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sábado, 4 de março de 2017

11 Noites com Você - Aline Sant'Ana - Editora Charme

Livro: 11 Noites com você
Autora: Aline Sant’Ana
Editora: Charme
Casal: Kizzie e Zane
Sinopse: “Zane D'Auvray é incapaz de dizer não às mulheres. O guitarrista da The M's aproveita-se da fama e nunca encontrou motivos para se estabilizar em um relacionamento. Todas as atitudes promíscuas que tomou durante a vida jamais foram questionadas. 
Exceto agora.
Em uma mudança de gestão, troca-se de empresário, e o que Zane não esperava era que os bastidores seriam coordenados por uma linda mulher, prometendo consertar as pontas soltas. Kizzie Hastings, a empresária, passará por um teste de onze noites pela Europa com a The M's em turnê. Zane, fazendo pouco caso da situação, não vê grandiosidade nisso.
No entanto, quando percebe que Kizzie é a única pessoa imune aos seus encantos, acaba por abraçar um desafio pessoal, sem saber que há muito mais em jogo do que somente a sedução.”.

Impressão do Leitor

“Se for verdadeiro, vai permanecer”. (Kizzie).

Não é segredo para ninguém o quanto ansiei pelo livro do MEU ZANE. Sempre coloquei abertamente o quanto sou apaixonada por esse jeito dele de bad boy e ao mesmo tempo cheio de uma sensibilidade intrínseca que ele tanto tenta mascarar, associado também a essa aura de rockstar extremamente sedutora. Já fiquei plenamente encantada com tudo que ele representou nos dois exemplares da série, especialmente em 7 Dias para Sempre; em como ele conseguiu mostrar os dois lados de uma mesma moeda, tão antagônicos e ao mesmo tempo tão complementares. Zane é tudo isso, gente. Em muitos momentos, é um leão perseguindo sua presa, mas em outros, um gatinho assustado precisando de proteção e carinho (Me canditado!), o que o torna ainda mais sedutor e apaixonante!
Antes de tudo quero dizer que o livro está lindo! A trilha sonora está incrível e desperta sentimentos especiais em cada capítulo. A diagramação está perfeita, as fotos dos modelos que inspiraram os personagens principais só vieram a enriquecer ainda mais o material e completar a beleza que é a escrita da Aline. Faço destaque especial ao Enrico Ravenna, que interpretou tão lindamente o nosso Zane, personificando de maneira única esse personagem que é tão especial para mim e para muitas leitoras da Aline.
O livro permite que nos deliciemos com esse homem tão complexo. Um homem apaixonado pela família e pelos amigos, dono de um instinto protetor peculiar e primal; além de um característico senso de humor. Realiza-se na música, uma paixão que fica impossível mensurar e até nominar. Transforma-se no palco, quando está de posse de sua Fender. É, contudo, um homem fechado para o amor, entregando-se somente aos “prazeres mundanos”. Sempre teve todas as mulheres que quis, e não somente pela fama, pois esse traquejo com público feminino vem dos tempos áureos da adolescência.
Em minha opinião a crença de que Zane usa as mulheres somente para seu prazer, é falsa. Na verdade as mulheres se aproveitam da combinação perfeita que ele é: lindo, sensual, rockstar e que sabe dar prazer a uma mulher! Mas nunca nenhuma mulher foi capaz de despertar em Zane o ilustre sentimento do amor, no máximo, desejo. Zane, por ser intenso, e assim levar sua vida, era um homem de extremos. Ele era direto, especialmente quando desejava algo. Achava que vivia intensamente pelo estilo de vida que escolheu como filosofia, não sendo capaz de reconhecer que a verdadeira amplitude e sentido da vida estavam no amor e seus prazeres. Até conhecer Kizzie...

“O que você teme tanto a respeito do amor? Ele dá certo, Zane. Funciona para todo mundo que encontra a reciprocidade no sentimento.” (Erin).
“Porque, caralho, eu estou confortável dentro do meu próprio mundo, vivendo a minha vida, aproveitando a fama que a banda me trouxe”. (Zane).

Kizzie é uma mulher cuja força chama atenção, embora tenha um quê de fragilidade ofuscada. É resoluta e determinada, e corre atrás de seus sonhos com extrema dedicação e competência; é profissional ao extremo, não se permitindo muitas vezes, misturar lazer e trabalho.. Sabe onde pisa, sabe o que quer (e o que não quer!). Tem uma capacidade de articulação e comunicação invejáveis. Essa mulher é uma máquina e ganhou minha admiração. É uma mulher muito bonita e cheia de sensualidade

“Kizzie, o que você está fazendo com a minha cabeça, porra?” (Zane).

Ela foi moldada para Zane, para coloca-lo no eixo de sua própria vida. Contudo, antes precisava se curar. Curar o coração sofrido para ser capaz de se entregar emocionalmente a alguém, sem racionalizar demais. Embora jovem, tem um passado que deixou profundas marcas em seu coração; passado este (já não tão remoto), que ainda fazia parte constante e insistente de seu presente, ameaçando sua estabilidade emocional. Diante das perdas e da raiva que vivenciou ao longo de sua vida, Kizzie exibe um padrão comportamental de fuga e esquiva, que impede experenciar algumas emoções e a entrega a alguns sentimentos para os quais se blindou.
Com tudo isso, fica claro que a vida desse casal não seria fácil até o tão almejado “Felizes para Sempre”. Ambos fechados e incrédulos sobre o amor, esse sentimento tão nobre, indicava que tudo ia dar errado, que se repeliriam tal qual lados de mesma carga em um imã! Mas como a matemática do amor não existe leis que a regem, esse casal bombástico foi um exemplo clássico e prático dessa verdade absoluta. Zane e Kizzie se atraíram com um magnetismo tal, que ficamos sem fôlego. No início, uma batalha foi travada. De um lado, Zane, um homem determinado a conquistar a única mulher que despertou um insano desejo e uma inquebrantável resistência aos seus encantos. Do outro, Kizzie, uma mulher determinada a resistir ao poder de sedução deste homem que exala sensualidade por todos os poros. Quem venceria essa batalha?
Após um convívio diário de forma tão intensa, Zane foi capaz de mostrar o seu lado mais romântico (ao seu modo, é claro!), mas algo novo para todos que o conhecem, especialmente para ele mesmo. Ao longo dos dias, percebemos o quanto o desejo vai se transformando em um caldeirão de diferentes emoções, suplantando quaisquer medos e receios de entrega por parte de ambos. À medida que vão se conhecendo, percebem que se completam, mesmo que não seja de forma tão imediata. Afirmo com convicção que aqueles que os rodeiam, acabaram por perceber primeiramente que algo muito maior existia entre eles.
Alguns empecilhos surgiram ao longo dessa estrada romântica, o excesso de profissionalismo de Kizzie, a impulsividade de Zane, os segredos. Mas tudo isso foi um tempero a mais, tornando a trama cada vez mais alucinante. A inocência e ingenuidade de Zane, associados a sentimentos que ele nunca havia experimentado, incluiu em seu repertório comportamental uma gama de comportamentos inéditos à Zane, como os ciúmes e a necessidade de fazer uma mulher extremamente feliz, mesmo que precisasse cometer alguns erros para garantir sua felicidade e proteção. Esses instintos ganharam força a partir do momento que os segredos que Kizzie guardou a sete chaves, foram sendo revelados. Ela abalou as estruturas dele, causando extrema confusão e mexendo em sua zona de conforto. Ele se abriu com ela e para ela.

