quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

In Flight - R. K. Lilley - Editora Charme

Livro: In Flight
Autora: R. K. Lilley
Editora: Charme
Casal: Sr. Cavendish e Bianca


Sinopse: Quando Bianca, uma reservada comissária de bordo, vê pela primeira vez James Cavendish, um bilionário proprietário de hotéis, ela perde toda a compostura conquistada a duras penas ao longo da vida. Para uma garota que consegue manejar facilmente uma bandeja com taças de champanhe a trinta e cinco mil pés de altura sobre saltos de oito centímetros, ela se vê surpreendentemente de pernas bambas diante do homem enigmático.
Bianca, sempre imperturbável, agora não consegue mais se desviar daqueles olhos azul-turquesa eletrizantes que apresentam um desafio e uma promessa irresistíveis. Ainda mais para ela, uma mulher acostumada a dizer “não” e a falar sério.
Bianca costuma lidar com supermodelos e estrelas de cinema em seu trabalho, mas James Cavendish coloca todos eles no chinelo quando o assunto é beleza. Se a aparência fosse o único aspecto destoante nesse homem, Bianca até poderia ter ignorado as atenções recebidas. Porém, o que a tenta como nunca antes é a força dominante que a atrai desde o momento em que eles se encontram e a promessa de prazer e dor que ela lê em seus olhos.


Impressão do Leitor

Você é minha! (Cavendish)

Viver dói. Contanto que não nos mate, temos que suportar. (Bianca)

Para tudo, que preciso embarcar nessa história e só sair desse voo quando a trama for encerrada. O que é o Sr. Cavendish, queridos leitores? R.K. Lilley acabou com minhas estruturas com esse livro, não sei lidar com tamanho poder e intensidade.
Mas antes de falar sobre a minha impressão sobre história, preciso destacar que a Editora Charme deu show na diagramação do livro, que está lindo e é uma atração à parte, desde a capa e todos os mínimos detalhes internos. Lindo demais!
Mas enfim, vamos falar sobre o enredo. A história traz o ponto de vista da Bianca, e podemos ver na narrativa o envolvimento da personagem com o Sr. Cavendish sob uma ótica interessante e conflituosa, enfatizando a luta que trava para não ceder aos encantos desse homem intrigante e extremamente sedutor.

Não estou interessada em nada disso, acredite em mim. Não sei que impressão o senhor acha que eu transmiti, mas não sou nenhum tipo de caçadora de fortunas. Não quero sua generosidade. Não quero nada do senhor. (Bianca).

Ela é uma aeromoça, que está conseguindo estabelecer-se na profissão, embora ainda muito jovem, alcançando um patamar em sua empresa que lhe permite algumas regalias. Possui um passado bem conturbado, carregado de sofrimentos e lutas travadas que deixaram marcas, e isso faz com que ela se envolva no trabalho de forma tão intensa, para além do objetivo de estabilidade financeira, mas para fugir de algumas questões que ainda a assombram. Também usa a sua arte para sublimar seu passado e para acalmar angústias do seu presente, relacionadas ou não com seus traumas.
O seu passado sofrido, contudo, proporcionou uma amizade tão verdadeira, tão fraternal com um homem que tem um instinto extremamente protetor em relação a ela, e que a resguardou nos momentos mais difíceis das vidas de ambos. Stephan tinha um passado tão sofrido quanto o dela. A relação de afeto entre eles era tão grande, que ele era o único que conseguia entender o comportamento de Bianca, e acessar o seu coração; só dele Bianca aceita e estabelece uma relação de profunda afetividade.
Bianca resiste e se fecha à possibilidade de qualquer relação que exija um aprofundamento afetivo e também sexual com a entrega que ela merece e, diria, precisa. Até conhecer Sr. Cavendish...
James Cavendish é um CEO, extremamente bem sucedido e dotado de uma beleza fora do normal, devastadora; aquela beleza que deixa qualquer mulher sem norte, sem foco e sem ação. Sem falar da postura onipotente, onipresente e onisciente que ele transmite; aquela aura de poder, de quem consegue tudo que quer... Além disso, ele exala por todos os poros um poder de sedução irresistível.
Ao longo do livro vamos descobrindo que ele também tem um passado complexo que foi moldando o seu comportamento. Diante de tudo que experenciou, desenvolve algumas práticas, especialmente na esfera sexual, que não são tão habituais, mas que na narrativa da autora, nos envolve de um jeito todo especial e até, nos faz querer estar no lugar da Bianca... É um homem multifacetado, que em alguns momentos pode parecer volúvel, mas nos prende nessa atmosfera extremamente sedutora, de conquista e da busca de uma entrega incondicional. Era muito complexo, mas ao mesmo tempo, direto e objetivo em tudo na sua vida, especialmente quando desejava algo e queria tomar pra si. Era simplesmente DOMINADOR, PROTETOR, POSSESSIVO.

