas marcadas por tragédias, traumas e conflitos.

Você, bobinha, me pegou depressa. Estou apegado a você desde o começo. Como pode duvidar? (Cavendish)

Bianca despertou em James algumas de suas facetas, que nem mesmo ele reconhecia, e exacerbou outras tantas com seu jeito, ao mesmo tempo independente e submisso. Essa submissão, em minha opinião é um ponto chave dessa relação; ocorria em momentos muito específicos e pontuais, mas imbuída de um significado ímpar aos dois. Essa condição transformava a relação, especialmente a sexual, em algo confortável e ao mesmo tempo de uma intensidade, que somente era possível, pois havia uma confiança intrínseca para o ato sexual. A confiança para a entrega do coração, em contrapartida, foi acontecendo gradativamente, sem os dois se darem conta, e quando perceberam, já estavam inevitavelmente envolvidos. O binômio domínio-submissão os colocava em uma redoma de proteção, em uma zona de conforto, que embora intensa e extremamente excitante, trazia a tona a sensação de liberdade.

Sim, você me assusta – Mas sou irrecuperavelmente zoada, por isso me excita na mesma proporção. Acho libertador deixar que alguém me controle. Alguém que me faça tremer de medo. Passei uma boa parte da minha vida fugindo de coisas que me assustam, então isso foi esclarecedor para mim (Bianca).

É claro que ainda precisavam romper muitas amarras, quebrar muitos paradigmas construídos a partir de cada passado complexo. E esse processo não está sendo fácil, colocando a prova todo o sentimento incipiente que construíam. Principalmente, quando envolve segredos tão difíceis de elaborar, quando envolve decisões e escolhas a fazer e, principalmente, quando envolve a aceitação de todo conteúdo emocional.

O que eu teria que fazer para você se abrir para mim? (Cavendish).

Ele tornou-se possessivo, seu lado dominador aparecia em outras circunstâncias as quais ele não estava habituado. A relação de entrega foi muito maior, especialmente de James. As revelações já começam a se fazer presentes neste primeiro volume, o que mexe com James de uma forma muito inquietante, despertando e aguçando ainda mais seu instinto protetor e possessivo.

Se alguém perguntar, você é território proibido. Pensei que tinha deixado isso claro desde o início. (Cavendish).
Se você estiver com dificuldades para entender, permita-me deixar bem claro para você - Isso é sério, Bianca. Porra, eu nunca estive tão sério na minha vida. (Cavendish).

Diria que diante dos seus traumas, Bianca não era capaz de entender esse fascínio que exercia em James, mas ele fazia questão de demonstrar o tempo todo o poder que ela tinha sobre seu comportamento. Isso fica refletido, em minha opinião, novamente no binômio domínio-submissão, onde os papéis se invertiam de acordo com as contingências. James era dominador na relação sexual, enquanto Bianca dominava a relação afetiva, submetendo-o a todos os seus encantos e derrubando barreiras que ele construiu.

Ah, sim. Você me deixa absolutamente desesperado, Bianca. Eu nunca tinha perseguido uma mulher antes de te conhecer. Estou com uma calcinha rasgada sua no bolso neste momento. (Cavendish)
Você acha que sou assim com todo mundo? Você não sabe? Você é especial, princesinha. (Cavendish)

Falar de sentimentos e admitir sentir, não é fácil para Bianca, por isso, aos olhos de James, ela pode parecer indiferente a ele. Isso se dê talvez, por ela fazer um esforço hercúleo em manter seu sentimento o mais escondido possível, como forma de proteger-se de um possível sofrimento. E por medo de admitir esse turbilhão de emoções que a arrebatou, Bianca pode comprometer o final feliz desse intenso casal.

Eu daria qualquer coisa para saber o que está por trás dessa sua postura indiferente... (Cavendish).

Espero que seja algo parecido com o que está fazendo comigo. Quero que você sinta o que estou sentindo, Bianca. Quero que você sinta essa necessidade incontrolável. Não posso suportar o pensamento de que você seja indiferente a mim. (Cavendish).

