Livro: 11 Noites com você
Autora: Aline Sant’Ana
Editora: Charme
Casal: Kizzie e Zane
Exceto agora.
Em uma mudança de gestão, troca-se de empresário, e o que Zane não esperava era que os bastidores seriam coordenados por uma linda mulher, prometendo consertar as pontas soltas. Kizzie Hastings, a empresária, passará por um teste de onze noites pela Europa com a The M's em turnê. Zane, fazendo pouco caso da situação, não vê grandiosidade nisso.
No entanto, quando percebe que Kizzie é a única pessoa imune aos seus encantos, acaba por abraçar um desafio pessoal, sem saber que há muito mais em jogo do que somente a sedução.”.
Impressão do Leitor
“Se for verdadeiro, vai permanecer”. (Kizzie).
Não
é segredo para ninguém o quanto ansiei pelo livro do MEU ZANE. Sempre coloquei
abertamente o quanto sou apaixonada por esse jeito dele de bad boy e ao mesmo
tempo cheio de uma sensibilidade intrínseca que ele tanto tenta mascarar,
associado também a essa aura de rockstar extremamente sedutora. Já fiquei
plenamente encantada com tudo que ele representou nos dois exemplares da série,
especialmente em 7 Dias para Sempre; em como ele conseguiu mostrar os dois
lados de uma mesma moeda, tão antagônicos e ao mesmo tempo tão complementares.
Zane é tudo isso, gente. Em muitos momentos, é um leão perseguindo sua presa,
mas em outros, um gatinho assustado precisando de proteção e carinho (Me
canditado!), o que o torna ainda mais sedutor e apaixonante!
Antes
de tudo quero dizer que o livro está lindo! A trilha sonora está incrível e
desperta sentimentos especiais em cada capítulo. A diagramação está perfeita,
as fotos dos modelos que inspiraram os personagens principais só vieram a
enriquecer ainda mais o material e completar a beleza que é a escrita da Aline.
Faço destaque especial ao Enrico Ravenna, que interpretou tão lindamente o
nosso Zane, personificando de maneira única esse personagem que é tão especial
para mim e para muitas leitoras da Aline.
O
livro permite que nos deliciemos com esse homem tão complexo. Um homem
apaixonado pela família e pelos amigos, dono de um instinto protetor peculiar e
primal; além de um característico senso de humor. Realiza-se na música, uma
paixão que fica impossível mensurar e até nominar. Transforma-se no palco,
quando está de posse de sua Fender. É, contudo, um homem fechado para o amor,
entregando-se somente aos “prazeres mundanos”. Sempre teve todas as mulheres
que quis, e não somente pela fama, pois esse traquejo com público feminino vem
dos tempos áureos da adolescência.
Em
minha opinião a crença de que Zane usa as mulheres somente para seu prazer, é
falsa. Na verdade as mulheres se aproveitam da combinação perfeita que ele é:
lindo, sensual, rockstar e que sabe dar prazer a uma mulher! Mas nunca nenhuma
mulher foi capaz de despertar em Zane o ilustre sentimento do amor, no máximo,
desejo. Zane, por ser intenso, e assim levar sua vida, era um homem de
extremos. Ele era direto, especialmente quando desejava algo. Achava que vivia
intensamente pelo estilo de vida que escolheu como filosofia, não sendo capaz
de reconhecer que a verdadeira amplitude e sentido da vida estavam no amor e
seus prazeres. Até conhecer Kizzie...
“O que você teme tanto a respeito do amor? Ele dá certo, Zane. Funciona
para todo mundo que encontra a reciprocidade no sentimento.” (Erin).
“Porque, caralho, eu estou confortável dentro do meu próprio mundo,
vivendo a minha vida, aproveitando a fama que a banda me trouxe”. (Zane).
Kizzie
é uma mulher cuja força chama atenção, embora tenha um quê de fragilidade
ofuscada. É resoluta e determinada, e corre atrás de seus sonhos com extrema
dedicação e competência; é profissional ao extremo, não se permitindo muitas
vezes, misturar lazer e trabalho.. Sabe onde pisa, sabe o que quer (e o que não
quer!). Tem uma capacidade de articulação e comunicação invejáveis. Essa mulher
é uma máquina e ganhou minha admiração. É uma mulher muito bonita e cheia de
sensualidade
“Kizzie, o que você está fazendo com a minha cabeça, porra?” (Zane).
