sábado, 4 de março de 2017

11 Noites com Você - Aline Sant'Ana - Editora Charme

Livro: 11 Noites com você
Autora: Aline Sant’Ana
Editora: Charme
Casal: Kizzie e Zane
Sinopse: “Zane D'Auvray é incapaz de dizer não às mulheres. O guitarrista da The M's aproveita-se da fama e nunca encontrou motivos para se estabilizar em um relacionamento. Todas as atitudes promíscuas que tomou durante a vida jamais foram questionadas. 
Exceto agora.
Em uma mudança de gestão, troca-se de empresário, e o que Zane não esperava era que os bastidores seriam coordenados por uma linda mulher, prometendo consertar as pontas soltas. Kizzie Hastings, a empresária, passará por um teste de onze noites pela Europa com a The M's em turnê. Zane, fazendo pouco caso da situação, não vê grandiosidade nisso.
No entanto, quando percebe que Kizzie é a única pessoa imune aos seus encantos, acaba por abraçar um desafio pessoal, sem saber que há muito mais em jogo do que somente a sedução.”.

Impressão do Leitor

“Se for verdadeiro, vai permanecer”. (Kizzie).

Não é segredo para ninguém o quanto ansiei pelo livro do MEU ZANE. Sempre coloquei abertamente o quanto sou apaixonada por esse jeito dele de bad boy e ao mesmo tempo cheio de uma sensibilidade intrínseca que ele tanto tenta mascarar, associado também a essa aura de rockstar extremamente sedutora. Já fiquei plenamente encantada com tudo que ele representou nos dois exemplares da série, especialmente em 7 Dias para Sempre; em como ele conseguiu mostrar os dois lados de uma mesma moeda, tão antagônicos e ao mesmo tempo tão complementares. Zane é tudo isso, gente. Em muitos momentos, é um leão perseguindo sua presa, mas em outros, um gatinho assustado precisando de proteção e carinho (Me canditado!), o que o torna ainda mais sedutor e apaixonante!
Antes de tudo quero dizer que o livro está lindo! A trilha sonora está incrível e desperta sentimentos especiais em cada capítulo. A diagramação está perfeita, as fotos dos modelos que inspiraram os personagens principais só vieram a enriquecer ainda mais o material e completar a beleza que é a escrita da Aline. Faço destaque especial ao Enrico Ravenna, que interpretou tão lindamente o nosso Zane, personificando de maneira única esse personagem que é tão especial para mim e para muitas leitoras da Aline.
O livro permite que nos deliciemos com esse homem tão complexo. Um homem apaixonado pela família e pelos amigos, dono de um instinto protetor peculiar e primal; além de um característico senso de humor. Realiza-se na música, uma paixão que fica impossível mensurar e até nominar. Transforma-se no palco, quando está de posse de sua Fender. É, contudo, um homem fechado para o amor, entregando-se somente aos “prazeres mundanos”. Sempre teve todas as mulheres que quis, e não somente pela fama, pois esse traquejo com público feminino vem dos tempos áureos da adolescência.
Em minha opinião a crença de que Zane usa as mulheres somente para seu prazer, é falsa. Na verdade as mulheres se aproveitam da combinação perfeita que ele é: lindo, sensual, rockstar e que sabe dar prazer a uma mulher! Mas nunca nenhuma mulher foi capaz de despertar em Zane o ilustre sentimento do amor, no máximo, desejo. Zane, por ser intenso, e assim levar sua vida, era um homem de extremos. Ele era direto, especialmente quando desejava algo. Achava que vivia intensamente pelo estilo de vida que escolheu como filosofia, não sendo capaz de reconhecer que a verdadeira amplitude e sentido da vida estavam no amor e seus prazeres. Até conhecer Kizzie...

“O que você teme tanto a respeito do amor? Ele dá certo, Zane. Funciona para todo mundo que encontra a reciprocidade no sentimento.” (Erin).
“Porque, caralho, eu estou confortável dentro do meu próprio mundo, vivendo a minha vida, aproveitando a fama que a banda me trouxe”. (Zane).