Impossível não embarcar nessa viagem e, além disso, não se encantar com o Sr. Cavendish e toda sua magnitude e multifaces. In Flight é um romance intenso, complexo, atraente e cheio de segredos que fazem da trama um encadeamento de fortes emoções, muitas vezes até contraditórias, mas que nos impelem a uma leitura voraz e uma sede por conhecer o desfecho desse casal arrebatador e viciante, cheio de intensidade e sedução, que nos absorve do início ao fim. É uma história de começos e recomeços, de descobertas, escolhas, primeiras vezes e enfretamentos.

A vida não me ensinou a ser nada diferente. Me perdoe, mas eu nem conseguiria imaginar como seria não duvidar de alguém que eu mal conheço. (Bianca).

domingo, 20 de novembro de 2016

Tapete Vermelho - M. S. Fayes

Livro: Tapete Vermelho
Autora: M. S. Fayes
Editora: Matrix
Casal: Marina e James

Sinopse: Uma jovem garota brasileira resolve se aventurar em um curso de inglês no exterior. Na poderosa LA. Em meio ao itinerário de passeios mesclados com estudos, ela se vê em um torvelinho de emoções ao conhecer subitamente um astro em ascensão do cinema. Seus passeios acabam sendo mais intensos do que poderia sequer sonhar. Ela se vê no poderoso mundo das celebridades, onde o glamour pode deslumbrar ou ofuscar seus ideais. O mais importante, porém...seria ela capaz de manter um romance onde os holofotes nunca se apagavam ?

Impressão do Leitor

“Definitivamente eu tirei a sorte grande quando te conheci, sabia?” (James).

Suspiros, suspiros, suspiros... Um livro que me enterneceu, essa é a palavra. Estou um tanto impressionada com a versatilidade da M.S. Fayes. Esse foi o livro que marcou o início das publicações dessa autora, contudo não iniciei meu amor por sua obra através dele. Não obedeci a ordem cronológica de suas publicações. Mas isso não importa! Cada palavra, cada frase, cada parágrafo, cada livro dela é único e incrivelmente marcante, por motivos distintos, mas marcantes.
            A marca desse livro para mim, é a mistura da inocência e conservadorismo com a modernidade e a malícia; a candura com o desejo... Mas acima de tudo, o AMOR com todos os seus significados e significantes.
            Neste exemplar conhecemos a história de conto de fadas moderno de Marina Fernandes e James Bradley (suspiros máximos agora!!). Ela, uma jovem de 19 anos que decide sair de seu país para estudar inglês nos Estados Unidos e, também para deixar para trás um “amor” que só trouxe intensas mágoas e medos. Marina é extremamente bem-humorada, daquelas pessoas que conseguem fazer piada de várias situações, inclusive das mais desconcertantes. É dotada de uma beleza exótica e exuberante, contudo, não se reconhece dessa maneira. Despojada, simples e conservadora nas suas relações. Tem alguns ideais para sua vida e os mantém, mesmo que a maioria das pessoas não concorde e entenda como ultrapassado.

“Garota, você vai incendiar os noticiários! Você não se enxerga muito bem, não é?” (James).

