Livro: Inspiração
Autora: Gisele Souza
Editora: Charme
Casal: Layla e Bruno
Palavras que resumem: intensidade, força, amor, redenção,
entrega, perdas, música, cumplicidade, proteção
Sinopse: “A
música nos envolvia numa sensualidade alucinante.”
Para Layla Bonatti, não havia pessoa mais importante do que o seu irmão, Lucas. Criá-lo desde pequeno cobrou seu preço e seus próprios sonhos foram anulados, exceto um: a música, paixão que cultivava desde que era uma menina.
Cantar no bar era o seu único prazer, em suas apresentações deixava transparecer todos os seus sentimentos. Desta forma, encontrou a recompensa tão sonhada: ser amada e valorizada, seus anseios mais secretos.
Porém, o fantasma da perda ainda rondava o seu coração.
Layla será capaz de esquecer toda a dor e finalmente abrir o seu coração para um intenso romance?
Para Layla Bonatti, não havia pessoa mais importante do que o seu irmão, Lucas. Criá-lo desde pequeno cobrou seu preço e seus próprios sonhos foram anulados, exceto um: a música, paixão que cultivava desde que era uma menina.
Cantar no bar era o seu único prazer, em suas apresentações deixava transparecer todos os seus sentimentos. Desta forma, encontrou a recompensa tão sonhada: ser amada e valorizada, seus anseios mais secretos.
Porém, o fantasma da perda ainda rondava o seu coração.
Layla será capaz de esquecer toda a dor e finalmente abrir o seu coração para um intenso romance?
Impressão do Leitor
A
primeira vez que li esse livro ainda nem pensava em escrever minhas impressões
literárias, que por sinal ainda é bem recente. Li Inspiração pela primeira vez
ainda em formato digital, assim como todos os livros da série. Foi com esse
livro que conheci a escrita da Gisele e me encantei, foi amor a primeira
leitura. O bom de reler um livro é que você percebe nuances que não havia atentado
anteriormente, considerando que os momentos em que as leituras se encerraram
são bem distintos; você já tem outras influências, vive outras contingências,
experencia outros momentos emocionais em sua vida.
Mas
vamos falar de amor... O amor desse casal é Inspirador...
A
Layla é uma mulher muito forte. Apesar de jovem em idade, é uma mulher muito
experiente em função das contingências as quais foi exposta. Um passado de
grandes perdas a forçou um amadurecimento precoce e a dotou de grande
responsabilidade, onde, em muitos momentos, abdicou de sonhos e acabou
anulando-se como mulher. Com isso, construiu uma barreira quase instransponível
para o amor. Parte disso foi para dedicar-se ao seu grande amor, seu irmão
Lucas. Essa relação entre os dois, é um capítulo a parte no livro, mesmo com
tanta dificuldade, tanto sofrimento, os dois construíram um amor fraterno tão
lindo, tão intenso e tão forte, que todos sentimos vontade de ter um pouco
disso em nossas vidas.
Muito
dessa necessidade de se esconder do amor, dá-se, na minha opinião pelo grande
histórico de perdas e de não ter se permitido sentir essas perdas, guardando-as
no mais profundo espaço de seu coração devido a toda responsabilidade que caiu
em seu colo; na verdade, era mais um comportamento de fuga/esquiva e com isso,
ela vivia pela metade. Contudo, em nenhum momento transformou-se em uma pessoa
poliqueixosa, pelo contrário, usou desse sofrimento para tirar forças para
sobreviver. E usou outra grande paixão para lidar com seus sentimentos, aprendeu
a manifesta-los através das músicas que cantava.... Todas tinham significado
importante em sua vida, condizente aos momentos que vivia. Sublimava esse
sentimento através dessa grande paixão.
“Sempre me mantive
forte e na linha. Não gostava de sentir demais...” (Layla)
“Nunca dei margem
para ninguém mais se aproximar, sempre fomos só nós dois. Às vezes era um pouco
solitário, contudo, mais seguro”. (Layla)
Já
Bruno é um grande médico e apesar de muito jovem, já alcançou um grande espaço
na medicina, e com isso muito respeito dos seus colegas. Assume o juramento
médico como direcionador de sua carreira, o que traduz todo seu sentimento e
dedicação na sua escolha profissional; exercia a medicina por amor.
“Minha retribuição
consistia em salva uma vida e fazer o bem” (Bruno).
