sábado, 4 de março de 2017

11 Noites com Você - Aline Sant'Ana - Editora Charme

Livro: 11 Noites com você
Autora: Aline Sant’Ana
Editora: Charme
Casal: Kizzie e Zane
Sinopse: “Zane D'Auvray é incapaz de dizer não às mulheres. O guitarrista da The M's aproveita-se da fama e nunca encontrou motivos para se estabilizar em um relacionamento. Todas as atitudes promíscuas que tomou durante a vida jamais foram questionadas. 
Exceto agora.
Em uma mudança de gestão, troca-se de empresário, e o que Zane não esperava era que os bastidores seriam coordenados por uma linda mulher, prometendo consertar as pontas soltas. Kizzie Hastings, a empresária, passará por um teste de onze noites pela Europa com a The M's em turnê. Zane, fazendo pouco caso da situação, não vê grandiosidade nisso.
No entanto, quando percebe que Kizzie é a única pessoa imune aos seus encantos, acaba por abraçar um desafio pessoal, sem saber que há muito mais em jogo do que somente a sedução.”.

Impressão do Leitor

“Se for verdadeiro, vai permanecer”. (Kizzie).

Não é segredo para ninguém o quanto ansiei pelo livro do MEU ZANE. Sempre coloquei abertamente o quanto sou apaixonada por esse jeito dele de bad boy e ao mesmo tempo cheio de uma sensibilidade intrínseca que ele tanto tenta mascarar, associado também a essa aura de rockstar extremamente sedutora. Já fiquei plenamente encantada com tudo que ele representou nos dois exemplares da série, especialmente em 7 Dias para Sempre; em como ele conseguiu mostrar os dois lados de uma mesma moeda, tão antagônicos e ao mesmo tempo tão complementares. Zane é tudo isso, gente. Em muitos momentos, é um leão perseguindo sua presa, mas em outros, um gatinho assustado precisando de proteção e carinho (Me canditado!), o que o torna ainda mais sedutor e apaixonante!
Antes de tudo quero dizer que o livro está lindo! A trilha sonora está incrível e desperta sentimentos especiais em cada capítulo. A diagramação está perfeita, as fotos dos modelos que inspiraram os personagens principais só vieram a enriquecer ainda mais o material e completar a beleza que é a escrita da Aline. Faço destaque especial ao Enrico Ravenna, que interpretou tão lindamente o nosso Zane, personificando de maneira única esse personagem que é tão especial para mim e para muitas leitoras da Aline.
O livro permite que nos deliciemos com esse homem tão complexo. Um homem apaixonado pela família e pelos amigos, dono de um instinto protetor peculiar e primal; além de um característico senso de humor. Realiza-se na música, uma paixão que fica impossível mensurar e até nominar. Transforma-se no palco, quando está de posse de sua Fender. É, contudo, um homem fechado para o amor, entregando-se somente aos “prazeres mundanos”. Sempre teve todas as mulheres que quis, e não somente pela fama, pois esse traquejo com público feminino vem dos tempos áureos da adolescência.
Em minha opinião a crença de que Zane usa as mulheres somente para seu prazer, é falsa. Na verdade as mulheres se aproveitam da combinação perfeita que ele é: lindo, sensual, rockstar e que sabe dar prazer a uma mulher! Mas nunca nenhuma mulher foi capaz de despertar em Zane o ilustre sentimento do amor, no máximo, desejo. Zane, por ser intenso, e assim levar sua vida, era um homem de extremos. Ele era direto, especialmente quando desejava algo. Achava que vivia intensamente pelo estilo de vida que escolheu como filosofia, não sendo capaz de reconhecer que a verdadeira amplitude e sentido da vida estavam no amor e seus prazeres. Até conhecer Kizzie...

“O que você teme tanto a respeito do amor? Ele dá certo, Zane. Funciona para todo mundo que encontra a reciprocidade no sentimento.” (Erin).
“Porque, caralho, eu estou confortável dentro do meu próprio mundo, vivendo a minha vida, aproveitando a fama que a banda me trouxe”. (Zane).