“Porra, ultimamente não tenho compreendido muito a mim mesmo – acho que tem alguma coisa errada acontecendo comigo nessas últimas vinte e quatro horas”. (Zane).

É claro que precisavam ser testados. Um sentimento tão nobre, mas tão recente e arrebatador, gerou medo, naturalmente, fazendo com que ambos precisassem amadurecer rapidamente para compreender e assimilar tudo que viviam de forma meteórica. Sabe aquela coisa de estar destinado? Foi exatamente isso. Esse casal é complemento um do outro. Um funcionou para o outro como uma ferramenta para o aprendizado e amadurecimento, redenção e cura de feridas abertas e aparentemente irrecuperáveis. E quando perceberam que já estavam entregues, não teve volta, e confesso que foi mágico.
Kizzie representa para Zane a racionalidade e o despertar de emoções, a possibilidade de crescer e de amar, a força e o altruísmo. Zane representa para Kizzie a segunda chance, o reconhecimento do verdadeiro amor e o conhecimento de suas emoções, permite a descoberta da vida, das experiências, da não racionalização de tudo, de que não precisa ser onipresente, que pode ser cuidada, protegida e especialmente, merece ser verdadeiramente amada.
Kizzie oscilava entre a forca e a fragilidade e com Zane se permitiu encontrar o equilíbrio. Zane consentiu conhecer o lado não sexual dos relacionamentos, e mais além, aprendeu a apreciar esses momentos de trocas ao lado da Kizzie. Kizzie facilitou que Zane encontrasse a sua melhor versão; ela poderia ser sua ruína, ou sua salvação. A originalidade da entrega de Zane e a sinceridade da rendição de Kizzie foram momentos de tirar o ar, apertar o coração e fortalecer a crença no amor e na possibilidade de ser feliz.

“Você não tinha que se defender, Kizzie. Tinha que se entregar para mim, por inteiro. Da mesma maneira que cada parte minha foi entregue a você”. (Zane).

E para aqueles que achavam que o Zane não era capaz de amar, ele nos mostra exatamente o contrário. Eu já sabia dessa sua capacidade e tinha certeza que quando ele amasse, o faria intensamente, desmedidamente, mas ao mesmo tempo inocentemente. Quando ele amasse, o faria a maneira ZANE de ser, portanto, de maneira única, pessoal e intransferível. Zane é Zane, e por isso é apaixonante e viciante.
Quando se entregou ao amor, nos fez querer estar no lugar da Kizzie, nos fez torcer pela sua felicidade, nos fez entender que todos merecem amar e ser amados, nos fez perceber que o amor deve ser vivido da maneira que sabemos e que nos faz bem. Ela despertou a necessidade dele em querer mais, em desejar ser mais e melhor. Zane era intenso no olhar, no sentir, no demonstrar, no proteger. Mas sua intensidade encantava e não sufocava. Zane foi romântico, inocente, sedutor, impulsivo, protetor, ingênuo, amigo, amante, sensível e bruto quando precisava; tudo isso numa magnitude a la Zane, o que foi o melhor tempero do livro. Só quero destacar que a Kizzie, no critério personalidade, é marrentinha como Zane, muitos aspectos são semelhantes nos dois, o que torna esse caldeirão de emoções ainda mais excitante e tentador. O amor, por mais sublime que seja, precisa pilares que o solidifique e fortaleça, precisa de confiança, sinceridade, individualidade, fidelidade ao outro, mas acima de tudo a si mesmo. E tudo isso o casal foi aprendendo ao longo do intenso processo de amadurecimento, autoconhecimento e reconhecimento.

“Eu quero ser o melhor para você” (Zane).

Aline Sant’Ana, com mais essa obra prima, nos fez compreender que o amor é atemporal, é icônico, é inocente e malicioso na mesma medida; é a completude de dois seres e a base da felicidade. Isso me fez derramar lágrimas e desencadear risos, emoções antagônicas, que só Zane é capaz de despertar. Mostrou-nos ainda, que além do amor carnal e o amor afetivo pelo outro, precisamos primeiramente do amor próprio. Amando-nos incondicionalmente e tendo fé em nós mesmos, poderemos amar o outro e viver as emoções e as experiências que ele nos proporciona em sua totalidade, sem empecilhos e amarras. Mais uma vez ela nos mostra que o amor pode ser arrebatador, na imprevisibilidade, na capacidade intrínseca e necessária que todos temos (e precisamos) de vivê-lo em toda a sua magnitude. Ah, e respondendo a pergunta que lancei ao longo da resenha: não houve vencedores para a batalha, ou ambos venceram; na verdade a vitória foi do AMOR! Eles eram o agora e o para sempre, sem falsas promessas, mas com o amor em plenitude.