            James é um jovem e renomado ator hollywoodiano de apenas 25 anos, mas com uma carreira sólida e de grande sucesso. Esse é um homem de uma beleza que acaba com o coração de qualquer mulher. Cercado de fãs, jornalistas, seguranças, parece um homem solitário, que vive com sua liberdade cerceada. Não confia nas pessoas por entender que a grande maioria se aproxima por interesse e deslumbramento. Até conhecer Marina...
            Um encontro inusitado marca o início dessa história linda e mágica, que nos faz suspirar do início ao fim. James vê em Marina a possibilidade de fugir de uma desagradável situação e lhe faz uma proposta que mudará a vida de ambos. É nesse momento que passamos a nos emocionar com um lindo romance destinado a acontecer, tamanha a velocidade com que se envolvem e se apaixonam.
            James, apesar da fama e riqueza, é um homem simples, que encontra em Marina a simplicidade, inocência e liberdade que ele tanto procurava, embora nem houvesse se dado conta disso até conhece-la. Em contrapartida, Marina vê-se envolvida em um mundo que parecia tão distante de sua realidade. Com isso percebe-se que ela, apesar de muito jovem, é uma mulher dotada de força e determinação para conseguir viver um amor que tomou conta de sua alma e seu coração. James chega de forma repentina e absorve a rotina de Marina de forma tão intensamente sedutora com toda a sua simplicidade, que faz com que ela coloque em xeque seus ideais mais conservadores, em prol de um desejo arrebatador que a acomete. Ao mesmo tempo, Marina percebe em James um homem que a compreende e respeita tal qual é, e isso a cativa ainda mais.

“A gente vive no mesmo mundo, Marina, só temos realidades diferentes, mas posso lhe dizer que às vezes eu desejaria viver na sua realidade” (James).

            Ao longo da trama eles vivenciam as dificuldades que a fama impõe, toda a malícia do meio, o interesse, o êxtase... A fama cobra seu preço. Será que a força desse amor é tão grande que resistirá a tudo que precisam abdicar e a tudo que precisam experimentar para que esse sentimento se fortaleça?
            A sensação que eu tive foi que a base do encantamento de James por Marina se deu pelo fato dela ser diferente das outras mulheres diante de sua presença. Em nenhum momento ela se mostrou deslumbrada por ele; Marina conseguiu vê-lo como ele realmente é. Era capaz de demonstrar preocupação em como sua presença na vida de James poderia impactar na sua carreira, e isso ele nunca havia vivenciado.

“Não é isso... É porque às vezes eu tento fingir que sou normal, tanto quanto qualquer outro cara em um encontro, mas isso meio que desequilibra as coisas” (James).

Ao longo do enredo, fiquei frequentemente com a sensação de borboletas no estômago, graças ao comportamento de James, ao mesmo tempo sedutor e cavalheiro. Sempre tão confiante, mas na presença de Marina, ficava sem palavras, inseguro, por desejar tanto que ela almejasse sua presença, da mesma maneira que desejava a dela.

“Você não vai falar nada? Tipo, que sentiu minha falta também?” (James).

A cada contato, Marina surpreendia a James com seu jeito simples, sem fascínio, por não querer tirar proveito da sua relação com ele. Marina personifica a normalidade, a liberdade e possibilidade de ser ele mesmo. E todas essas características combinadas, despertam em James a vontade de ser cada vez mais persistente e determinado em conquistar o coração dela, por quem já estava irremediavelmente encantado, quem sabe apaixonado?

“Eu sei, por isso você me intrigou tanto. É bom sair com uma garota que não fica deslumbrada com o mundo das celebridades. Faz com que eu me sinta um cara normal” (James).

Sedutor, divertido, atencioso. Esse era James! Preocupado com o bem estar dela, por causa do lado ruim fama, isso atiça seu instinto protetor e o desejo de cuida-la, esconde-la o máximo que possível dessa realidade na maioria das vezes tão difícil. A relação é permeada com insegurança por parte de ambos. Ela por se achar inferior a ele e a todos que fazem parte da realidade de James; ele por pensar que, por Nina ser tão simples e livre, canse desse mundo tão cheio de deslumbramento, malícia e aprisionamento. E um tem sempre que despertar no outro a confiança e provar através da entrega plena e do sentimento que os acometeu mutuamente, que essa história é muito mais forte que qualquer dificuldade, que juntos são melhores que separados!

“Me perdoe, Nina, eu deveria ter dado um jeito de protege-la melhor, talvez até de mim mesmo... Me desculpe” (James).

“Ah, pare com isso, Jim, eu sabia no que estava me metendo quando acetei te ajudar e quando saí com você depois disso” (Marina).