Kizzie é uma mulher cuja força chama atenção, embora tenha um quê de fragilidade ofuscada. É resoluta e determinada, e corre atrás de seus sonhos com extrema dedicação e competência; é profissional ao extremo, não se permitindo muitas vezes, misturar lazer e trabalho.. Sabe onde pisa, sabe o que quer (e o que não quer!). Tem uma capacidade de articulação e comunicação invejáveis. Essa mulher é uma máquina e ganhou minha admiração. É uma mulher muito bonita e cheia de sensualidade

“Kizzie, o que você está fazendo com a minha cabeça, porra?” (Zane).

Ela foi moldada para Zane, para coloca-lo no eixo de sua própria vida. Contudo, antes precisava se curar. Curar o coração sofrido para ser capaz de se entregar emocionalmente a alguém, sem racionalizar demais. Embora jovem, tem um passado que deixou profundas marcas em seu coração; passado este (já não tão remoto), que ainda fazia parte constante e insistente de seu presente, ameaçando sua estabilidade emocional. Diante das perdas e da raiva que vivenciou ao longo de sua vida, Kizzie exibe um padrão comportamental de fuga e esquiva, que impede experenciar algumas emoções e a entrega a alguns sentimentos para os quais se blindou.
Com tudo isso, fica claro que a vida desse casal não seria fácil até o tão almejado “Felizes para Sempre”. Ambos fechados e incrédulos sobre o amor, esse sentimento tão nobre, indicava que tudo ia dar errado, que se repeliriam tal qual lados de mesma carga em um imã! Mas como a matemática do amor não existe leis que a regem, esse casal bombástico foi um exemplo clássico e prático dessa verdade absoluta. Zane e Kizzie se atraíram com um magnetismo tal, que ficamos sem fôlego. No início, uma batalha foi travada. De um lado, Zane, um homem determinado a conquistar a única mulher que despertou um insano desejo e uma inquebrantável resistência aos seus encantos. Do outro, Kizzie, uma mulher determinada a resistir ao poder de sedução deste homem que exala sensualidade por todos os poros. Quem venceria essa batalha?
Após um convívio diário de forma tão intensa, Zane foi capaz de mostrar o seu lado mais romântico (ao seu modo, é claro!), mas algo novo para todos que o conhecem, especialmente para ele mesmo. Ao longo dos dias, percebemos o quanto o desejo vai se transformando em um caldeirão de diferentes emoções, suplantando quaisquer medos e receios de entrega por parte de ambos. À medida que vão se conhecendo, percebem que se completam, mesmo que não seja de forma tão imediata. Afirmo com convicção que aqueles que os rodeiam, acabaram por perceber primeiramente que algo muito maior existia entre eles.
Alguns empecilhos surgiram ao longo dessa estrada romântica, o excesso de profissionalismo de Kizzie, a impulsividade de Zane, os segredos. Mas tudo isso foi um tempero a mais, tornando a trama cada vez mais alucinante. A inocência e ingenuidade de Zane, associados a sentimentos que ele nunca havia experimentado, incluiu em seu repertório comportamental uma gama de comportamentos inéditos à Zane, como os ciúmes e a necessidade de fazer uma mulher extremamente feliz, mesmo que precisasse cometer alguns erros para garantir sua felicidade e proteção. Esses instintos ganharam força a partir do momento que os segredos que Kizzie guardou a sete chaves, foram sendo revelados. Ela abalou as estruturas dele, causando extrema confusão e mexendo em sua zona de conforto. Ele se abriu com ela e para ela.

“Porra, ultimamente não tenho compreendido muito a mim mesmo – acho que tem alguma coisa errada acontecendo comigo nessas últimas vinte e quatro horas”. (Zane).

