sábado, 19 de novembro de 2016

Irresistível - M. S. Fayes

Livro: Irresistível
Autora: M. S. Fayes
Editora: Independente
Casal: Fay e Alex

Sinopse: Poderia haver algo que freasse a impetuosa Fay Williams? Aparentemente apenas um homem com pulso firme poderia domar aquele furacão em forma de mulher. Quando Fay e Alex se encontram pela primeira vez, faíscas voam para todos os lados, deixando marcas em ambos. Eles nunca poderiam esperar que suas carreiras acabariam se encontrando tão próximas.
Ao invés de aliados, eles se viram oponentes na batalha travada entre seus desejos e seus corações. O único que podiam atestar afinal era que, o amor é simplesmente irresistível em toda a sua essência.


Impressão do Leitor

            Bom quero dizer inicialmente que essa resenha terá uma tônica diferente das que costumo fazer. Deixa eu explicar melhor... Em geral, apesar de descrever os dois personagens principais que formam o casal da trama, o foco acaba, invariavelmente sendo no mocinho, por motivos óbvios! Nesse caso, será um pouco diferente! Enquanto em Absoluto (primeiro livro da Trilogia da Lei) Gabe ganhou meus olhos, meus ouvidos, meu coração, minha alma... Controle-se, mulher!! Em Irresistível foi a desinibida, impetuosa e cheia de sagacidade Fay que me conquistou!
            A M.S. Fayes nos traz uma personagem marcada por um passado doloroso, sendo obrigada desde muito cedo, a abdicar de toda uma vida, seguindo por um caminho tortuoso, compelida a enfrentar separações e situações aversivas. Na minha opinião isso a marcou e construiu um repertório comportamental, que, embora pareça contraditório, dotou-a de uma força sobrenatural, mas ao mesmo tempo, de uma fragilidade marcante. Força por tudo que passou, sozinha, em segredo, aprendendo a lidar com as adversidades (às vezes extremamente exposta às contingências), contundo, em contrapartida, isso também a fragilizou! Considero que Fay, na verdade, usava essa força como forma de mascarar, esconder seu lado frágil e suscetível, através de seu jeito impetuoso, despojado e sem amarras.
            Era uma jovem extremamente sagaz, determinada, inteligente, sarcástica, que tinha um lado cômico muito aflorado. Adorava sentir-se livre, inclusive das convenções sociais. No que se refere ao amor, Fay não se negava a entregar-se sexualmente a alguém que a interessasse, porém, seu coração permanecia blindado. Avalio que isso se deve ao medo de que, por qualquer motivo, precisasse ser obrigada a abdicar de um grande amor e sumir, o que seria intensamente sofrido para uma pessoa que já havia passado por perdas forçadas.

“Eu tive que deixar de ser quem eu era ali. Tive que abandonar uma vida inteira” (Fay)
            A ideia que tenho é que essa mulher é uma pessoa altruísta, pois, além de proteger-se de novas perdas, ela considera que diante de sua vida um tanto conturbada no passado, evitar apaixonar-se por alguém, é, acima de tudo, proteger o outro de alguém com tantas questões em suspenso. Ledo engano...
            E, em função desse lado impetuoso, Fay depara-se com Alex, um homem dotado de uma beleza selvagem e de extrema determinação. Um encontro carregado de extrema eletricidade, tão palpável, que senti o choque transcender o livro (abana aqui, por favor!). Um jogo de sedução tão bem descrito, que poderíamos nos sentir parte integrante da história e Fay pôde experenciar algo tão intenso que sentiu-se como se já conhecesse Alex há anos, e não apenas há uma noite. Não posso denominar de outra maneira, a conexão foi instantânea, o desejo foi arrebatador.
            Mesmo que o primeiro encontro tenha sido carnal, já ficou claro que um era diferente para outro, em relação ao que estavam acostumados. Descobriram-se fazendo coisas que não costumavam em encontros casuais... Mal sabiam os dois o que estava por vir.
            Fay encantou-se por Alex logo no primeiro momento (eu também, só para deixar registrado!), o que a assustou e deixou-a confusa, já que era uma pessoa prática e livre de acessos românticos. Ao mesmo tempo que queria sair correndo e deixar aquele momento para trás, ela era acometida pelo sentimento intenso de perda ao deixar esse IRRESISTÍVEL exemplar masculino para trás.
            Após esse encontro com Alex, e de sua fuga repentina, Fay passou a ser invadida pelas lembranças de sua avó, trazendo sua origem Irlandesa à tona, uma aura mística e mágica, com ensinamentos que ela sempre preteriu. Seus caminhos nunca mais haviam se cruzado, e, após um acontecimento marcante no centro comunitário onde era voluntária, Alex volta a sua vida de uma maneira inesperada, coisa do destino? Será que a vovó Li tinha razão? Esses acontecimentos acabaram também, por trazer fantasmas do passado.
            E o destino prega peças, eis que este reencontro acaba por acontecer em uma situação tão formal, com exigências éticas e profissionais. Ele enquanto chefe da promotoria e ela, uma assistente, a ele subordinada. Mesmo assim, diante dessa conjuntura, Fay comportou-se como Fay!
            Esse reencontro inesperado, mostrou que Alex era tentadoramente possessivo em relação a Fay, mesmo após uma noite apenas. Ela se tornou uma ideia fixa; uma necessidade imensa de tê-la e conhece-la melhor, tomou conta dele de forma arrebatadora e irremediável.   Em contrapartida, Alex fazia com que as emoções de Fay ficassem a flor da pele, quase de uma maneira descontrolada, tão diferente do que ela estava acostumada, tirando-a de sua zona de conforto.