Kizzie é uma mulher cuja força chama atenção, embora tenha um quê de fragilidade ofuscada. É resoluta e determinada, e corre atrás de seus sonhos com extrema dedicação e competência; é profissional ao extremo, não se permitindo muitas vezes, misturar lazer e trabalho.. Sabe onde pisa, sabe o que quer (e o que não quer!). Tem uma capacidade de articulação e comunicação invejáveis. Essa mulher é uma máquina e ganhou minha admiração. É uma mulher muito bonita e cheia de sensualidade

“Kizzie, o que você está fazendo com a minha cabeça, porra?” (Zane).

Ela foi moldada para Zane, para coloca-lo no eixo de sua própria vida. Contudo, antes precisava se curar. Curar o coração sofrido para ser capaz de se entregar emocionalmente a alguém, sem racionalizar demais. Embora jovem, tem um passado que deixou profundas marcas em seu coração; passado este (já não tão remoto), que ainda fazia parte constante e insistente de seu presente, ameaçando sua estabilidade emocional. Diante das perdas e da raiva que vivenciou ao longo de sua vida, Kizzie exibe um padrão comportamental de fuga e esquiva, que impede experenciar algumas emoções e a entrega a alguns sentimentos para os quais se blindou.
Com tudo isso, fica claro que a vida desse casal não seria fácil até o tão almejado “Felizes para Sempre”. Ambos fechados e incrédulos sobre o amor, esse sentimento tão nobre, indicava que tudo ia dar errado, que se repeliriam tal qual lados de mesma carga em um imã! Mas como a matemática do amor não existe leis que a regem, esse casal bombástico foi um exemplo clássico e prático dessa verdade absoluta. Zane e Kizzie se atraíram com um magnetismo tal, que ficamos sem fôlego. No início, uma batalha foi travada. De um lado, Zane, um homem determinado a conquistar a única mulher que despertou um insano desejo e uma inquebrantável resistência aos seus encantos. Do outro, Kizzie, uma mulher determinada a resistir ao poder de sedução deste homem que exala sensualidade por todos os poros. Quem venceria essa batalha?
Após um convívio diário de forma tão intensa, Zane foi capaz de mostrar o seu lado mais romântico (ao seu modo, é claro!), mas algo novo para todos que o conhecem, especialmente para ele mesmo. Ao longo dos dias, percebemos o quanto o desejo vai se transformando em um caldeirão de diferentes emoções, suplantando quaisquer medos e receios de entrega por parte de ambos. À medida que vão se conhecendo, percebem que se completam, mesmo que não seja de forma tão imediata. Afirmo com convicção que aqueles que os rodeiam, acabaram por perceber primeiramente que algo muito maior existia entre eles.
Alguns empecilhos surgiram ao longo dessa estrada romântica, o excesso de profissionalismo de Kizzie, a impulsividade de Zane, os segredos. Mas tudo isso foi um tempero a mais, tornando a trama cada vez mais alucinante. A inocência e ingenuidade de Zane, associados a sentimentos que ele nunca havia experimentado, incluiu em seu repertório comportamental uma gama de comportamentos inéditos à Zane, como os ciúmes e a necessidade de fazer uma mulher extremamente feliz, mesmo que precisasse cometer alguns erros para garantir sua felicidade e proteção. Esses instintos ganharam força a partir do momento que os segredos que Kizzie guardou a sete chaves, foram sendo revelados. Ela abalou as estruturas dele, causando extrema confusão e mexendo em sua zona de conforto. Ele se abriu com ela e para ela.

“Porra, ultimamente não tenho compreendido muito a mim mesmo – acho que tem alguma coisa errada acontecendo comigo nessas últimas vinte e quatro horas”. (Zane).