Marina tenta manter suas convicções tão arraigadas como forma de blindar e proteger seu coração e sua essência de tudo que a relação com James trazia, tanto de bom quanto de ruim. O envolvimento foi tão rápido e intenso, que ambos passaram a se conhecer e a perceber pequenos detalhes e decifrar vários comportamentos do outro. Sabiam ver além da capa.
O passado resolve se apresentar com força total, mas a relação, embora tão curta cronologicamente falando, já era tão intensa, que protegeu um ao outro das maiores adversidades que se apresentaram. A intensidade e ao mesmo tempo, simplicidade desse amor, fez com que Marina mudasse sua forma de pensar e agir, entregando-se a James, de corpo e alma. O livro traz frequentemente situações que exigem escolhas, que não são fáceis e que cobram um amadurecimento e reconhecimento do outro.

“Marina, por favor, não me abandone agora. Eu me sinto tão normal quanto você quando estou ao seu lado, você trouxe certo tom de realidade para a minha vida. Não se deixe intimidar pelo que eu sou, não, nem pelo que eu faço, porque eu continuo sendo um cara apaixonado...” (James) – suspiros nível hard!

Esse romance aguçou habilidades de observação e conhecimento do outro e, claro, autoconhecimento. Ambos amadureceram, aprenderam muito com mundos tão distintos e puderam se libertar de suas amarras, cada um à sua maneira, abrindo-se para o puro sentimento que os arrebatou.
Mais uma vez posso dizer que sou fã dessa autora tão cheia de versatilidade, humor e romance em sua escrita. Suas histórias fluem tão facilmente e sempre com pensamentos congruentes e conectados. O enredo é apaixonante, nos encanta e arranca suspiros numa frequência assustadora. Ver que pessoas tão jovens, de mundos tão diferentes e com personalidades distintas podem se amar de forma tão pura e com uma entrega tão linda, fez meu coração desenvolver uma bateria de escola de samba em quase todo texto. Super recomendo essa linda história de amor, proteção e entrega!


“Até que se prove o contrário, sou sua de corpo de alma” (Marina).

sábado, 19 de novembro de 2016

Irresistível - M. S. Fayes

Livro: Irresistível
Autora: M. S. Fayes
Editora: Independente
Casal: Fay e Alex

Sinopse: Poderia haver algo que freasse a impetuosa Fay Williams? Aparentemente apenas um homem com pulso firme poderia domar aquele furacão em forma de mulher. Quando Fay e Alex se encontram pela primeira vez, faíscas voam para todos os lados, deixando marcas em ambos. Eles nunca poderiam esperar que suas carreiras acabariam se encontrando tão próximas.
Ao invés de aliados, eles se viram oponentes na batalha travada entre seus desejos e seus corações. O único que podiam atestar afinal era que, o amor é simplesmente irresistível em toda a sua essência.


Impressão do Leitor

            Bom quero dizer inicialmente que essa resenha terá uma tônica diferente das que costumo fazer. Deixa eu explicar melhor... Em geral, apesar de descrever os dois personagens principais que formam o casal da trama, o foco acaba, invariavelmente sendo no mocinho, por motivos óbvios! Nesse caso, será um pouco diferente! Enquanto em Absoluto (primeiro livro da Trilogia da Lei) Gabe ganhou meus olhos, meus ouvidos, meu coração, minha alma... Controle-se, mulher!! Em Irresistível foi a desinibida, impetuosa e cheia de sagacidade Fay que me conquistou!
            A M.S. Fayes nos traz uma personagem marcada por um passado doloroso, sendo obrigada desde muito cedo, a abdicar de toda uma vida, seguindo por um caminho tortuoso, compelida a enfrentar separações e situações aversivas. Na minha opinião isso a marcou e construiu um repertório comportamental, que, embora pareça contraditório, dotou-a de uma força sobrenatural, mas ao mesmo tempo, de uma fragilidade marcante. Força por tudo que passou, sozinha, em segredo, aprendendo a lidar com as adversidades (às vezes extremamente exposta às contingências), contundo, em contrapartida, isso também a fragilizou! Considero que Fay, na verdade, usava essa força como forma de mascarar, esconder seu lado frágil e suscetível, através de seu jeito impetuoso, despojado e sem amarras.
            Era uma jovem extremamente sagaz, determinada, inteligente, sarcástica, que tinha um lado cômico muito aflorado. Adorava sentir-se livre, inclusive das convenções sociais. No que se refere ao amor, Fay não se negava a entregar-se sexualmente a alguém que a interessasse, porém, seu coração permanecia blindado. Avalio que isso se deve ao medo de que, por qualquer motivo, precisasse ser obrigada a abdicar de um grande amor e sumir, o que seria intensamente sofrido para uma pessoa que já havia passado por perdas forçadas.