Muito
bem-sucedido na sua profissão, não se pode dizer o mesmo em seus relacionamentos....
É o verdadeiro exemplar de um garanhão, que não quer se prender a ninguém,
muito em função do medo de perder sua liberdade.
“Para isso
acontecer, meu amigo, só se for um anjo enviado por Deus...” (Bruno)
E
os anjos disseram amém... O destino não se conformava com essas barreiras que
ambos construíram e logo deu um jeito de juntar essas almas predestinadas. Um
encontro que gerou um encantamento mútuo, mas, junto com esse sentimento, veio
a necessidade de proteger-se, especialmente em Layla. E surgiram faíscas...
Layla, mesmo tendo o desejo desperto, não se entregou a Bruno, gerando nele uma
curiosidade ainda maior, tornando-se determinado em conquista-la, confundindo
essa determinação com uma pretensão exagerada e excesso de autoconfiança.
“Eu tenho um pequeno
problema. Quando eu quero uma mulher, eu a tenho. Não importa quanto tempo
demore, e, enquanto você estava naquele palco, tão linda, decidi que você vai
ser minha” (Bruno).
Contudo,
para Layla, isso não era determinante, ao mesmo tempo que o desejo e o
encantamento que sentiu por Bruno fosse avassalador e alarmante pela intensidade,
o comportamento dele disparou um alerta de autoproteção, fazendo demonstrar uma
falsa repulsa que instigou o instinto de caçador de Bruno. Esse primeiro
encontro deixa uma promessa tácita de muita intensidade, desejo carnal, e, quem
sabe, um tórrido e irresistível caso de amor!
Layla
despertou em Bruno um lado que estava latente, que ele lutava ardorosamente
para manter adormecido; uma relação que começou por causa de um desejo intenso,
foi derrubando cada barreira erguida em seu coração. Com Layla não foi
diferente, a intensidade do que viviam, foi derrubando, tijolo por tijolo desse
muro supostamente instransponível. Juntos podiam ser eles mesmos, se explorar
sem amarras, com uma atitude de entrega consciente, natural, um poder tão
incrível... O poder do amor.... Foi tão arrebatador, que, mesmo em tão pouco
tempo, parecia que se conheciam há uma eternidade tamanha a conexão
estabelecida.
“Ela era diferente.
Apesar de ser quase uma completa estranha, sentia uma energia que nos ligava,
era como se a conhecesse há anos” (Bruno).
Muitos sentimentos contraditórios
surgiram, diante da intensidade e velocidade dos acontecimentos, medo e desejo
duelavam... Medo de entregar-se a algo mais profundo. Só que o relacionamento
para ambos foi libertador... Layla permitiu-se mostrar-se multifacetada, características
antes incipientes ou até mesmo desconhecidas se manifestaram naturalmente;
permitiu-se ser mulher, percebeu-se ousada, doce, descobriu os prazeres de ser
cuidada. Ao longo do livro, vemos um amor avassalador ser construído de maneira
quase instantânea, sem ser piegas. Vemos na verdade, mesmo com tantos jogos de
sedução, resistência e provocações, o encontro de almas predestinadas. Eles são
tão intensos, lindos e apaixonados, que nos envolvem nesse romance tórrido e ao
mesmo tempo, tenro.
Posso
dizer que esse livro me Inspirou e motivou de duas maneiras diferentes nos dois
momentos da leitura, mas igualmente intensas. Em cada momento, coisas diversas
me marcaram. Na primeira vez, a história de amor do casal ficou em primeiro
plano, o amor de entrega, o amor carnal, o amor fraterno, o amor amigo....
Enfim, o amor. No segundo momento, fiquei muito sob controle do enfretamento de
medos, de escolhas necessárias. Escolher significa abdicar de algo, que pode
trazer muito sofrimento, mas que pode ser muito natural e reforçador. Escolher
pode significar perdas, mas pode significar começos ou recomeços. Depende de
como lidamos e enfrentamos essas situações. Gisele foi capaz de me fazer
refletir sobre o quanto nossos medos podem ser irracionais, que precisamos enfrenta-los
de qualquer jeito; me fez entender que vivemos pela metade se nos prendemos em
analisar demais as situações e temer demais nossas escolhas; me fez compreender
que devemos sim, viver intensamente e sem medos que nos paralisem.
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