É claro que precisavam ser testados. Um sentimento tão nobre, mas tão recente e arrebatador, gerou medo, naturalmente, fazendo com que ambos precisassem amadurecer rapidamente para compreender e assimilar tudo que viviam de forma meteórica. Sabe aquela coisa de estar destinado? Foi exatamente isso. Esse casal é complemento um do outro. Um funcionou para o outro como uma ferramenta para o aprendizado e amadurecimento, redenção e cura de feridas abertas e aparentemente irrecuperáveis. E quando perceberam que já estavam entregues, não teve volta, e confesso que foi mágico.
Kizzie representa para Zane a racionalidade e o despertar de emoções, a possibilidade de crescer e de amar, a força e o altruísmo. Zane representa para Kizzie a segunda chance, o reconhecimento do verdadeiro amor e o conhecimento de suas emoções, permite a descoberta da vida, das experiências, da não racionalização de tudo, de que não precisa ser onipresente, que pode ser cuidada, protegida e especialmente, merece ser verdadeiramente amada.
Kizzie oscilava entre a forca e a fragilidade e com Zane se permitiu encontrar o equilíbrio. Zane consentiu conhecer o lado não sexual dos relacionamentos, e mais além, aprendeu a apreciar esses momentos de trocas ao lado da Kizzie. Kizzie facilitou que Zane encontrasse a sua melhor versão; ela poderia ser sua ruína, ou sua salvação. A originalidade da entrega de Zane e a sinceridade da rendição de Kizzie foram momentos de tirar o ar, apertar o coração e fortalecer a crença no amor e na possibilidade de ser feliz.

“Você não tinha que se defender, Kizzie. Tinha que se entregar para mim, por inteiro. Da mesma maneira que cada parte minha foi entregue a você”. (Zane).

E para aqueles que achavam que o Zane não era capaz de amar, ele nos mostra exatamente o contrário. Eu já sabia dessa sua capacidade e tinha certeza que quando ele amasse, o faria intensamente, desmedidamente, mas ao mesmo tempo inocentemente. Quando ele amasse, o faria a maneira ZANE de ser, portanto, de maneira única, pessoal e intransferível. Zane é Zane, e por isso é apaixonante e viciante.
Quando se entregou ao amor, nos fez querer estar no lugar da Kizzie, nos fez torcer pela sua felicidade, nos fez entender que todos merecem amar e ser amados, nos fez perceber que o amor deve ser vivido da maneira que sabemos e que nos faz bem. Ela despertou a necessidade dele em querer mais, em desejar ser mais e melhor. Zane era intenso no olhar, no sentir, no demonstrar, no proteger. Mas sua intensidade encantava e não sufocava. Zane foi romântico, inocente, sedutor, impulsivo, protetor, ingênuo, amigo, amante, sensível e bruto quando precisava; tudo isso numa magnitude a la Zane, o que foi o melhor tempero do livro. Só quero destacar que a Kizzie, no critério personalidade, é marrentinha como Zane, muitos aspectos são semelhantes nos dois, o que torna esse caldeirão de emoções ainda mais excitante e tentador. O amor, por mais sublime que seja, precisa pilares que o solidifique e fortaleça, precisa de confiança, sinceridade, individualidade, fidelidade ao outro, mas acima de tudo a si mesmo. E tudo isso o casal foi aprendendo ao longo do intenso processo de amadurecimento, autoconhecimento e reconhecimento.

“Eu quero ser o melhor para você” (Zane).

Aline Sant’Ana, com mais essa obra prima, nos fez compreender que o amor é atemporal, é icônico, é inocente e malicioso na mesma medida; é a completude de dois seres e a base da felicidade. Isso me fez derramar lágrimas e desencadear risos, emoções antagônicas, que só Zane é capaz de despertar. Mostrou-nos ainda, que além do amor carnal e o amor afetivo pelo outro, precisamos primeiramente do amor próprio. Amando-nos incondicionalmente e tendo fé em nós mesmos, poderemos amar o outro e viver as emoções e as experiências que ele nos proporciona em sua totalidade, sem empecilhos e amarras. Mais uma vez ela nos mostra que o amor pode ser arrebatador, na imprevisibilidade, na capacidade intrínseca e necessária que todos temos (e precisamos) de vivê-lo em toda a sua magnitude. Ah, e respondendo a pergunta que lancei ao longo da resenha: não houve vencedores para a batalha, ou ambos venceram; na verdade a vitória foi do AMOR! Eles eram o agora e o para sempre, sem falsas promessas, mas com o amor em plenitude.


“... Eu, como te disse, nunca amei ninguém assim, nunca amei, em toda a minha vida. Agora eu sei bem o que é o amor.” (Zane).

