sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Deus do Rock - Gisele Souza

Livro: Deus do Rock
Autora: Gisele Souza
Editora: Independente
Casal: Apolo e Angela
Palavras que resumem: romance, mitologia, transcendental, incondicional
Sinopse: Para viver um grande amor, você se condenaria ao inferno? 
Com uma vida cercada de privilégios, riqueza e poder, Apolo, o filho prodígio de Zeus, é um homem determinado e acostumado a ter tudo que deseja. O poderoso deus do sol tornou-se também o deus do rock. Sua herança seria o trono do Olimpo e foi nisso que regeu sua vida, sempre à disposição, esperando, aprendendo, obedecendo. 
Contudo, o destino ainda o colocaria à prova, talvez a doce Angélica fosse apenas um teste de força, uma tentação que ele precisava resistir. Só que, ao ver os olhos daquela menina tímida, perdida nos bastidores do show business, ele já havia perdido a batalha.
Agora restava apenas vencer a guerra para viver seu grande amor. As garras afiadas das Moiras não lhe dariam trégua, um mal precisava ser feito para o bem vencer. Alianças serão travadas, amizades destruídas, a confiança será quebrada... Uma união de corpo e alma que acarretará num conflito entre deuses e mortais, um jogo de poder que poderá custar muito mais que a imortalidade. 

Impressão do Leitor

“Ela era minha luz perfeita, a luz que iluminou a escuridão que tinha em minha alma. Minha alma gêmea...” (Apolo)

Para amenizar e diminuir o nó na garganta após terminar esse livro, resolvi começar a falar sobre a linda e impactante capa. Chamou minha atenção e despertou meu interesse logo de cara, pois parece emanar uma energia magnética, que acende o desejo de ler esse título vorazmente.
Ao iniciar a leitura já fui impactada por um prólogo tão instigante e cheio de mistério que exalava uma aura de altruísmo, abnegação e sacrifício; um amor maternal em sua essência, tudo pela felicidade do ser amado. Na minha opinião é um trecho essencial ao desfecho do livro. Confesso que este prólogo revolvia em vários momentos em meu pensamento, aguardando ansiosamente o momento que tudo seria esclarecido.
A Gisele me conquistou com esse livro, logo quando percebi que envolvia o mundo da mitologia grega (usando de uma licença poética), associado a um lindo e distinto romance.
Esse livro nos traz o amor em várias nuances, o amor maternal, o amor fraterno, o amor transcendental, amor incondicional, amor benevolente, amor redentor, amor libertador.... Esse sentimento aparece tão bem descrito que nos absorve de um jeito tão único e intenso, que nos faz exalar uma felicidade intensa ao conhecer uma história regada pelo maior e melhor sentimento humano.
Apolo é um deus grego, que sofre de uma “depressão divina”, perdendo a vontade de lutar pelas coisas, muito em função da facilidade que tinha o que desejava e também a falta de perspectiva em função de sua vida inteira controlada pelos outros. Uma personagem intensa, cheia de marcas e sofrimentos causados especialmente pelo seu pai, o todo poderoso Zeus, deus de todos os deuses. Apolo não aceita sua condição de deus, sente-se profundamente incomodado com a atmosfera de veneração em torno dele e de outros deuses, embora nos tempos atuais, a descrença dos mortais diminui sua força transformando-os em seres mitológicos. Ele é conhecido na mitologia como o deus do Sol e das artes, mas nesse livro, passou a ser o deus do rock. Ele é um ser mais endurecido por tanto sofrimento psicológico ao qual foi submetido. Mesmo envolto a essa aura de onipotência e arrogância, ele é intenso no amor e na justiça. Renega o poder por querer experimentar a intensidade e profundidade dos sentimentos e emoções humanas, sem amarras.
Angélica é, assim como Apolo, uma pessoa que cresceu em um ambiente aversivo, com muitos traumas psicológicos. Mas ao contrário do que possamos imaginar, ela não se fragilizou pelo sofrimento, fortaleceu-se, obrigando-se a um amadurecimento precoce. É fiel e leal a aqueles que ama, outra característica que a define e a torna uma mulher encantadora, contudo sem denotar uma fragilidade. Uma mocinha espirituosa, protetora e desenvolveu um lado um tanto quanto possessivo em relação ao Apolo, devido ter sido arrebatada por profundos e intensos sentimentos (na medida certa). Dotada de muita garra e vontade de viver, condição muito admirada por Apolo:

“O que eu sempre admirei naquela mulher era a sua garra e vontade de viver a cada segundo de sua vida, em comparação com a dos deuses”.

Outra passagem do Apolo, resume tão bem vários aspectos da personalidade da Angélica:

“personalidade fácil e sincera, cativava qualquer um que a conhecesse, não se pode fugir. E a fidelidade com a sua família era simplesmente encantadora”.