“... Eu, como te disse, nunca amei ninguém assim, nunca amei, em toda a minha vida. Agora eu sei bem o que é o amor.” (Zane).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

In Flight - R. K. Lilley - Editora Charme

Livro: In Flight
Autora: R. K. Lilley
Editora: Charme
Casal: Sr. Cavendish e Bianca


Sinopse: Quando Bianca, uma reservada comissária de bordo, vê pela primeira vez James Cavendish, um bilionário proprietário de hotéis, ela perde toda a compostura conquistada a duras penas ao longo da vida. Para uma garota que consegue manejar facilmente uma bandeja com taças de champanhe a trinta e cinco mil pés de altura sobre saltos de oito centímetros, ela se vê surpreendentemente de pernas bambas diante do homem enigmático.
Bianca, sempre imperturbável, agora não consegue mais se desviar daqueles olhos azul-turquesa eletrizantes que apresentam um desafio e uma promessa irresistíveis. Ainda mais para ela, uma mulher acostumada a dizer “não” e a falar sério.
Bianca costuma lidar com supermodelos e estrelas de cinema em seu trabalho, mas James Cavendish coloca todos eles no chinelo quando o assunto é beleza. Se a aparência fosse o único aspecto destoante nesse homem, Bianca até poderia ter ignorado as atenções recebidas. Porém, o que a tenta como nunca antes é a força dominante que a atrai desde o momento em que eles se encontram e a promessa de prazer e dor que ela lê em seus olhos.


Impressão do Leitor

Você é minha! (Cavendish)

Viver dói. Contanto que não nos mate, temos que suportar. (Bianca)

Para tudo, que preciso embarcar nessa história e só sair desse voo quando a trama for encerrada. O que é o Sr. Cavendish, queridos leitores? R.K. Lilley acabou com minhas estruturas com esse livro, não sei lidar com tamanho poder e intensidade.
Mas antes de falar sobre a minha impressão sobre história, preciso destacar que a Editora Charme deu show na diagramação do livro, que está lindo e é uma atração à parte, desde a capa e todos os mínimos detalhes internos. Lindo demais!
Mas enfim, vamos falar sobre o enredo. A história traz o ponto de vista da Bianca, e podemos ver na narrativa o envolvimento da personagem com o Sr. Cavendish sob uma ótica interessante e conflituosa, enfatizando a luta que trava para não ceder aos encantos desse homem intrigante e extremamente sedutor.

Não estou interessada em nada disso, acredite em mim. Não sei que impressão o senhor acha que eu transmiti, mas não sou nenhum tipo de caçadora de fortunas. Não quero sua generosidade. Não quero nada do senhor. (Bianca).

Ela é uma aeromoça, que está conseguindo estabelecer-se na profissão, embora ainda muito jovem, alcançando um patamar em sua empresa que lhe permite algumas regalias. Possui um passado bem conturbado, carregado de sofrimentos e lutas travadas que deixaram marcas, e isso faz com que ela se envolva no trabalho de forma tão intensa, para além do objetivo de estabilidade financeira, mas para fugir de algumas questões que ainda a assombram. Também usa a sua arte para sublimar seu passado e para acalmar angústias do seu presente, relacionadas ou não com seus traumas.
O seu passado sofrido, contudo, proporcionou uma amizade tão verdadeira, tão fraternal com um homem que tem um instinto extremamente protetor em relação a ela, e que a resguardou nos momentos mais difíceis das vidas de ambos. Stephan tinha um passado tão sofrido quanto o dela. A relação de afeto entre eles era tão grande, que ele era o único que conseguia entender o comportamento de Bianca, e acessar o seu coração; só dele Bianca aceita e estabelece uma relação de profunda afetividade.
Bianca resiste e se fecha à possibilidade de qualquer relação que exija um aprofundamento afetivo e também sexual com a entrega que ela merece e, diria, precisa. Até conhecer Sr. Cavendish...
James Cavendish é um CEO, extremamente bem sucedido e dotado de uma beleza fora do normal, devastadora; aquela beleza que deixa qualquer mulher sem norte, sem foco e sem ação. Sem falar da postura onipotente, onipresente e onisciente que ele transmite; aquela aura de poder, de quem consegue tudo que quer... Além disso, ele exala por todos os poros um poder de sedução irresistível.
Ao longo do livro vamos descobrindo que ele também tem um passado complexo que foi moldando o seu comportamento. Diante de tudo que experenciou, desenvolve algumas práticas, especialmente na esfera sexual, que não são tão habituais, mas que na narrativa da autora, nos envolve de um jeito todo especial e até, nos faz querer estar no lugar da Bianca... É um homem multifacetado, que em alguns momentos pode parecer volúvel, mas nos prende nessa atmosfera extremamente sedutora, de conquista e da busca de uma entrega incondicional. Era muito complexo, mas ao mesmo tempo, direto e objetivo em tudo na sua vida, especialmente quando desejava algo e queria tomar pra si. Era simplesmente DOMINADOR, PROTETOR, POSSESSIVO.

Eu nunca disse nada sobre não ser íntimo. Eu pretendo que as coisas entre nós sejam muito íntimas.  (Cavendish)