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Presente Inesperado - M. S. Fayes

Livro: Presente Inesperado
Autora: M. S. Fayes
Editora: Independente
Casal: Fay e Alex

Sinopse: “Fay Williams estava nas nuvens. Planejando seu casamento e grávida, ela não previa que os acontecimentos fossem atropelar seus planos mirabolantes de uma grande festa espetacular para desbancar suas amigas Kate e Lana.
Correndo contra o tempo, Fay esperava que sua vida e de Alex se ajustasse aos acontecimentos inesperados, nem um pouco traçados em suas nem tão pacatas vidas. 
Em meio aos preparativos, comemorações e todas as emoções que os hormônios podiam trazer à sua vida, ela não imaginava que o destino fosse querer lhe passar a perna, mas não se chamaria Fay Bergman ao final da cerimônia de casamento, se permitisse que as adversidades e contratempos conseguissem vencê-la no final.”.

Impressão do Leitor

“Fay trouxera alegria a sua sisudez. Despertara nele o desejo de viver intensamente cada despertar como uma dádiva, como algo precioso a ser admirado e apreciado como se aquela fosse a única oportunidade. Fay era seu Carpe Diem. Mas também era seu Ad Eternum”. (M. S. Fayes).

Assim é a Fay... Em muitos momentos uma antítese encantadora e avassaladora... Nunca escondi que a Fay foi muito importante pra mim durante essa trilogia, pois confesso que aprendi muito com ela. Aprendi que precisamos nos fortalecer diante das nossas fragilidades; aprendi que precisamos dos outros para nos auxiliar nos nossos processos de amadurecimento e libertação, mas acima de tudo, precisamos nos autoconhecer para sermos capazes de garantir a nossa felicidade. A intensidade dessa personagem fez com que eu me encantasse ainda mais e buscasse compreender os seus segredos e desejos mais obscuros.
Nunca escondi também o meu amor pela Trilogia da Lei por vários motivos. Foi essa trilogia que me apresentou a esta autora Absolutamente Sagaz, Irresistivelmente Criativa e Magnificamente Talentosa (que me faz lembrar muito da Fay). Confesso que após encerrar a leitura do último livro da Trilogia, fiquei com um saudosismo estranho, uma necessidade de mais desses personagens tão cativantes. Pois bem, M.S. Fayes não nos decepcionou e voltou com força total... E logo com quem? O casal Irresistível, cheio de fogo e paixão. Ela nos trouxe um pouco mais desse amor bombástico, mas ao mesmo tempo, nos apresentou um novo lado dos dois. Algo que ficou incipiente no livro e que no conto “Presente Inesperado”, nos fez perceber com mais intensidade, o quanto um é necessário ao outro, o quanto um completa o outro, o quanto um contribui ao amadurecimento do outro.
Mas vamos falar deste conto... Espera, antes de tudo, preciso dizer que o enredo está incrível, o livro está lindamente diagramado e com uma capa perfeita que nos traz uma aura de ternura diante de toda tempestuosidade e intensidade do casal irresistível dessa trilogia.
Em Presente Inesperado vemos o quanto esse casal amadureceu e seu amor se fortaleceu, concretizando sua felicidade com o casamento e a gestação inesperada, mas imensamente comemorada. Fay continua aquele furacão e todos os fenômenos da natureza que conhecemos; continua direta, decidida, intensa, sarcástica, cômica. Alex continua sendo seu par mais que perfeito, “a Fay de calças”; confirma o seu lado protetor e cuidador; permanece com a mesma pegada, que consegue dominar o lado impetuoso dela (ou melhor, nem sempre); continua sensato, sendo muitas vezes o ponto de equilíbrio de Fay, o único que consegue lidar com as inseguranças e os rompantes dessa mulher mais que instigante.

Você só me chama de anjinho quando quer alguma coisa.” (Fay).