“Eu tive que deixar de ser quem eu era ali. Tive que abandonar uma vida inteira” (Fay)
            A ideia que tenho é que essa mulher é uma pessoa altruísta, pois, além de proteger-se de novas perdas, ela considera que diante de sua vida um tanto conturbada no passado, evitar apaixonar-se por alguém, é, acima de tudo, proteger o outro de alguém com tantas questões em suspenso. Ledo engano...
            E, em função desse lado impetuoso, Fay depara-se com Alex, um homem dotado de uma beleza selvagem e de extrema determinação. Um encontro carregado de extrema eletricidade, tão palpável, que senti o choque transcender o livro (abana aqui, por favor!). Um jogo de sedução tão bem descrito, que poderíamos nos sentir parte integrante da história e Fay pôde experenciar algo tão intenso que sentiu-se como se já conhecesse Alex há anos, e não apenas há uma noite. Não posso denominar de outra maneira, a conexão foi instantânea, o desejo foi arrebatador.
            Mesmo que o primeiro encontro tenha sido carnal, já ficou claro que um era diferente para outro, em relação ao que estavam acostumados. Descobriram-se fazendo coisas que não costumavam em encontros casuais... Mal sabiam os dois o que estava por vir.
            Fay encantou-se por Alex logo no primeiro momento (eu também, só para deixar registrado!), o que a assustou e deixou-a confusa, já que era uma pessoa prática e livre de acessos românticos. Ao mesmo tempo que queria sair correndo e deixar aquele momento para trás, ela era acometida pelo sentimento intenso de perda ao deixar esse IRRESISTÍVEL exemplar masculino para trás.
            Após esse encontro com Alex, e de sua fuga repentina, Fay passou a ser invadida pelas lembranças de sua avó, trazendo sua origem Irlandesa à tona, uma aura mística e mágica, com ensinamentos que ela sempre preteriu. Seus caminhos nunca mais haviam se cruzado, e, após um acontecimento marcante no centro comunitário onde era voluntária, Alex volta a sua vida de uma maneira inesperada, coisa do destino? Será que a vovó Li tinha razão? Esses acontecimentos acabaram também, por trazer fantasmas do passado.
            E o destino prega peças, eis que este reencontro acaba por acontecer em uma situação tão formal, com exigências éticas e profissionais. Ele enquanto chefe da promotoria e ela, uma assistente, a ele subordinada. Mesmo assim, diante dessa conjuntura, Fay comportou-se como Fay!
            Esse reencontro inesperado, mostrou que Alex era tentadoramente possessivo em relação a Fay, mesmo após uma noite apenas. Ela se tornou uma ideia fixa; uma necessidade imensa de tê-la e conhece-la melhor, tomou conta dele de forma arrebatadora e irremediável.   Em contrapartida, Alex fazia com que as emoções de Fay ficassem a flor da pele, quase de uma maneira descontrolada, tão diferente do que ela estava acostumada, tirando-a de sua zona de conforto.

“Cheguei a ficar altamente super aquecida com toda essa sua cena machista... Porém, não sou um objeto a ser possuído, ou ser disputados numa briga de garotos, entendeu? Apenas confie em mim” (Fay).