O encontro dos dois nos deixa sem fôlego muito em função desse lado onipresente e onipotente de James, que parece ocupar todos os espaços de uma maneira quase claustrofóbica, mas de uma forma deliciosa. A presença dele por si só era capaz de derrubar a máscara profissional que Bianca vestia sempre que iniciava um novo voo. Ele fazia com que ela viajasse sem sair do lugar, perdia o foco, o prumo; seu olhar lhe dava asas...
Esse efeito Cavendish, ao mesmo tempo em que a envolvia, fazendo-a perder a cabeça, também provocava um desejo de fuga daquela imponência exalada por ele. Contudo, como em tudo na vida de James, ele não se dar por vencido muito facilmente; quando deseja algo intensamente, ia à luta, e nesse caso, precisava e desejava ter Bianca a qualquer custo... E muito suspiro aqui, pessoal! A forma que ele conduz seu processo de conquista, a forma como ele impõe sua presença tão sedutora, fica impossível resistir e não ceder aos encantos deste homem... Era uma questão de tempo para Bianca se entregar ao Sr. Cavendish e suas multifacetas.
Ao longo deste encontro ela foi conhecendo um pouco mais profundamente cada pedacinho do corpo e do repertório comportamental deste homem mais que intrigante que era o Sr. Generoso, Sr. Inquietante, Sr. Perseguidor, Sr. Irritado, Sr. Pervertido, Sr. Dominador, Sr. Sensível, Sr. Insaciável, Sr. Incrível, Sr. Desesperado, Sr. Incansável, Sr. Atencioso, Sr. Charmoso, Sr. Sem-vergonha, Sr. Retraído, Sr. Amante Passional, Sr. Personalidade, Sr. Carinhoso, Sr. Gratificação, Sr. Instável, Sr. Maravilhoso, Sr. Lindo, Sr. Desonesto, Sr. Celebridade, enfim, SR. CAVENDISH. E cada vez mais cedia aos seus encantos.
A princípio, a relação estabelecer-se-ia somente no âmbito carnal, dando vazão a todo desejo que sentiam um pelo outro. Só que nenhum dos dois estava preparado para o que estava por vir, especialmente Bianca. A atração, a entrega, a conexão foi tão forte, que o envolvimento passou a ser muito mais que desejo, atingiu o coração, a alma. Evidentemente que a proporção desse sentimento veio com um medo do compromisso para Bianca, que desde o início tentou blindar o seu coração e foi algo acordado quase que contratualmente. Muito dessa relação tinha resquícios de suas vidas marcadas por tragédias, traumas e conflitos.

Você, bobinha, me pegou depressa. Estou apegado a você desde o começo. Como pode duvidar? (Cavendish)

Bianca despertou em James algumas de suas facetas, que nem mesmo ele reconhecia, e exacerbou outras tantas com seu jeito, ao mesmo tempo independente e submisso. Essa submissão, em minha opinião é um ponto chave dessa relação; ocorria em momentos muito específicos e pontuais, mas imbuída de um significado ímpar aos dois. Essa condição transformava a relação, especialmente a sexual, em algo confortável e ao mesmo tempo de uma intensidade, que somente era possível, pois havia uma confiança intrínseca para o ato sexual. A confiança para a entrega do coração, em contrapartida, foi acontecendo gradativamente, sem os dois se darem conta, e quando perceberam, já estavam inevitavelmente envolvidos. O binômio domínio-submissão os colocava em uma redoma de proteção, em uma zona de conforto, que embora intensa e extremamente excitante, trazia a tona a sensação de liberdade.

Sim, você me assusta – Mas sou irrecuperavelmente zoada, por isso me excita na mesma proporção. Acho libertador deixar que alguém me controle. Alguém que me faça tremer de medo. Passei uma boa parte da minha vida fugindo de coisas que me assustam, então isso foi esclarecedor para mim (Bianca).

É claro que ainda precisavam romper muitas amarras, quebrar muitos paradigmas construídos a partir de cada passado complexo. E esse processo não está sendo fácil, colocando a prova todo o sentimento incipiente que construíam. Principalmente, quando envolve segredos tão difíceis de elaborar, quando envolve decisões e escolhas a fazer e, principalmente, quando envolve a aceitação de todo conteúdo emocional.

O que eu teria que fazer para você se abrir para mim? (Cavendish).

Ele tornou-se possessivo, seu lado dominador aparecia em outras circunstâncias as quais ele não estava habituado. A relação de entrega foi muito maior, especialmente de James. As revelações já começam a se fazer presentes neste primeiro volume, o que mexe com James de uma forma muito inquietante, despertando e aguçando ainda mais seu instinto protetor e possessivo.

Se alguém perguntar, você é território proibido. Pensei que tinha deixado isso claro desde o início. (Cavendish).
Se você estiver com dificuldades para entender, permita-me deixar bem claro para você - Isso é sério, Bianca. Porra, eu nunca estive tão sério na minha vida. (Cavendish).

Diria que diante dos seus traumas, Bianca não era capaz de entender esse fascínio que exercia em James, mas ele fazia questão de demonstrar o tempo todo o poder que ela tinha sobre seu comportamento. Isso fica refletido, em minha opinião, novamente no binômio domínio-submissão, onde os papéis se invertiam de acordo com as contingências. James era dominador na relação sexual, enquanto Bianca dominava a relação afetiva, submetendo-o a todos os seus encantos e derrubando barreiras que ele construiu.

Ah, sim. Você me deixa absolutamente desesperado, Bianca. Eu nunca tinha perseguido uma mulher antes de te conhecer. Estou com uma calcinha rasgada sua no bolso neste momento. (Cavendish)
Você acha que sou assim com todo mundo? Você não sabe? Você é especial, princesinha. (Cavendish)

Falar de sentimentos e admitir sentir, não é fácil para Bianca, por isso, aos olhos de James, ela pode parecer indiferente a ele. Isso se dê talvez, por ela fazer um esforço hercúleo em manter seu sentimento o mais escondido possível, como forma de proteger-se de um possível sofrimento. E por medo de admitir esse turbilhão de emoções que a arrebatou, Bianca pode comprometer o final feliz desse intenso casal.

Eu daria qualquer coisa para saber o que está por trás dessa sua postura indiferente... (Cavendish).

Espero que seja algo parecido com o que está fazendo comigo. Quero que você sinta o que estou sentindo, Bianca. Quero que você sinta essa necessidade incontrolável. Não posso suportar o pensamento de que você seja indiferente a mim. (Cavendish).

Impossível não embarcar nessa viagem e, além disso, não se encantar com o Sr. Cavendish e toda sua magnitude e multifaces. In Flight é um romance intenso, complexo, atraente e cheio de segredos que fazem da trama um encadeamento de fortes emoções, muitas vezes até contraditórias, mas que nos impelem a uma leitura voraz e uma sede por conhecer o desfecho desse casal arrebatador e viciante, cheio de intensidade e sedução, que nos absorve do início ao fim. É uma história de começos e recomeços, de descobertas, escolhas, primeiras vezes e enfretamentos.

A vida não me ensinou a ser nada diferente. Me perdoe, mas eu nem conseguiria imaginar como seria não duvidar de alguém que eu mal conheço. (Bianca).