O tesão que inunda e impera nessa relação está mais desperto do que nunca, e a sensação que temos que isso tende a aumentar de uma maneira diretamente proporcional ao crescimento da barriga de Fay.
Conseguem ser hilários até em momentos de revelações bombásticas, que tem implicações diretas na mudança de rotina do casal. Como casal, são originais e nada tradicionais, embora tentem respeitar algumas tradições, falham descaradamente na tarefa! Mas é isso que nos provoca tanta paixão por esse casal, pois estão longe de ser piegas, caretas ou qualquer adjetivo semelhante; eles são únicos; são intensos e magnéticos. Entregam-se com todas as suas forças ao desejo, a paixão e ao amor que sentem um pelo outro.

“A você, Alex. Somente ao meu Viking” (Fay).

Apesar de toda complexidade do casal, eles conseguem ser simples, singelos e diretos quando menos precisam de palavras.

“Obrigado, meu amor” (Alex).

Como nada na vida de Fay é simples, o presente que recebeu tinha que chegar de uma forma mais que espetacular e surpreendente do que imaginávamos, mesmo para os padrões Fay de qualidade. Claro que não poderia ser diferente de tudo que ela é, de tudo que ela representa. Nesse momento, percebemos que a fragilidade sublimada vem à tona, encontrando mais uma vez em Alex a sua fortaleza, que demonstra, através de todo seu amor, o quanto ela é capaz de lidar com qualquer adversidade. O amor de Alex é tão transparente que permite a Fay enxergar sua força refletida nos olhos de seu amado.

“Você sabe que te amo hoje muito mais que ontem?” (Alex).
“E muito menos que amanhã?” (Fay).

Confesso que a intensidade desse casal me deixa sem ar em muitos momentos, mas nesse conto houve quê diferenciado, mais dramático, que me fez chorar como um bebê (sem trocadilhos ou coisas do tipo)... Como é possível um conto relativamente curto (comparado ao livro) me deixar sem respirar ao ponto de perceber que estava sufocando em lágrimas só quando consegui respirar novamente? M. S. Fayes, não se faz isso com uma pobre leitora desprovida de força no coração...
Mas é possível ver beleza em um momento tão dramático como essa passagem do livro? Pode deixar que eu respondo: SIM (em letras garrafais). Esse drama vivenciado pelo casal serviu para ratificar o amor que os dominou tão absolutamente e fortaleceu ainda mais essa união, confirmando tudo o que já sabíamos: que se completavam e tinham sido feitos um para o outro (não quero ser clichê, mas eles são assim mesmo).

“Você me deu o presente, Fay. A partir do momento que entrou na minha vida. Você me fez, me faz e sempre me fará o homem mais feliz e sortudo do planeta, ruiva. Você é meu presente. Minha vida sem você não teria sentido algum.” (Alex).

Percebemos que o tempo cronológico em nenhum momento se faz determinante perto da concretude de um amor tão intenso, que se efetiva com tudo que vivenciaram para chegar à plenitude desse sentimento. A jornada desse casal tem vários inícios e sua longevidade é predestinada, por simplesmente se amarem sem amarras e sem tradicionalismos. Um era o porto seguro do outro, e isso bastava.

“Vidas que deveriam ser eternizadas nas páginas de um livro, mostrando que o amor acontece quando menos se espera, é multiplicado quando é chegada a hora e persevera, independente das adversidades que possam enfrentar” (M. S. Fayes).

Provocante Parte 2 - Paola Scott - Editora Charme

Livro: Provocante – Parte 2
Autora: Paola Scott
Editora: Charme
Casal: Pedro Lacerda e Paola Goulart

Sinopse: “Paola vê seu mundo ruir ao descobrir os meios que Pedro utilizou para se aproximar. Afinal, aquele homem que parecia ser tudo o que ela sempre quis, teria sido apenas uma fantasia? Ou ela estaria sendo injusta e o amor que ele dizia sentir era verdadeiro? Será que a loba ferida conseguirá perdoar o garanhão?
Pedro, arrependido de seus atos, agora mais do que nunca precisa provar à sua loba que a ama realmente. E mesmo ciente do seu erro, não deixará de utilizar o que descobriu para tê-la em seus braços novamente e ser o homem que ela tanto deseja.
Porém, não são apenas mágoas e decepções que esse casal provocante terá que superar. Problemas muito maiores serão enfrentados nessa continuação.
Antes que possam se acertar, uma descoberta deixará a contadora apreensiva, pensando até que ponto esse amor tão recente pode suportar tanta dor.”.