Ela
foi moldada para Zane, para coloca-lo no eixo de sua própria vida. Contudo,
antes precisava se curar. Curar o coração sofrido para ser capaz de se entregar
emocionalmente a alguém, sem racionalizar demais. Embora jovem, tem um passado
que deixou profundas marcas em seu coração; passado este (já não tão remoto),
que ainda fazia parte constante e insistente de seu presente, ameaçando sua
estabilidade emocional. Diante das perdas e da raiva que vivenciou ao longo de
sua vida, Kizzie exibe um padrão comportamental de fuga e esquiva, que impede
experenciar algumas emoções e a entrega a alguns sentimentos para os quais se
blindou.
Com
tudo isso, fica claro que a vida desse casal não seria fácil até o tão almejado
“Felizes para Sempre”. Ambos fechados e incrédulos sobre o amor, esse sentimento
tão nobre, indicava que tudo ia dar errado, que se repeliriam tal qual lados de
mesma carga em um imã! Mas como a matemática do amor não existe leis que a regem,
esse casal bombástico foi um exemplo clássico e prático dessa verdade absoluta.
Zane e Kizzie se atraíram com um magnetismo tal, que ficamos sem fôlego. No
início, uma batalha foi travada. De um lado, Zane, um homem determinado a
conquistar a única mulher que despertou um insano desejo e uma inquebrantável
resistência aos seus encantos. Do outro, Kizzie, uma mulher determinada a
resistir ao poder de sedução deste homem que exala sensualidade por todos os poros.
Quem venceria essa batalha?
Após
um convívio diário de forma tão intensa, Zane foi capaz de mostrar o seu lado
mais romântico (ao seu modo, é claro!), mas algo novo para todos que o conhecem,
especialmente para ele mesmo. Ao longo dos dias, percebemos o quanto o desejo
vai se transformando em um caldeirão de diferentes emoções, suplantando quaisquer
medos e receios de entrega por parte de ambos. À medida que vão se conhecendo,
percebem que se completam, mesmo que não seja de forma tão imediata. Afirmo com
convicção que aqueles que os rodeiam, acabaram por perceber primeiramente que
algo muito maior existia entre eles.
Alguns
empecilhos surgiram ao longo dessa estrada romântica, o excesso de
profissionalismo de Kizzie, a impulsividade de Zane, os segredos. Mas tudo isso
foi um tempero a mais, tornando a trama cada vez mais alucinante. A inocência e
ingenuidade de Zane, associados a sentimentos que ele nunca havia
experimentado, incluiu em seu repertório comportamental uma gama de
comportamentos inéditos à Zane, como os ciúmes e a necessidade de fazer uma
mulher extremamente feliz, mesmo que precisasse cometer alguns erros para
garantir sua felicidade e proteção. Esses instintos ganharam força a partir do momento
que os segredos que Kizzie guardou a sete chaves, foram sendo revelados. Ela
abalou as estruturas dele, causando extrema confusão e mexendo em sua zona de
conforto. Ele se abriu com ela e para ela.
“Porra, ultimamente não tenho compreendido muito a mim mesmo – acho
que tem alguma coisa errada acontecendo comigo nessas últimas vinte e quatro
horas”. (Zane).
É
claro que precisavam ser testados. Um sentimento tão nobre, mas tão recente e
arrebatador, gerou medo, naturalmente, fazendo com que ambos precisassem
amadurecer rapidamente para compreender e assimilar tudo que viviam de forma
meteórica. Sabe aquela coisa de estar destinado? Foi exatamente isso. Esse
casal é complemento um do outro. Um funcionou para o outro como uma ferramenta
para o aprendizado e amadurecimento, redenção e cura de feridas abertas e
aparentemente irrecuperáveis. E quando perceberam que já estavam entregues, não
teve volta, e confesso que foi mágico.
