terça-feira, 14 de junho de 2016

Dezembro em Cores - Aline Sant'Ana - Editora Charme

Livro: Dezembro em Cores
Autora: Aline Sant’Ana
Editora: Charme
Casal: Minnie e Anttoni
Palavras que resumem: Sensibilidade, cores, romance


Sinopse: Anttoni Beaumont acredita ser um homem amaldiçoado. Após tentar se relacionar com várias mulheres e todas o tratarem somente como uma aventura, o pintor famoso de Paris decidiu que não se envolveria com mais ninguém. 
Recluso em seu próprio mundo de tintas e solidão, Anttoni não esperava encontrar, em uma de suas sessões próximas ao rio Sena, uma mulher tão bonita e interessada em sua arte. Para ele, o que a desconhecida causou em seu peito seria facilmente sanado, já que o encontro não passava de uma casualidade do destino. 
Mas o que era para ser apenas um caso isolado, se tornou uma convivência diária após descobrir que a menina desconhecida do rio Sena tinha um nome encantadoramente exótico e era sua mais nova funcionária. 
Dezembro em Cores é o encerramento da série De Janeiro a Janeiro e nos mostra, em sua maior sensibilidade, que as promessas que fazemos pela razão podem ser facilmente quebradas pelas questões do coração
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Impressão do Leitor

Gente, preciso primeiro expressar quão difícil foi escrever essa impressão. Esse conto encerra essa série que arrebatou meu coração com todas as forças. Sabe aquele momento que você entrega seu coração com toda confiança e desprendimento a um amor? Era assim que eu fazia com os contos dessa série. Por isso não estava pronta para essa emoção final, a finitude, o encerramento de um ciclo que me fez escrever o que sinto pelos livros que me marcam, que me fez conhecer essa grande autora que é a Aline Sant’Ana. Escrever a resenha, meio que marca de uma vez esse fechamento. E que fechamento... não que eu duvidasse da capacidade da Aline em escrever romances tão diferentes uns dos outros... foi essa capacidade que me fez amar sua escrita, mas preciso dizer que ela se superou ao contar tão lindamente essa história multicolorida.
A partir deste conto, darei importância diferenciada às cores e sua magia... isso mesmo, esse conto expressa a magia e a magnitude de um amor, para alguém que havia se fechado depois de tantas frustrações, o Anttoni... Ele é um pintor parisiense, extremamente sensível, mas que digamos, não tinha lá tanta sorte no amor e, por isso, decidiu que queria estabilidade, portanto, não mais se apaixonar. Sua vida era cinza, pois não conseguia encontrar a felicidade e reciprocidade nos sentimentos quando se envolvia em uma relação.
Sabe aquele homem que tem tudo que uma mulher quer? Sensível, mas com intensidade e profundidade; romântico, mas com aquela pegada... Além de lindo!!! Pode um homem desses não ter essa sorte no amor, a ponto de questionar-se se amar alguém é realmente tão difícil? O Anttoni pode haver se apaixonado inúmeras vezes, mas será que em algum momento chegou a amar verdadeiramente alguma mulher? Acredito que ainda não, e mal sabia ele o que o destino lhe reservava...

“Já me apaixonei por dúzias de mulheres. A cada dia, alguém novo me encantava. Eu vivia aquela paixão avassaladora, aquela mesma paixão que te impede de sair do quarto porque você não pode amar só com o coração, tem que ser pele com pele...” (Anttoni)

Anttoni consegue traduzir nas suas pinturas, nas suas misturas de cores aquilo que ele mais almeja, o amor. O amor em cores, o amor é vida, é a cor necessária à nossa vida!! Ele conseguia demonstrar o sentimento das pessoas através da pintura e aí tá a grande magia e sensibilidade dele. Cada cor tem um significado, cada cor representa um sentimento, um momento.
            Do outro lado dessa história temos a Minnie, uma garota jovem, com uma história de grandes perdas que determinaram uma mudança em sua vida. Ela e o irmão decidem mudar-se para Paris para tentar construir uma nova vida. Mesmo jovem, ela é madura, sensível e curiosa, apaixonada pela vida e pelas cores, pela arte.
            O destino trata de realizar um primeiro encontro entre Anttoni e Minnie, um encontro que os deixou sem palavras, como se realmente fosse predestinado a acontecer. A redação da Aline para esse momento foi tão real, que senti como se eu fosse um morador de Paris, presenciando esse lindo e romântico momento.
            O segundo primeiro encontro já foi diferente, onde Anttoni descobre que Minnie iria trabalhar para ele. Claro que seu instinto de autopreservação aciona sua defesa imediata, já que aquelas rejeições passadas provocaram uma grande insegurança nele, até mexeram com sua autoestima. Ele sabia que no fundo, seu coração ia ser arrebatado por essa jovem, encantadora, apaixonada e apaixonante mulher.
            Com o tempo essa barreira que ele levantou vai caindo, a medida que ele vai descobrindo o quão eles são parecidos, embora ele ainda tentasse resistir. Minnie, tentava mostrar a Anttoni, que ela veio para ficar, que não ia a lugar algum sem ele...