Impressão do Leitor

Confesso que esperei ansiosamente essa continuação. Sentia uma sede inexplicável por mais desse casal quente e sedutor. A primeira parte de Provocante me deixou com uma ressaca em nível hard, com uma sede insaciável dessa história de amor tão contagiante. E a parte II veio com tudo, sem me decepcionar em nada, nem mesmo um parágrafo tirou minha atenção desse romance irresistível. Foram pitadas de várias emoções, que nesse caldeirão de amor, despertou com tamanha ebulição, a necessidade de mais, muito mais.
A forma que terminou a primeira parte deixou meu coração um tanto quanto apertado. Ao mesmo tempo que eu compreendia a Paola, sentia uma necessidade incrível de colocar o Pedro no colo. Ao mesmo tempo que eu tinha certeza que ele tinha cometido um grande erro, sabia que o amor dele era tão intenso que cabia um perdão imediato. Tantos sentimentos contraditórios se potencializaram na medida que a leitura avançava. As constantes tentativas de Pedro em conseguir o perdão de Paola, os desencontros, os quase encontros, só ampliaram a necessidade de devorar esse livro e descobrir o desfecho final (ou recomeço) desse grande amor.

“Eu... Eu estou morrendo de saudade de você, minha linda. Prometi para mim mesmo que lhe daria seu tempo, mas é tão difícil! (Pedro).

“Eu falei que não desistiria de você, e não vou, Paola! Eu vou provar meu amor. E que tudo que vivemos foi real, foi sincero... (Pedro).

Somente para recordar os leitores, Paola era uma mulher madura, que viveu sua vida em função da sua filha e da sua profissão. Aos 40 anos demonstra todo seu poder de sedução e seu lado ardente, quase latente, que parecia esperar o estopim para aflorar toda a sua sedução; com Pedro, foi capaz de deixar emergir todo seu lado loba, que tanto conquistou e eu diria até, hipnotizou a Pedro. Ele, um advogado de 42 anos, extremamente competente na profissão, era um solteiro convicto, até conhecer os encantos poderosos de Paola, que tirou totalmente seu norte, diria até que mexeu com todos os seus pontos cardeais. Pedro se viu dominado pela atração e com isso cometeu alguns equívocos, por não saber como lidar com tudo que Paola despertou.
O fato é que ele tinha convicção do amor que nutria por ela, e decidiu demonstrar e conquista-la a qualquer custo, fazendo-a perceber o quanto se importava e estava determinado a faze-la feliz, mesmo que precisasse abdicar de qualquer coisa, somente para tê-la ao seu lado.
Mas claro que nada seria fácil para os dois. E quando eu digo nada, é nada mesmo! O que o casal precisa enfrentar nesse livro para poder viver esse amor é algo de tirar o fôlego e deixar qualquer leitor com o coração na mão. E digo que o principal obstáculo ao amor do casal não era nada externo, mas interno e intrínseco a ambos, um amadurecimento necessário e imprescindível para viver a dois. Lágrimas rolaram facilmente pelo meu rosto externalizando todos os sentimentos despertos pelo nível de drama e romance que o livro nos traz. Mas foi tudo tão bem construído pela autora, que me via frequentemente com um sorriso bobo no rosto (contraditório, eu sei, mas foi assim que me vi em vários momentos e passagens do livro).
Paola decide enfrentar, mesmo que por um tempo, uma grande dificuldade sozinha; mas quando Pedro descobre, transcende a qualquer orgulho para ficar ao lado e dedicar-se intensamente a mulher que ama. Sério gente, nesse momento fui às lágrimas mais uma vez; na verdade, mais parecia um tsunami, ao ver tamanha entrega e abdicação de Pedro em um momento tão difícil para Paola e para o casal.

“Não se preocupe com isso. Vou cuidar dela (Pedro).

“Eu sei o que disse. Mas não quer dizer que não tenhamos nos entendido. Eu amo você Pedro. E nunca mais quero ficar longe. No que depender de mim, você não vai se livrar assim tão fácil. Eu preciso de você na minha vida. Porque você é o que eu sempre quis, sempre sonhei. Porque você é o meu melhor” (Paola).