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Zane - Patrícia Rossi - Editora Charme

Livro: Zane
Autora: Patricia Rossi
Editora: Charme
Casal: Quinn e Zane

Sinopse: “Zane Hudson.
Motoqueiro.
Músico.
Tatuado.

Quinn Armentrouth.
Alta sociedade, luxo, glamour.
Tudo no mundo para separá-los.

Ele sabe o que é abandono.
Ela já foi traída.
Uma ex perseguidora.
Um ex que não aceita perder.
Eles pertencem a mundos diferentes.
Mas nem por isso a química entre eles é menor.
A atração é explosiva, instantânea.
Uma mãe que abandona...
Outra que repreende.
Percalços.
Sexo, romance... amor.
Essa paixão seria forte o suficiente para mantê-los unidos?”

.

Impressão do Leitor

Simplesmente o elenco da Editora Charme é sensacional mesmo... A cada novo (a) autor (a), a cada livro lido, a cada casal que conheço e me encanto, percebo o quanto me apaixono cada dia mais por personagens diferentes e autores distintos, mas que me prendem do início ao fim. A nova responsável por conquistar meu coração charmoso é a Patricia Rossi, e o mocinho que entrou para a roll de preferidos no meu coração: Zane.
Apesar de não existir receita de bolo para um bom livro, Zane reúne várias características que muito me agradam, e que juntas o transformam em um livro que te seduz a cada capítulo, com uma fluidez da linguagem e uma incrível conexão de ideias, permeado por uma atmosfera de pura sedução, mas com espaço para um drama e muito, muito romance: quente e atraente.
Patricia Rossi nos apresenta uma história onde mundos opostos se atraem de forma tão magnética, que, mesmo muitos (ou todos) acreditando que nada poderá dar certo em uma relação talvez improvável, eles provam o contrário, tornam-se sinônimo de uma completude maravilhosa.
Aquele clichê de que foram feitos um para o outro? Aqui não é nada de clichê. Quinn e Zane foram realmente moldados para se completar, com toda as diferenças que pudessem existir, mas juntos, são apenas um HOMEM e uma MULHER.
Ele, um homem que aparenta extrema segurança de seu charme e seu poder de sedução, mesmo com seu histórico de sofrimento, que o impede de envolver-se a fundo em relacionamentos amorosos. Seu passado de sofrimento traz um apelo todo especial no contexto da história, já que esse passado estará cada vez mais presente no desenrolar da trama; um passado que o submeteu a diversas situações em que não tinha mais controle sobre suas escolhas e atos. Por conta de tudo que viveu, Zane tenta resistir imensamente ao poder impactante da presença da bela, elegante e imponente Quinn.
Ela, uma mulher bem resolvida e segura, no âmbito amoroso tem uma espécie de vazio existencial. Envolvida por muito anos em um romance morno, sem emoção e sem muito desejo, sofre uma decepção que a faz repensar muitos aspectos de sua vida.
Quando seu caminho se cruza ao de Zane, a conexão entre os dois é tão imediata que a assusta. O desejo que irrompe de forma tão inesperada e impactante, faz com que Quinn comporte-se diferentemente do que foi criada para ser.
Mesmo que ambos resistam a essa atração explosiva que funcionava com um imã, o magnetismo foi tão forte que eles não tiveram como controlar. Ela era destemida, direta e com Zane não tinha medo de demonstrar o quanto seu jeito sedutor a instigava a quere-lo cada vez mais intensamente. Com ele, ela não tinha tantos pudores.
A conexão e atração que Quinn sentiu, impactou também a Zane, que chegou a questionar sua sanidade, em função de sentir saudade de seu rosto apenas a tendo visto uma única vez. Ele sentiu de imediato uma possessividade inexplicável, uma necessidade de marcar um território que parecia distante de ser seu.

“Quinn, você é minha!” (Zane)

Zane era capaz de demonstrar de forma transparente e quase primitiva seus desejos e ideias. Além de ser carinhoso e de um bom humor, impecáveis. Características que não conquistaram somente à Quinn, mas a mim também.

“Você sugou minha alma” (Zane)

O desejo era inquestionável, e esse foi o elo inicial entre o casal. Mas, embora esse desejo fosse intenso, o lado romântico do casal, foi-se construindo gradativamente, sem contudo, encerrar o poder que um tinha sobre o corpo e desejo do outro; ambos demonstravam um certo receio de envolver-se emocionalmente, por isso o aspecto carnal da relação foi tão marcante no início.

Sabe quando você tem a noite perfeita, com a mulher perfeita? Que tem a sensação de que depois dela, nenhuma outra vai ser boa o suficiente?” (Zane)

O que me chama atenção nesse livro, é como eles aprendem a lidar com os conflitos, demonstrando ao longo da trama um crescimento pessoal e emocional que se concretiza fortemente após o passado de ambos voltar para assombra-los e testar a força desse amor.

“Acho que vou ter que te dar um voto de confiança” (Quinn)

Com essa nova ordem que se colocou para quebrar a homeostase da relação, percebemos como a entrega e o envolvimento foi tamanho, chegando ao ponto de um poder e escolher, se necessário, dar a vida pelo outro. Isso demonstra a confiança que um tinha no outro, palavra esta, que na minha opinião, é marcante em toda a relação desse casal. E eles foram realmente testados em vários momentos, onde precisaram enfrentar obstáculos que mexeram com a zona de conforto pessoal e do casal. Nesses momentos, podemos ver o instinto protetor e romântico de Zane vir à tona.

“O que eu fiz para merecer você, bonequinha?” (Zane).