O casal é, sem dúvida, um dos meus favoritos de todos os títulos que já li. São de uma cumplicidade tamanha, que me levou as lágrimas em tantos momentos. Eles se veneram, se amam, se idolatram, se protegem, se rendem, se libertam, pura e exclusivamente pela entrega através do amor. É um amor confiante e destemido, é um amor de conjunção de almas, que vai além do amor carnal. É um amor destinado:

“De alguma forma eu sabia que isso era para acontecer. Como uma profecia, não se pode fugir dela” (Apolo).
“Acho que eu fui criada especialmente para você. Vivi minha vida para estar aqui. Sou sua, pode me levar” (Angélica).

Essas duas passagens resumem a confiança, a entrega, o amor incondicional que um tem pelo outro.
A veneração que um tem pelo outro é incrível, ele a amava e venerava a distância e em silêncio, por tanto tempo, o que só aumentava sua ansiedade (e a minha”) para o momento do encontro de almas. Ela foi fisgada por ele assim que o viu pela primeira vez, passando também a venerá-lo, embora a assustasse por fazer ressurgir fantasmas do passado. O amor os resgatou. O amor despertou a esperança; esperança de um futuro que permitisse viver um amor arrebatador, altruísta e abnegado, trazendo a luz para suas vidas. A veneração descrita pela Gisele, embora com uma magnitude intensa, não tornou-se algo piegas e possessivo, mas sim libertador.
Contudo esse amor enfrentou dificuldade e grandes obstáculos que só serviu para fortalece-los. Com todo o impedimento e proibição que a relação enfrentou, o amor cresceu como um sentimento “sublime e inexplicável”.

“Eu não sei a quem eu agradeço por você existir” (Apolo)

Outra relação que me comoveu foi o amor fraterno entre Apolo e Hércules, mesmo que evidenciado de uma maneira peculiar, dotado de humor sarcástico, mas demonstrando um laço fraterno indestrutível pelas agruras sofridas e pelo tempo, que só os fortaleceu. Este último é um capítulo à parte nesta história. Assim como as outras personagens, tem uma história de sofrimento intensa, capaz de destruir um indivíduo, mas ele foi capaz de superar, embora tenha resquícios desse sofrimento em suas atitudes e emoções. Sua marca é o humor ácido. É dono de uma aura essencialmente protetora e forte, desdenhoso e destemido. Apesar de ter um lado intimidador para aqueles que não o conhecem, é na verdade um homem com ar de menino travesso nas relações com aqueles que ama.
A relação entre os irmãos também envolvia uma abnegação, um protecionismo lindo de ver. Eles se entendiam sem necessidade de palavras, com uma conexão construída através do sofrimento, do desejo de liberdade, sobretudo pelo amor. Amor este tão comovente, regado a gratidão, respeito, admiração, proteção. O amor de Hércules por Apolo estendeu-se a Angie, por perceber o amor e a entrega que ela tinha por seu irmão. Mas devo destacar o humor, sempre presente nessa relação.

“Ele colocou a mãe em meu ombro transmitindo o conforto e o entendimento que ele precisava (Apolo sobre Hércules).

            Sei que esse texto está longo, mas não posso deixar de mencionar a playlist do livro. Sensacional. Quero dar destaque para a composição da autora, a música Underwold (Submundo) que dá nome a banda do deus do Rock, linda!!
Este livro trouxe uma miríade de emoções que transbordavam, muitas vezes em lágrimas selando a angústia e a raiva sempre que os obstáculos surgiam para o amor desse casal; sentimentos tão incapacitantes acompanhados de uma sensação de impotência tão grande que não sabia como lidar e absorver. Sintomas de ansiedade despertados, especialmente com coração acelerado com a possibilidade iminente e precoce da finitude desse amor transcendental. Em outros momentos um nó na garganta se formava ao ver tamanha cumplicidade e entrega de Apolo e Angélica, através de um lindo amor construído através do tempo. Confesso que derramei lágrimas e mais lágrimas ao sentir o amor que eles construíram um pelo outro.
            Este livro nos ensina que o amor prospera, o amor salva, o amor é benevolente. É uma história que demonstra a plenitude do amor. Deixa uma mensagem linda sobre sentimentos, em especial o amor e a esperança.


“Há um sentimento que nasce em cada um de nós na primeira respiração ao entrar para esse mundo: a esperança. Temos que cultivar esse sentimento, pois sem ele não somos nada mais que seres vazios sem expectativa para o futuro” (Apolo).

3 comentários:

  1. Nossa Paula adoreiii sua resenha! Babo na capa desse livro e gosto de livros nesse estilo ( mitologia grega ).

    ResponderExcluir
  2. Esse livro foi um que devorei!! Amo a escrita da Gisele, e ela faz referência a mitologia grega que me encanta... Então imagina o quanto gostei desse livro!!

    ResponderExcluir