“Cheguei a ficar altamente super aquecida com toda essa sua cena machista... Porém, não sou um objeto a ser possuído, ou ser disputados numa briga de garotos, entendeu? Apenas confie em mim” (Fay).

            Da mesma forma que eu avaliei no livro anterior que Kate era Gabe de saias. Aqui me parece que Alex era Fay de calças... Eram a tampa e a panela... Ele sabia ler o comportamento de Fay, antecipar possíveis comportamentos de fuga, compreender alguns rompantes, que foi se tornando cada vez mais difícil Fay resistir aos seus encantos.
            Entre rompantes de paixão e tentativas de compreender o poder que a presença de um tinha nas emoções do outro, esse casal foi construindo uma história magnética, que me tirava o fôlego inúmeras vezes tamanha a intensidade e impetuosidade deles. Apesar dessa característica pessoal e como casal ser tão marcante, eles tinham um quê de docilidade, embora ambos não soubessem como portar-se diante de um sentimento tão grande que foi-se construindo.

“É mais fácil confiar quando as pessoas se colocam disponíveis. Você é tão fechada, às vezes. Não brinque com fogo, ruiva. Você pode acabar saindo mais chamuscada do que gostaria...” (Alex).

            A independência de Fay, assim como seu comportamento mais intempestivo, deixava Alex sem saber como comporta-se e despertava nele seus instintos mais primitivos, necessidade que nunca precisou lidar antes. O atrevimento e espontaneidade de Fay o tirava do sério, mas ao mesmo tempo, era o que mais o envolvia, e foi assim que se deu conta que estava irremediavelmente apaixonado por ela.

 “Okay. Traga gasolina da próxima vez, você vai perceber que sou forjada no fogo, Viking.” (Fay).
             
Alex também tinha um passado do qual não queria lembrar, que mantinha guardado a sete chaves, assim como Fay. Os passados de ambos os transformaram nas pessoas que são hoje. Ambos ainda têm resquícios de uma época sublimada na forma que se comportam, mesmo que tentem esconder, de alguma maneira, o passado os conduz. As verdades ocultas, escondidas e sublimadas, começam a ser reveladas e ao mesmo tempo que trazem sofrimento, vem acompanhada da redenção e da possibilidade de entregarem-se, livres, para o sentimento que se estabeleceu com toda a força no coração de ambos. Contudo essa redenção não vem de maneira fácil!
Fay amedrontou-se, recuou e se fechou ainda mais quando percebeu claramente seus sentimentos e os de Alex. O medo que ela tinha do seu passado, o medo de ser feliz, o medo do futuro, não permitiu em um primeiro momento, que ela vivesse a plenitude de seu amor, negando o que Alex sentia e afastando-se dessa história que lhe fazia tão bem.

Eu vou esperar. Não estou cobrando. Não estou cobrando que você me ame de volta ou a historia do seu passado que você deixa trancada dentro de si. Só cansei de ter que segurar as emoções que você me provoca simplesmente por medo de você fugir.” (Alex)

Mas não dizem que o sofrimento engradece? Pois bem... Ambos descobriram de uma forma mais difícil, como o amor suplanta qualquer medo ou adversidade. Mesmo que a duras penas, o reconhecimento e amadurecimento do amor pleno que sentiam um pelo outro fez com que destruíssem as barreiras erguidas ao longo da vida em seus corações e suas almas, promovendo uma linda comunhão de um homem e uma mulher, cheios de marcas, feridas cicatrizadas, mas que, acima e apesar de tudo, eram capazes de viver um amor único e inspirador.
Mais uma vez posso afirmar convictamente o quanto a escrita da M.S. Fayes nos envolve intensamente na trama, a tal ponto, que vivenciamos os sentimentos de cada personagem de forma tão realista. Ela consegue, em Irresistível, provocar emoções diversas: sentimos medo, alegria, raiva, mas sobretudo, sentimos o amor intenso e impetuoso que os personagens têm um pelo outro que nos sentimos como parte deste enredo único, intrigante, instigante, apaixonante e IRRESISTÍVEL.


“Eu nunca me permiti amar ninguém de verdade, Alex. Nunca. Até conhecer você. Eu te amo, Alex. Só a você” (Fay)

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