 Preciso fazer um destaque para o último capítulo e o epílogo deste livro. Fica evidenciado claramente o crescimento do casal, e de cada um como pessoa. Foi lindo demais. A entrega e adoração de Zane à Quinn e dela a ele, foi de encher os olhos de lágrimas (e eu o fiz). A libertação de cada um de suas dificuldades e amarras, ficou tão claro que me emocionou, a possibilidade de vê-los aproveitar de uma felicidade plena, encheu meu coração de ternura. A Patrícia nos trouxe um casal complexo, com personalidade e histórias distintas, com conflitos, mas que foram aprendendo, a partir do desejo e da conexão que estabeleceram, a viver uma vida cheia de amor, romântico, proteção, com muito, muito desejo. Super recomendo!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Simplesmente Você - Cissa Prado - Editora Charme

Livro: Simplesmente Você
Autora: Cissa Prado
Editora: Charme
Casal: Helena e Eduardo

Sinopse: Helena é uma jovem simples, divertida e muito desastrada. É bem sucedida profissionalmente e tem uma vida pessoal tranquila. Mas isso muda completamente quando, de maneira inusitada, o destino coloca Eduardo em sua vida. Alto, moreno e dono dos olhos azuis mais lindos que ela já viu, ele vira sua vida de cabeça para baixo e uma paixão arrebatadora surge entre eles. Helena tenta se afastar e evitar o que sente, mas a atração entre os dois fala mais alto.
Eduardo é um homem fantástico, mas também muito misterioso e fechado. Ele não permite que ninguém se aproxime, até que Helena, com seu jeito maluco, começa a quebrar suas barreiras.
Mas um segredo entre eles faz com que o sentimento seja testado. E isso pode colocar tudo a perder. Será que esse casal conseguirá superar os obstáculos que surgirem ao longo do caminho e deixará o amor vencer?

Impressão do Leitor

“Nunca tive tanta certeza de que a mulher da minha vida é simplesmente você”

Gente, não quero ser repetitiva quanto a livros que entram para o roll de favoritos, mas esse ano, confesso, tá difícil não colocar alguns nesse elenco. Simplesmente Você me conquistou do início ao fim, por vários motivos. A Cissa Prado imprime uma marca própria neste livro; ela consegue, ao mesmo tempo, com o mesmo casal, trazer a comédia romântica, com cenas hilárias que me arrancaram gargalhadas; apresenta a leveza do amor romântico, que me fez suspirar e ver coraçõezinhos por onde eu andava, com borboletas no estômago também, é claro; e ainda colocou um quê de mistério com uma carga dramática que transformaram meu coração em uma bateria de escola de samba e meus olhos em um descontrolado mar de lágrimas. Fora a fluidez de sua escrita, numa linguagem clara e que nos entretém intensamente, que me fez ficar presa a essa leitura em todo o meu tempo livre, ou seja, não fazia outra coisa a não ser devorar esse livro.
Ela nos apresenta a Helena e Eduardo, um casal apaixonante, mesmo que em alguns momentos, eu confesso, deu uma certa vontade de esganar o Eduardo... Mas depois que conheci todo o mistério que o rodeava, não tinha como não me entregar a uma verdadeira paixão por ele (Helena que não me escute, com todo respeito, tá bom?).
Helena, uma mocinha encantadora. Jovem, linda (embora não se reconhecesse como tal), extremamente competente no seu trabalho, uma romântica, mas cheia de conflitos por não conseguir um relacionamento sólido. Um tanto quanto desastrada também, e dona de um apetite peculiar. Uma coisa que me cativou nessa personagem foi sua forte ligação com a família e uma fidelidade muito grande as suas amizades (preciso destacar a Vó Elvira, um capítulo a parte nesse livro, uma figura!). Possui um lado apaixonante e bastante aflorado, carregado de altruísmo e filantropia. Dona de uma personalidade instigante... Ao mesmo tempo que apresenta um lado muito doce, consegue ser mais intempestiva; é forte, mas demonstra muita insegurança em alguns momentos, especialmente no seu relacionamento com o Eduardo... Todo esse turbilhão que é Helena, me fez ficar encantada com sua personalidade, embora em alguns momentos eu quisesse dar uma sacudida nela, para chamar sua atenção para algumas coisas. O lado cômico do livro, tem muita relação com essa personalidade dela.
Já o Eduardo, um jovem imponente somente com sua presença, tem um lado muito misterioso (que foi um dos pontos altos desse livro, me fazendo queimar muitos neurônios). Em função dos seus segredos, ele possui algumas atitudes que, aos olhos dos outros, especialmente de Helena, que soam como esnobe, talvez até arrogante. Mas ao mesmo tempo, tem um lado doce e romântico que nem ele mesmo sabia que tinha e somente Helena conseguiu despertar. Um homem marcado por um trauma, um passado que deixou feridas que não permitiam que ele pudesse se envolver e entregar-se a uma verdadeira paixão, a um amor idílico, como o que sentia por Helena. Mas esse sentimento foi tão forte e intenso que contribuiu para quebrar as amarras de seu passado.
Helena e sua marca registrada, ser desastrada, foi a tônica do primeiro encontro. Mesmo em todo um contexto não muito favorável, esse encontro transformou os dois, produziu faíscas que nenhum dos dois nunca havia sentido. Apesar de ser rápido, foi extremamente marcante.
O segundo encontro, inesperado da mesma maneira, os colocou em uma situação complicada, em que precisariam de um contato mais próximo, mas ao mesmo tempo, manter uma certa distância. Contudo, o que estava destinado a ser, nada poderia atrapalhar. A medida que ambos foram conhecendo-se melhor, foi inevitável aflorar o sentimento que era apenas uma faísca de admiração e desejo, tonando-se algo mais profundo e arrebatador.

“Você é muito metido, sabia? Aposto que deve ser um filhinho de papão metido à besta. Mas, se você não está ligando, pelo menos não me prejudique. Diferente de você, eu realmente preciso desse emprego.” (Helena).

Eduardo não sabia lidar com esse turbilhão de emoções que Helena despertara nele, que, somado aos seus segredos e mistérios, fez com que lutasse contra o sentimento que apenas crescia em seu peito. Tentou evitar a ferro e fogo o que Helena estava causando em sua vida, mas o encantamento que ela despertou nele, foi mais forte do que as barreiras impostas por Eduardo. Cedeu ao desejo e ao amor que se instalou sem pedir licença, entregando-se a esse sentimento. Mas a entrega não foi completa, não permitia-se abrir-se com Helena sobre tudo que havia vivenciado, sobre os fardos pesados que ainda carregava. Tudo isso culminou em algumas crises no relacionamento e no aumento das inseguranças de Helena.