Eu nunca disse nada sobre não ser íntimo. Eu pretendo que as coisas entre nós sejam muito íntimas.  (Cavendish)

O encontro dos dois nos deixa sem fôlego muito em função desse lado onipresente e onipotente de James, que parece ocupar todos os espaços de uma maneira quase claustrofóbica, mas de uma forma deliciosa. A presença dele por si só era capaz de derrubar a máscara profissional que Bianca vestia sempre que iniciava um novo voo. Ele fazia com que ela viajasse sem sair do lugar, perdia o foco, o prumo; seu olhar lhe dava asas...
Esse efeito Cavendish, ao mesmo tempo em que a envolvia, fazendo-a perder a cabeça, também provocava um desejo de fuga daquela imponência exalada por ele. Contudo, como em tudo na vida de James, ele não se dar por vencido muito facilmente; quando deseja algo intensamente, ia à luta, e nesse caso, precisava e desejava ter Bianca a qualquer custo... E muito suspiro aqui, pessoal! A forma que ele conduz seu processo de conquista, a forma como ele impõe sua presença tão sedutora, fica impossível resistir e não ceder aos encantos deste homem... Era uma questão de tempo para Bianca se entregar ao Sr. Cavendish e suas multifacetas.
Ao longo deste encontro ela foi conhecendo um pouco mais profundamente cada pedacinho do corpo e do repertório comportamental deste homem mais que intrigante que era o Sr. Generoso, Sr. Inquietante, Sr. Perseguidor, Sr. Irritado, Sr. Pervertido, Sr. Dominador, Sr. Sensível, Sr. Insaciável, Sr. Incrível, Sr. Desesperado, Sr. Incansável, Sr. Atencioso, Sr. Charmoso, Sr. Sem-vergonha, Sr. Retraído, Sr. Amante Passional, Sr. Personalidade, Sr. Carinhoso, Sr. Gratificação, Sr. Instável, Sr. Maravilhoso, Sr. Lindo, Sr. Desonesto, Sr. Celebridade, enfim, SR. CAVENDISH. E cada vez mais cedia aos seus encantos.
A princípio, a relação estabelecer-se-ia somente no âmbito carnal, dando vazão a todo desejo que sentiam um pelo outro. Só que nenhum dos dois estava preparado para o que estava por vir, especialmente Bianca. A atração, a entrega, a conexão foi tão forte, que o envolvimento passou a ser muito mais que desejo, atingiu o coração, a alma. Evidentemente que a proporção desse sentimento veio com um medo do compromisso para Bianca, que desde o início tentou blindar o seu coração e foi algo acordado quase que contratualmente. Muito dessa relação tinha resquícios de suas vidas marcadas por tragédias, traumas e conflitos.

Você, bobinha, me pegou depressa. Estou apegado a você desde o começo. Como pode duvidar? (Cavendish)

Bianca despertou em James algumas de suas facetas, que nem mesmo ele reconhecia, e exacerbou outras tantas com seu jeito, ao mesmo tempo independente e submisso. Essa submissão, em minha opinião é um ponto chave dessa relação; ocorria em momentos muito específicos e pontuais, mas imbuída de um significado ímpar aos dois. Essa condição transformava a relação, especialmente a sexual, em algo confortável e ao mesmo tempo de uma intensidade, que somente era possível, pois havia uma confiança intrínseca para o ato sexual. A confiança para a entrega do coração, em contrapartida, foi acontecendo gradativamente, sem os dois se darem conta, e quando perceberam, já estavam inevitavelmente envolvidos. O binômio domínio-submissão os colocava em uma redoma de proteção, em uma zona de conforto, que embora intensa e extremamente excitante, trazia a tona a sensação de liberdade.