Kizzie
representa para Zane a racionalidade e o despertar de emoções, a possibilidade
de crescer e de amar, a força e o altruísmo. Zane representa para Kizzie a
segunda chance, o reconhecimento do verdadeiro amor e o conhecimento de suas
emoções, permite a descoberta da vida, das experiências, da não racionalização
de tudo, de que não precisa ser onipresente, que pode ser cuidada, protegida e
especialmente, merece ser verdadeiramente amada.
Kizzie
oscilava entre a forca e a fragilidade e com Zane se permitiu encontrar o equilíbrio.
Zane consentiu conhecer o lado não sexual dos relacionamentos, e mais além,
aprendeu a apreciar esses momentos de trocas ao lado da Kizzie. Kizzie
facilitou que Zane encontrasse a sua melhor versão; ela poderia ser sua ruína,
ou sua salvação. A originalidade da entrega de Zane e a sinceridade da rendição
de Kizzie foram momentos de tirar o ar, apertar o coração e fortalecer a crença
no amor e na possibilidade de ser feliz.
“Você não tinha que se defender, Kizzie. Tinha que se entregar para
mim, por inteiro. Da mesma maneira que cada parte minha foi entregue a você”.
(Zane).
E
para aqueles que achavam que o Zane não era capaz de amar, ele nos mostra
exatamente o contrário. Eu já sabia dessa sua capacidade e tinha certeza que
quando ele amasse, o faria intensamente, desmedidamente, mas ao mesmo tempo
inocentemente. Quando ele amasse, o faria a maneira ZANE de ser, portanto, de
maneira única, pessoal e intransferível. Zane é Zane, e por isso é apaixonante
e viciante.
Quando
se entregou ao amor, nos fez querer estar no lugar da Kizzie, nos fez torcer
pela sua felicidade, nos fez entender que todos merecem amar e ser amados, nos
fez perceber que o amor deve ser vivido da maneira que sabemos e que nos faz
bem. Ela despertou a necessidade dele em querer mais, em desejar ser mais e
melhor. Zane era intenso no olhar, no sentir, no demonstrar, no proteger. Mas
sua intensidade encantava e não sufocava. Zane foi romântico, inocente,
sedutor, impulsivo, protetor, ingênuo, amigo, amante, sensível e bruto quando
precisava; tudo isso numa magnitude a la Zane, o que foi o melhor tempero do
livro. Só quero destacar que a Kizzie, no critério personalidade, é marrentinha
como Zane, muitos aspectos são semelhantes nos dois, o que torna esse caldeirão
de emoções ainda mais excitante e tentador. O amor, por mais sublime que seja, precisa
pilares que o solidifique e fortaleça, precisa de confiança, sinceridade, individualidade,
fidelidade ao outro, mas acima de tudo a si mesmo. E tudo isso o casal foi aprendendo
ao longo do intenso processo de amadurecimento, autoconhecimento e reconhecimento.
“Eu quero ser o melhor para você” (Zane).
Aline
Sant’Ana, com mais essa obra prima, nos fez compreender que o amor é atemporal,
é icônico, é inocente e malicioso na mesma medida; é a completude de dois seres
e a base da felicidade. Isso me fez derramar lágrimas e desencadear risos,
emoções antagônicas, que só Zane é capaz de despertar. Mostrou-nos ainda, que
além do amor carnal e o amor afetivo pelo outro, precisamos primeiramente do
amor próprio. Amando-nos incondicionalmente e tendo fé em nós mesmos, poderemos
amar o outro e viver as emoções e as experiências que ele nos proporciona em
sua totalidade, sem empecilhos e amarras. Mais uma vez ela nos mostra que o
amor pode ser arrebatador, na imprevisibilidade, na capacidade intrínseca e
necessária que todos temos (e precisamos) de vivê-lo em toda a sua magnitude. Ah,
e respondendo a pergunta que lancei ao longo da resenha: não houve vencedores
para a batalha, ou ambos venceram; na verdade a vitória foi do AMOR! Eles eram
o agora e o para sempre, sem falsas promessas, mas com o amor em plenitude.
“... Eu, como te disse, nunca amei ninguém assim, nunca amei, em toda
a minha vida. Agora eu sei bem o que é o amor.” (Zane).