“Sim, preciso, porque eu não deveria estar agindo dessa maneira com você. Espero que não me odeie por isso, sei que deve estar me achando um idiota” (Eduardo).
“É claro que não odeio você. Apenas pensei que aquele beijo tivesse significado alguma coisa para você.” (Helena).
“Solto um suspiro de frustração. Esse homem é uma contradição ambulante. Aposto que é bipolar” (Helena).
O comportamento de Eduardo ao longo do livro é interessante demais de ser observado. Percebemos, com clareza, o encantamento que vivenciava nas mínimas coisas, aprendendo a aproveitar o simples, tudo graças à Helena. Essas novas descobertas, a possibilidade de ser ele mesmo, de perceber aspectos de sua personalidade dos quais nunca havia se dado conta, foram os responsáveis por Eduardo resolver abrir seu coração, sua vida à Helena, que por sua vez, não suportava mais essa aura misteriosa que irradiava dele assombrando seus pensamentos e o relacionamento deles. Preciso destacar o quão lindo foi o momento que Eduardo finalmente abriu sua alma para Helena, percebi a leveza tomando conta dele, por poder falar, ser ouvido, compreendido e aceito.

“Até tentei, mas não quero mais evitar o que sinto por você” (Eduardo).
“Você me faz ser uma pessoa diferente, Helena. Perdi tempo demais tentando me afastar e agora quero aproveitar cada segundo ao seu lado” (Eduardo).
“Às vezes fico pensando o que eu fiz para merecer uma garota tão especial. Você me faz acreditar que também sou uma pessoa especial”. (Eduardo)
O amor dos dois passou por várias provações, que cobraram o preço de um amadurecimento a ambos; precisaram passar por um processo de autoconhecimento para conseguirem levar adiante essa relação. Quando isso aconteceu, os dois puderam viver, com toda a força, o amor que os aplacou tão intensamente, que me vi rindo e chorando em vários momentos, dentro de um mesmo capítulo. Mesmo com toda a carga dramática, a leveza desse romance foi o que mais me encantou. Recomendo a todos essa leitura, cheia de muito amor, amizade, sentido de família, entrega, aceitação, cumplicidade e altruísmo. Lindo demais.


“Vim decidido a nunca mais deixar você sair da minha vida” (Eduardo).

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Provocante - Paola Scott - Editora Charme

Livro: Provocante
Autora: Paola Scott
Editora: Charme
Casal: Pedro Lacerda e Paola Goulart

Sinopse: “Paola, quarenta anos, muito bem resolvida, separada e com uma filha adolescente. Acostumada a viver dentro das regras, mas cansada dos pré-julgamentos, decide dar um basta em relacionamentos insossos e em homens de mentirinha, que não conseguem acompanhar o seu ritmo e compartilhar suas fantasias. 
Pedro, solteiro, experiente, viril, bem-sucedido e que não admite que ninguém intervenha em seus hábitos, gosta de viver suas aventuras sexuais com mulheres mais jovens, sem se deixar envolver. 
Numa época em que os homens se sentem ameaçados pelo sucesso feminino nos mais diversos ramos, que romances eróticos expõem os desejos mais íntimos das mulheres e fazem com que estas sonhem com os sedutores personagens desses livros. E que, apesar da modernidade, ainda sejam censuradas e condenadas por uma sociedade hipócrita. O que acontece quando estas duas pessoas vividas e experientes se encontram? 
Pedro, na ânsia de conquistar uma mulher diferente de todas as que está acostumado, resolve utilizar meios escusos para se aproximar. Mas, sem dar-se conta, se vê apaixonado por esta fêmea sensual e provocante. 
Pode uma mulher, à procura do amor verdadeiro, perdoar uma violação à sua privacidade? E afinal, seria mesmo amor? Ou o tempo todo foi apenas uma fantasia?”.
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Impressão do Leitor
Simplesmente um romance de tirar o fôlego do leitor, é como posso começar escrevendo sobre o livro Provocante, da Paola Scott... Título mais perfeito não poderia haver, pois é um livro que te provoca e instiga o tempo inteiro, que te faz prender o ar, por diversos motivos em diferentes momentos, e, ao mesmo tempo, te faz suspirar com tanto amor envolvido entre o casal. Quatro palavras me vêm a cabeça ao rememorar a preciosidade dessa experiência que foi ler esse romance: intenso, provocante empolgante e apaixonante.
            Não conhecia a escrita da Paola, infelizmente!! Devorei esse livro numa velocidade feroz, como o amor arrebatador desse casal. Para mim, a Paola conseguiu trazer um excelente exemplar do gênero erótico, e o que é melhor, é uma autora da nossa terra, superando, na minha opinião, autoras estrangeiras (que já me conquistaram) que escrevem tão bem esse gênero, como a trilogia mais famosa, Cinquenta Tons de Cinza (citada neste livro).
            Ela nos apresenta um casal, maduro, mas inexperiente no que tange ao amor. Paola Goulart, uma mulher de poucos e decepcionantes relacionamentos amorosos, e no auge dos seus 40 anos, estava há dois sem ninguém. Com uma filha de 16 anos, não se permitia envolver-se em simples aventuras, mas isso não significava que não tivesse fantasias, era, ao contrário, uma mulher extremamente cheia de vida, fantasias e desejos. Muito madura, dona de uma autoconfiança que poderia até ser intimidante, tinha uma autoestima surpreendente! Era extremamente bonita, competente e de bem com a vida. Claro que tinha algumas inseguranças (quem não as tem?), mas nada que atrapalhasse sua vida e sua postura diante das dificuldades, e dos homens. Era muito correta, não admitia mentiras e traições. Paola tinha um hábito de ler, e adorava compartilhar suas leituras com um grupo de amigas numa rede social, onde se sentia ela mesma, livre, podendo falar sobre o quisesse, sem julgamentos.
            Por causa de seu trabalho como contadora, ela conhece Pedro Lacerda, um advogado, extremamente sexy e sedutor, dono de uma excelente forma física e muito vigor nos seus 42 anos, aquele vigor de dar inveja a muito jovem de 20 anos, se é que me entendem... Um homem experiente, competente, mas, na opinião de Paola, mais um mulherengo do qual deveria manter distância e segundo ela, “muita areia para seu caminhãozinho”...
Só que isso não seria assim tão fácil. O fascínio que ela exerceu em Pedro foi tão grande, que abalou as estruturas desse homem sempre tão seguro de si. Ele, sempre tão acostumado a ter a mulher que queria, percebeu em Paola uma pessoa diferente. Era um homem imponente, contudo não era arrogante, mas determinado a sempre conseguir o que queria, mesmo que precisasse utilizar de métodos não tão convencionais, até mesmo ilícitos para isso. Nunca quis envolver-se com nenhuma mulher, especialmente as mais maduras, pois não queria cobranças, não queria perder sua tão presada liberdade.
            A atração entre eles foi tão poderosa, logo no primeiro encontro, que mexeu com os dois de modo irremediável. E foi então que Pedro tomou uma decisão, no calor do momento, que poderia abalar algo intenso que ainda estavam para viver. Ele, determinado e persistente, decidiu que a queria, e foi à luta. A princípio Paola resistiu com todas suas forças, tinha medo de envolver-se e magoar-se profundamente, pois previa que, assim que cedesse, não teria mais volta, seu mundo seria transformado pela presença de Pedro Lacerda (e o dele também).