            Da mesma forma que eu avaliei no livro anterior que Kate era Gabe de saias. Aqui me parece que Alex era Fay de calças... Eram a tampa e a panela... Ele sabia ler o comportamento de Fay, antecipar possíveis comportamentos de fuga, compreender alguns rompantes, que foi se tornando cada vez mais difícil Fay resistir aos seus encantos.
            Entre rompantes de paixão e tentativas de compreender o poder que a presença de um tinha nas emoções do outro, esse casal foi construindo uma história magnética, que me tirava o fôlego inúmeras vezes tamanha a intensidade e impetuosidade deles. Apesar dessa característica pessoal e como casal ser tão marcante, eles tinham um quê de docilidade, embora ambos não soubessem como portar-se diante de um sentimento tão grande que foi-se construindo.

“É mais fácil confiar quando as pessoas se colocam disponíveis. Você é tão fechada, às vezes. Não brinque com fogo, ruiva. Você pode acabar saindo mais chamuscada do que gostaria...” (Alex).

            A independência de Fay, assim como seu comportamento mais intempestivo, deixava Alex sem saber como comporta-se e despertava nele seus instintos mais primitivos, necessidade que nunca precisou lidar antes. O atrevimento e espontaneidade de Fay o tirava do sério, mas ao mesmo tempo, era o que mais o envolvia, e foi assim que se deu conta que estava irremediavelmente apaixonado por ela.

 “Okay. Traga gasolina da próxima vez, você vai perceber que sou forjada no fogo, Viking.” (Fay).
             
Alex também tinha um passado do qual não queria lembrar, que mantinha guardado a sete chaves, assim como Fay. Os passados de ambos os transformaram nas pessoas que são hoje. Ambos ainda têm resquícios de uma época sublimada na forma que se comportam, mesmo que tentem esconder, de alguma maneira, o passado os conduz. As verdades ocultas, escondidas e sublimadas, começam a ser reveladas e ao mesmo tempo que trazem sofrimento, vem acompanhada da redenção e da possibilidade de entregarem-se, livres, para o sentimento que se estabeleceu com toda a força no coração de ambos. Contudo essa redenção não vem de maneira fácil!
Fay amedrontou-se, recuou e se fechou ainda mais quando percebeu claramente seus sentimentos e os de Alex. O medo que ela tinha do seu passado, o medo de ser feliz, o medo do futuro, não permitiu em um primeiro momento, que ela vivesse a plenitude de seu amor, negando o que Alex sentia e afastando-se dessa história que lhe fazia tão bem.

Eu vou esperar. Não estou cobrando. Não estou cobrando que você me ame de volta ou a historia do seu passado que você deixa trancada dentro de si. Só cansei de ter que segurar as emoções que você me provoca simplesmente por medo de você fugir.” (Alex)

Mas não dizem que o sofrimento engradece? Pois bem... Ambos descobriram de uma forma mais difícil, como o amor suplanta qualquer medo ou adversidade. Mesmo que a duras penas, o reconhecimento e amadurecimento do amor pleno que sentiam um pelo outro fez com que destruíssem as barreiras erguidas ao longo da vida em seus corações e suas almas, promovendo uma linda comunhão de um homem e uma mulher, cheios de marcas, feridas cicatrizadas, mas que, acima e apesar de tudo, eram capazes de viver um amor único e inspirador.
Mais uma vez posso afirmar convictamente o quanto a escrita da M.S. Fayes nos envolve intensamente na trama, a tal ponto, que vivenciamos os sentimentos de cada personagem de forma tão realista. Ela consegue, em Irresistível, provocar emoções diversas: sentimos medo, alegria, raiva, mas sobretudo, sentimos o amor intenso e impetuoso que os personagens têm um pelo outro que nos sentimos como parte deste enredo único, intrigante, instigante, apaixonante e IRRESISTÍVEL.


“Eu nunca me permiti amar ninguém de verdade, Alex. Nunca. Até conhecer você. Eu te amo, Alex. Só a você” (Fay)