Sim, você me assusta – Mas sou irrecuperavelmente zoada, por isso me excita na mesma proporção. Acho libertador deixar que alguém me controle. Alguém que me faça tremer de medo. Passei uma boa parte da minha vida fugindo de coisas que me assustam, então isso foi esclarecedor para mim (Bianca).

É claro que ainda precisavam romper muitas amarras, quebrar muitos paradigmas construídos a partir de cada passado complexo. E esse processo não está sendo fácil, colocando a prova todo o sentimento incipiente que construíam. Principalmente, quando envolve segredos tão difíceis de elaborar, quando envolve decisões e escolhas a fazer e, principalmente, quando envolve a aceitação de todo conteúdo emocional.

O que eu teria que fazer para você se abrir para mim? (Cavendish).

Ele tornou-se possessivo, seu lado dominador aparecia em outras circunstâncias as quais ele não estava habituado. A relação de entrega foi muito maior, especialmente de James. As revelações já começam a se fazer presentes neste primeiro volume, o que mexe com James de uma forma muito inquietante, despertando e aguçando ainda mais seu instinto protetor e possessivo.

Se alguém perguntar, você é território proibido. Pensei que tinha deixado isso claro desde o início. (Cavendish).
Se você estiver com dificuldades para entender, permita-me deixar bem claro para você - Isso é sério, Bianca. Porra, eu nunca estive tão sério na minha vida. (Cavendish).

Diria que diante dos seus traumas, Bianca não era capaz de entender esse fascínio que exercia em James, mas ele fazia questão de demonstrar o tempo todo o poder que ela tinha sobre seu comportamento. Isso fica refletido, em minha opinião, novamente no binômio domínio-submissão, onde os papéis se invertiam de acordo com as contingências. James era dominador na relação sexual, enquanto Bianca dominava a relação afetiva, submetendo-o a todos os seus encantos e derrubando barreiras que ele construiu.

Ah, sim. Você me deixa absolutamente desesperado, Bianca. Eu nunca tinha perseguido uma mulher antes de te conhecer. Estou com uma calcinha rasgada sua no bolso neste momento. (Cavendish)
Você acha que sou assim com todo mundo? Você não sabe? Você é especial, princesinha. (Cavendish)

Falar de sentimentos e admitir sentir, não é fácil para Bianca, por isso, aos olhos de James, ela pode parecer indiferente a ele. Isso se dê talvez, por ela fazer um esforço hercúleo em manter seu sentimento o mais escondido possível, como forma de proteger-se de um possível sofrimento. E por medo de admitir esse turbilhão de emoções que a arrebatou, Bianca pode comprometer o final feliz desse intenso casal.

Eu daria qualquer coisa para saber o que está por trás dessa sua postura indiferente... (Cavendish).

Espero que seja algo parecido com o que está fazendo comigo. Quero que você sinta o que estou sentindo, Bianca. Quero que você sinta essa necessidade incontrolável. Não posso suportar o pensamento de que você seja indiferente a mim. (Cavendish).

Impossível não embarcar nessa viagem e, além disso, não se encantar com o Sr. Cavendish e toda sua magnitude e multifaces. In Flight é um romance intenso, complexo, atraente e cheio de segredos que fazem da trama um encadeamento de fortes emoções, muitas vezes até contraditórias, mas que nos impelem a uma leitura voraz e uma sede por conhecer o desfecho desse casal arrebatador e viciante, cheio de intensidade e sedução, que nos absorve do início ao fim. É uma história de começos e recomeços, de descobertas, escolhas, primeiras vezes e enfretamentos.

A vida não me ensinou a ser nada diferente. Me perdoe, mas eu nem conseguiria imaginar como seria não duvidar de alguém que eu mal conheço. (Bianca).

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