É claro que precisavam ser testados. Um sentimento tão nobre, mas tão recente e arrebatador, gerou medo, naturalmente, fazendo com que ambos precisassem amadurecer rapidamente para compreender e assimilar tudo que viviam de forma meteórica. Sabe aquela coisa de estar destinado? Foi exatamente isso. Esse casal é complemento um do outro. Um funcionou para o outro como uma ferramenta para o aprendizado e amadurecimento, redenção e cura de feridas abertas e aparentemente irrecuperáveis. E quando perceberam que já estavam entregues, não teve volta, e confesso que foi mágico.
Kizzie representa para Zane a racionalidade e o despertar de emoções, a possibilidade de crescer e de amar, a força e o altruísmo. Zane representa para Kizzie a segunda chance, o reconhecimento do verdadeiro amor e o conhecimento de suas emoções, permite a descoberta da vida, das experiências, da não racionalização de tudo, de que não precisa ser onipresente, que pode ser cuidada, protegida e especialmente, merece ser verdadeiramente amada.
Kizzie oscilava entre a forca e a fragilidade e com Zane se permitiu encontrar o equilíbrio. Zane consentiu conhecer o lado não sexual dos relacionamentos, e mais além, aprendeu a apreciar esses momentos de trocas ao lado da Kizzie. Kizzie facilitou que Zane encontrasse a sua melhor versão; ela poderia ser sua ruína, ou sua salvação. A originalidade da entrega de Zane e a sinceridade da rendição de Kizzie foram momentos de tirar o ar, apertar o coração e fortalecer a crença no amor e na possibilidade de ser feliz.

“Você não tinha que se defender, Kizzie. Tinha que se entregar para mim, por inteiro. Da mesma maneira que cada parte minha foi entregue a você”. (Zane).

E para aqueles que achavam que o Zane não era capaz de amar, ele nos mostra exatamente o contrário. Eu já sabia dessa sua capacidade e tinha certeza que quando ele amasse, o faria intensamente, desmedidamente, mas ao mesmo tempo inocentemente. Quando ele amasse, o faria a maneira ZANE de ser, portanto, de maneira única, pessoal e intransferível. Zane é Zane, e por isso é apaixonante e viciante.
Quando se entregou ao amor, nos fez querer estar no lugar da Kizzie, nos fez torcer pela sua felicidade, nos fez entender que todos merecem amar e ser amados, nos fez perceber que o amor deve ser vivido da maneira que sabemos e que nos faz bem. Ela despertou a necessidade dele em querer mais, em desejar ser mais e melhor. Zane era intenso no olhar, no sentir, no demonstrar, no proteger. Mas sua intensidade encantava e não sufocava. Zane foi romântico, inocente, sedutor, impulsivo, protetor, ingênuo, amigo, amante, sensível e bruto quando precisava; tudo isso numa magnitude a la Zane, o que foi o melhor tempero do livro. Só quero destacar que a Kizzie, no critério personalidade, é marrentinha como Zane, muitos aspectos são semelhantes nos dois, o que torna esse caldeirão de emoções ainda mais excitante e tentador. O amor, por mais sublime que seja, precisa pilares que o solidifique e fortaleça, precisa de confiança, sinceridade, individualidade, fidelidade ao outro, mas acima de tudo a si mesmo. E tudo isso o casal foi aprendendo ao longo do intenso processo de amadurecimento, autoconhecimento e reconhecimento.

“Eu quero ser o melhor para você” (Zane).

Aline Sant’Ana, com mais essa obra prima, nos fez compreender que o amor é atemporal, é icônico, é inocente e malicioso na mesma medida; é a completude de dois seres e a base da felicidade. Isso me fez derramar lágrimas e desencadear risos, emoções antagônicas, que só Zane é capaz de despertar. Mostrou-nos ainda, que além do amor carnal e o amor afetivo pelo outro, precisamos primeiramente do amor próprio. Amando-nos incondicionalmente e tendo fé em nós mesmos, poderemos amar o outro e viver as emoções e as experiências que ele nos proporciona em sua totalidade, sem empecilhos e amarras. Mais uma vez ela nos mostra que o amor pode ser arrebatador, na imprevisibilidade, na capacidade intrínseca e necessária que todos temos (e precisamos) de vivê-lo em toda a sua magnitude. Ah, e respondendo a pergunta que lancei ao longo da resenha: não houve vencedores para a batalha, ou ambos venceram; na verdade a vitória foi do AMOR! Eles eram o agora e o para sempre, sem falsas promessas, mas com o amor em plenitude.


“... Eu, como te disse, nunca amei ninguém assim, nunca amei, em toda a minha vida. Agora eu sei bem o que é o amor.” (Zane).

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