“...Sonho com você, desenho você, decoro cada traço do seu rosto, de tanto que desejei te beijar. Mas não posso te tocar, Minnie.” (Anttonni)

“Porque vou me apaixonar por você, talvez de uma maneira que nunca me apaixonei por ninguém. E você vai quebrar meu coração. Porque não sou o tipo de cara que faz alguém ficar. Eu sou apenas uma aventura”. (Anttoni)

            Aos poucos eles tiveram um terceiro primeiro encontro, dessa vez cederam ao que sentiam, na intensidade que sentiam. Anttoni resolveu se entregar, de corpo e alma, assim como Minnie, que envolvia-se cada vez mais. Tudo foi tão mágico, que meu coração batia em ritmo frenético, lendo tanta intensidade, sensibilidade e paixão em cores.

“Ficava cada vez mais encantada, mais apaixonada, mais perdida na intensidade do que nasceu dentro de mim” (Minnie)

“Os sonhos sobre Anttoni eram utópicos, típicos de uma paixão adolescente sem sentido. Mas ela era forte, insana e tudo o que eu sempre quis sentir. Por ele, eu estava perdida e sem chance alguma de me reencontrar” (Minnie)

“... a partir do momento em que disser sim, estarei contigo de corpo e alma. Vou me entregar a você, confiar em você, amar você e tudo o que estiver dentro de mim vai sair”. (Anttoni)

            Anttoni e Minnie foram construindo uma linda, romântica e colorida história de amor, onde, segundo o poeta Anttoni, o vermelho predominava, o vermelho é uma cor primária, que não pode ser feita a partir de nenhuma outra... Isso, na minha opinião, resume o que Anttoni e Minnie representam um para o outro, o primeiro amor, o verdadeiro e único sentimento, sem nada que possa equiparar-se, simplesmente o amor “Não era platônico, era real”.

“Você era minha mesmo antes de ser. Deve ser por isso que não consegui ficar com ninguém. Todas iam embora porque era você que precisava chegar”. (Anttoni).

            Mas claro que esse amor precisava ser testado, o destino então, resolve dar um jeitinho de mostrar aos dois que o amor é forte, que sobrevive às tragédias e se fortalece nelas. Depois de um evento traumático para Minnie, ela precisa se afastar de Anttoni, mudar de continente. Foi uma separação forçada, sofrida, mas digamos, necessária, para mostrar aos dois que precisavam um do outro e que o amor deles era maior que qualquer coisa. E o reencontro? Claro, cheio de cores representadas. Nunca li nada tão emocionante, onde mesmo depois de algum tempo transcorrido entre minha leitura e a escrita dessa resenha, consigo senti novamente a mesma intensa emoção que senti no momento em li que texto pela primeira vez, com aquele nó na garganta e muitas, mas muitas borboletas no estômago.

“Porque o amor não precisa de nada para existir.
Ele apenas existe”
           
Aline, nesse conto, fez eu perceber como o amor pode e até deve ser leve, divertido, intenso e colorido. Fez eu chorar tão verdadeiramente com suas palavras, que demorei um pouco até conseguir iniciar uma nova leitura. Com toda certeza, essa série é a maior bíblia do amor que eu já pude ler... O amor em todas as suas vertentes, em todas as suas nuances, em diferentes intensidades. Simplesmente o amor!!

“Amor em sua maior representação, em todas as suas vertentes e variáveis.

Amor e o infinito” (Anttoni, Dezembro em Cores, Série de Janeiro a Janeiro, Aline Sant’Ana, Editora Charme)

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