“Sinceramente? Não sei dizer o que é. Essa mulher mexeu comigo. Eu a quero para mim, mas sinto que não posso avançar como com as outras mulheres... (Pedro)

“Não sou difícil, sou seletiva, é diferente. Se eu achar que não é bom para mim, simplesmente não aceito” (Paola)

            Claro que não tinha escapatória para Paola, era uma questão de tempo para estar nos braços, na cama e em seu coração. A presença marcante de Paola, tomou conta da vida, dos pensamentos e do coração de Pedro de tal forma, que ele não podia mais imaginar nenhum momento de sua vida que não fosse preenchido por ela, de qualquer maneira.

“Você tem ideia do que fez comigo, Paola?” (Pedro)

“Eu tentava me enganar. Você é o melhor para mim. Você é tudo para mim, Pedro”. (Paola)

Preciso fazer uma ressalva aqui para os adjetivos que ele usava para descrevê-la, e o melhor, a explicação dele para isso. Esses apelidos, davam um quê especial, que, dependendo do momento, eram engraçados ou sedutores.

“Já disse que você é isso tudo. Insaciável, acho que não preciso explicar. Bruxa, porque você faz coisas que me deixam enfeitiçado por você. Loba, porque é bem-resolvida e quente como o inferno. E deusa, porque você está acima de tudo e de todos em minha vida”. (Pedro).
            Lindo de ver foi que apesar de serem maduros e vividos, estavam vivendo coisas novas, aprendendo um com o outro e com sua relação. Precisavam aprender a lidar com os ciúmes, com as fantasias, com o fogo que os consumia, e principalmente, com o amor mais sublime que os arrebatou, aquele amor de entrega, sem nenhuma amarra, aquele amor que não nos deixa vulnerável, pois temos o outro.

“Eu amo você, Paola! Amo loucamente! Como nunca imaginei ser possível amar alguém. Eu disse e repito que preciso de você na minha vida. Todos os dias, o tempo todo. Eu quero seu corpo, seu coração, sua alegria. Quero ser seu suporte, seu amigo, seu amante. Me deixe amar você. Me deixe te fazer feliz. Porque é isso que você faz comigo! (Pedro)

Ambos tinham medo do que estavam sentindo, tamanha a intensidade de tudo, da paixão e, principalmente, do amor que os arrebatou, que os consumiu. Era algo tão intenso, uma conexão tão forte, uma atração tão arrebatadora, que nem precisavam expressar com palavras, bastava os corpos e olhares conectados para que falassem tudo o que sentiam. Tudo nesse casal era intenso, desde os jogos de sedução, de provocação até as demonstrações de carinho e de amor. Como disse, esse casal, suas vivências, são de tirar nosso fôlego.
O amor tão forte que sentiam gerava o medo de perder o outro, de acordar e perceber que tudo não passou de um sonho, que nada daquilo era real. Esse medo tornou-se ainda mais palpável com a presença de alguns obstáculos no caminho, alguns até criados por eles. Pessoas do passado resolveram aparecer, pessoas do presente resolveram colocar as manguinhas de fora, e promover um imenso teste à força desse amor que se instalou de forma tão devastadora e transformadora.

“Paola! Diz que nunca vai me deixar. Promete que vai ficar comigo. Para sempre.” (Pedro).

Lembram que eu falei lá em cima que Pedro utilizava de meios não tão convencionais para conquistar o que queria? Pois bem, isso cobrou seu preço e agora, ele precisará provar, acima de qualquer coisa, que, apesar de seus defeitos, ele tem grandes qualidade e mais, que elas são verdadeiras; que tudo que viveram é real, que ele é REAL.
Antes de encerrar, preciso falar que a Alana, filha da Paola, ganhou meu coração! Como é inteligente e perspicaz essa menina, como é linda a relação entre mãe e filha. Como é bonito de se ver a forma como Pedro a acolhe em sua vida, se preocupa e a aconselha.
            Esse livro foi dividido em dois volumes, e por isso, entendam que esta pobre leitora sofrerá por um tempo de um caso grave de ressaca e ansiedade literária, aguardando a continuação dessa história, que me deixou com o coração tão pequenino e sedento por conhecer o fim...
Paola, obrigada por nos apresentar esse casal, que, mesmo sendo fictício, traz um pouco de realidade às nossas vidas; são pessoas comuns, cheias de defeitos e qualidades; pessoas que podem ser nossos amigos ou vizinhos (Tudo bem que um vizinho como Pedro Lacerda... deixa pra lá).
Mas sabe qual o ponto máximo dessa história, além do amor do casal, na minha opinião? Foi a personagem da Paola, uma mulher que vem descontruir muitos preconceitos, que vem nos mostrar que uma mulher de 40 pode ser muito mais sedutora, poderosa e cheia de vida que outras mais jovens. Nos ensina que nós, mulheres mais maduras, temos poder de conquistar um homem e ensiná-lo que é possível, e mais, que é gostoso amar e viver esse amor com uma mulher madura, com toda a paixão necessária, sem amarras.


                                                                                           Continua...