Precisam superar orgulho, onipotência, autossuficiência, equilibrar os lados dominadores de ambos e encontrar a fórmula para viver o amor que era tão forte. E nesse exemplar a autora nos mostra que dentro de todo o drama do casal, o amor se fortalece exatamente porque cada um aprende a ceder e conviver com o sentimento e com as diferenças de cada um. Aprendem a aceitar alguns pontos que, diante das suas histórias de vida, não lidavam com tanta facilidade.

“Você está se saindo muito bem, até demais eu diria. Eu que não estou sabendo lidar com isso, porque sempre me virei sozinha. Pode parecer imaturo, descabido, chame como quiser, mas é difícil me controlar com você, Pedro.” (Paola).
Assim que se dão conta de tudo isso, a entrega é tão primal e ao mesmo tão sublime, que nos vemos envolvidos por essa aura dramática, romântica e sedutora. E quando pensamos que não mais é possível que Pedro nos surpreenda, ele vem, com todo seu charme e romantismo, nos mostrar exatamente o contrário. Ele decide que quer fazer parte da vida de Paola, permanentemente, e a forma que ele encontra para que isso se concretize, foi uma das coisas mais originais e lindas que já vi em todos os livros que li, capaz de quebrar a mínima resistência de qualquer mulher, impossível não ceder a esses encantos e a tanta originalidade.

“Você não sabia? Meu coração era vazio, carente, destituído de sentimentos mais profundos. Então, essa contadora chegou e o arrebatou de imediato. Bastou um olhar para que ele se impregnasse de paixão, desejo e adoração. E a partir dali, nunca mais foi o mesmo. Foi totalmente curado pelo amor dessa mulher.” (Pedro).

Vemos ao longo desses dois livros que a história de amor que os dois construíram, foi, apesar das dificuldades e provações, tão intensa e sublime, que nos vicia e nos torna dependentes desse casal luxo. É um casal incrível simplesmente por ser facilmente um casal real; tudo vivido e retratado no livro pode acontecer com qualquer um de nós. E aí está a maior beleza da história, personagens fictícios, mas que podem ser os nossos vizinhos, naturalmente. A originalidade do enredo é um quê todo especial, que torna ainda mais encantadora toda a trama.

“Me deixe ser o seu personagem favorito, o seu mocinho romântico, o seu homem de atitude! Deixe-me ser o melhor que a vida pode lhe dar! Deixe-me viver para te fazer feliz, completa e realizada. Dê tudo de você para mim. E eu te darei meu tudo...” (Pedro). (suspiros mais que sonoros aqui, senhor Pedro!).

Outro ponto que merece destaque é a relação construída entre Pedro e Alana, a filha adolescente da Paola. A forma incondicional com que ele a ama, me fez suspirar com mais esse gesto sublime de Pedro, mostrando todo o seu caráter, que talvez nem ele mesmo tivesse conhecimento, somente desperto nessa relação tão absorvente. Da mesma forma que ele despertou uma série de comportamentos que ela não tinha o menor conhecimento, como o fato de ser dependente de alguém, como se tornou do amor de sua vida.

“De fazer eu te amar tanto, te desejar como louca e ainda não acreditar que você é real. Porque você é perfeito demais.” (Paola).

Cabe destacar ainda como a autora alinhavou a entrada das personagens dos próximos livros primorosamente, deixando em aberto várias histórias paralelas, que nos faz suspirar em antecipação por mais um pouco do nosso casal luxo, e compreender e conhecer novos casais tão intensos quanto Paola e Pedro. Com toda certeza posso afirmar que Paola Scott entrou para o meu seleto rol de autoras favoritas! E o que é melhor, mais uma vez é uma autora nossa, da literatura nacional. Recomendo os dois volumes sem nenhum receio, pois sem que todos vão se envolver e se encantar da mesma forma que aconteceu comigo.



“A vida une as pessoas no momento certo. Foi isso que aconteceu conosco. Quando eu achava que não seria mais possível encontrar alguém que me completasse, alguém para amar e que me amasse incondicionalmente, você surgiu na minha vida.” (Paola).